segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Porquê Lula venceu?

Muito se discute sobre isso. A resposta é simples. O sonho brasileiro – the brazilian dream – é conseguir vencer na vida sendo ignorante, burro, não aprendendo nada, apenas enganando e roubando os outros. Esse é o máximo de sucesso que o brasileiro aspira. Vencer na vida sendo honesto, dizendo a verdade, tendo cultura e competência é algo que causa ojeriza ao ethos nacional. O Lula é o maior exemplo sucesso no Brasil pelos seus defeitos, que, aos olhos populares, são qualidades. É rico, mas não trabalha há mais de 20 anos. Teve todas as oportunidades, mas preferiu não se educar e permanecer ignorante. Não apesar disso, mas por causa disso, chegou aonde está.

sábado, 28 de outubro de 2006

Newsflash

O Brasil precisa de um partido de direita, comprometido com ideais liberais (economia) e conservadores (social), com um líder carismático (mas não muito), e com o apoio de intelectuais (no sentido próprio da palavra, ou seja, que não sejam capachos ideológicos da esquerda) capazes de demonstrar que é a esquerda que é autoritária e "fascista".

(E alguém que explique para todo mundo que os revolucionários querem manter tudo como está e os conservadores querem mudar tudo).

Vocês viram o debate? O Alckmin balançando a cabeça feito um tonto enquanto o Lula mentia (e desmentia) na cara dele? Parece que foi algo planejado, já que o ambiente estava mais para palanque populista do que debate de idéias. Pelo que consta, José Serra queria falar do Foro de São Paulo na eleição de 2002, mas foi proibido pela Justiça Eleitoral. Independente disso, o Alckmin deveria ter feito isso no debate. O Lula faz ameaças veladas a quem ouse tocar neste tema, mas a verdade tem que ser dita. Embora dá para entender quem tem medo do PT.

O Lula é caso patológico da psicopatia leninista de acusar os outros dos crimes que ele próprio comete: fala que, se o Alckmin vencer, o PCC vai tomar conta do Brasil. É o contrário. O Alckmin, tímido, fala "o PCC não é ligado ao meu partido". Insinuar é pouco, tem que dizer abertamente. Está com medo de quê? De ganhar a eleição? Agora é tarde. Uma coisa é certa: o Brasil merece o presidente que vai eleger. Seja ele quem for.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Coisas que gostaríamos de ver

Eu estou totalmente cansado da imagem de tecnocrata almofadinha do Alckmin. Não sou o único.

No debate da Record, o Lula falou três bobagens, e terminou falando "o Brasil agora não é mais submisso aos Estados Unidos". Era a tréplica do Alckmin.

O que ele deveria ter dito? "Agora é submisso à Bolívia e à Venezuela! E, pior ainda, Cuba. Vocês sabiam que o ídolo do Lula, o modelo dele foi excomungado pelo Papa João XXIII? O Lula quer ser igual Fidel Castro, um ditador sanguinário ateu comunista abortista que o Papa excomungou, vai para o inferno! Vocês querem um ateu comunista excomungado abortista tomando conta do futuro das suas crianças? DAS SUAS CRIANÇAS?"

É só repetir coisas como ateu e excomungado que o Povo acaba associando Lula = ruim. Mas, não, não.

O Alckmin ficou dizendo um bando de números, datas, e sei lá mais o quê, com o carisma de uma gravação automática telefônica.

Falando em telefone, era isso que o Alckmin deveria ter dito sobre as privatizações. "Quem aqui tem telefone celular? Antes das privatizações, custava dez mil reais! Quem aqui tem orgulho da Embraer? Antes das privatizações, estava falida! Além disso, quem privatizou a Petrobrás, a Caixa Econômica e os Correios foi o Lula! Encheu aquilo de petistas ladrões, e vive dando dinheiro público dessas empresas para comprar a consciência de jornalistas e artistas! Lula privatizou até a Amazônia! Lula dá dinheiro público para a Carta Capital e Isto É falarem bem dele! Compra matéria com dinheiro público! O Paulo Betti falou que o Lula faz certo de roubar! Mas ganhou patrocínio da Petrobrás para isso! É uma palhaçada!"

Tira as luvas de pelica, Alckmin! Quer ganhar do Lula, tem que baixar para o nível dele.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

The Colbert Report





Stephen Colbert, brincando, fala o que nenhum jornalista poderia falar de verdade. E é engraçado. Check it out. Outro vídeo muito bom é o da Coca Cola Católica, right here.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Tomismo Analítico

Como muitos, também havia concluído que o Séc. XX havia sido um século perdido para a filosofia. A que foi feita, além de muito ruim, era destrutiva, não só de idéias, mas de pessoas. Afinal, foi o século em que os intelectuais se venderam, conforme celebrizado em “A traição dos cléricos”, de Julian Benda. Que traição é essa? Do principal compromisso do intelectual: com a verdade. Esses intelectuais fazem renuncia do juízo moral e de busca da  verdade em nome de um compromisso ideológico. Foi exatamente isso que Geroge Orwell apontou como o papel do intelectual totalitário em “1984”, aquele que tem como único objetivo servir ao partido.


Claro que existe a exceção. E chama-se Tomismo Analítico. Esta escola procura unir o pensamento de São Tomás de Aquino com os avanços da filosofia analítica moderna. Pouco se fala disso no brasil. Na verdade, de acordo com o Google, um sujeito só. O centro propagador dessas idéias é a Inglaterra, especificamente a universidade de Oxford. Trata-se de uma das mais antigas universidades da Europa, fundada pela Igreja Católica, como pode ser visto por este mapa. A mesma universidade que tem um dos ateus militantes mais agressivos também tem um dos filósofos católicos mais importantes, Peter Geach. Nada tão surpreendente, considerando-se que, em sua lista de notáveis, esta universidade conta com C. S. Lewis, J. R. R. Tolkien, sete santos, incluindo Thomas Moore, dezoito cardeais, entre eles John Cardinal Newman, e um papa. Compare isso com uma universidade brasileira. Impressionante.


De qualquer modo, Peter Geach realmente é sensacional:


"He defends the Thomistic position that human beings are essentially rational animals, each one miraculously created. He dismisses Darwinistic attempts to regard reason as inessential to our humanity, as "mere sophistry, laughable, or pitiable." He repudiates any capacity for language in animals as mere "association of manual signs with things or performances."

sábado, 29 de julho de 2006

Pure 80's




Nada mais 80's que Stan Bush cantando The Touch, da trilha de Transformers: The Movie. Se algo assistível já passou na MTV, foi este clipe. A inconfundível cabeleira mullet, os defeitos especiais de laser, tudo para compor alguns minutos de diversão. Imagino que transformers fosse passado no Brasil, o Optimus ia se transformar num jegue o Megatron numa espingarda. É notável, mas vão ter que gramar para achar um protagonista brasileiro com um senso ético mais apurado que um robô japonês de um desenho animado. Enquanto isso, a nova versão vem aí.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

O eterno duelo entre conhecimento e falsidade

Sensacional ensaio sobre Michael Polanyi, inversão moral e niilismo.



"Polanyi, the scientist, became convinced that the source of the nihilism and self-destruction that he witnessed rested on a false understanding of the nature of knowledge and the act of knowing. He called this false notion of knowledge “Objectivism” and sometimes “Scientism”. This ideal of knowledge elevated methodological doubt as the primary element in dependable knowledge. That which was really real was that which could be known by the dispassionate, distanced, neutral observer on the basis of direct observation. All tradition was to be doubted and was indeed the enemy of truth. The world was divided into a rather small of world of assured “facts” and dubitable “beliefs”. Facts were things that were so well-established by observation and doubt-inspired testing that they were established as public facts and dependable knowledge. Everything else was “belief” or opinion or values. In a free society one is entitled to hold the beliefs one wants but they are clearly an inferior kind of knowledge that must give way before public facts. To assert a belief as universally valid is thought of either as an act of ignorance or an immoral grab for power and perhaps both. Polanyi recognized that this popular understanding of what is objective and therefore trustworthy is deeply flawed and in particular cannot account for science itself and especially for the process of scientific discovery which depends on long schooling in a community of tradition and a passionate faith in the existence of truth. Polanyi thought that Augustine had got it right, “I believe in order to understand,” and that belief was foundational to all knowing and that nothing could be doubted except on the basis of some other belief. There are many other elements in his sophisticated critique of “the modern mind” including his important idea of “tacit knowledge.” But this is enough exposition to get to his important idea of “moral inversion.””



Via Pontifications. Leiam tudo.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

O terror niilista de Lovecraft

Quando escreveu “At the Mountains of Madness”, Lovecraft estava desmistificando suas criações. Os deuses malignos nada mais eram que aliens. Por mais medo que você vai ter do Alf, ou dos Aliens que devoram o estomago do Sigourney Weaver, não são tão impositivos quanto o terror sobrenatural. Dizem até que o livro "Eram os deuses astronautas" foi inspirado no original conceito de Lovecraft de astronautas antigos.


O terror que Lovecraft buscava era outro. O terror do niilismo. Porque o mundo de Lovecraft não tem bom nem mau, certo e errado. Tem caos, desgraça e destruição. Não existe bem ou qualquer possibilidade de redenção. Até o mal é materialista e cai naquele terror que Nietzche alertava contra. Pior que os deuses pagãos malignos querendo pegar você são uns alienígenas antigos poderosos que se lixam para sua existência. Toda a humanidade é uma porcaria inútil. E nem é uma crítica propriamente dita, isso. É mais sincero, honesto e interessante o que o Lovecraft faz com esse materialismo do que Sartre ou Marx.


E o niilismo, em ultima análise, limita o quão a obra do Lovecraft pode ser interessante. Tudo bem, dá medo mesmo realmente o caos absoluto do terror sombrio, mas é repetitivo. Pode ser brilhante, mas é um X-Files brilhante. Os personagens ou se dão mal ou não resolvem nada. E nem tem como resolver, porque tudo é ruim. Então, what's the point?


É interessante notar que a obra de Lovecraft era pouco conhecida em sua época, tendo sido mais admirada depois, graças aos esforços de August Derleth, que cunhou o termo "Mythos" e o ampliou com novas histórias. Foi um grande divulgador, mas não é muito querido dos fás hardcore. Isso porquê Derleth é caótico, e tenta criar uma dicotomia bem e mal no universo caótico e ateu do Lovecraft.


Sob muitos aspectos o que Lovecraft representa é uma certa cosmovisão bastante peculiar. O mundo é fruto caos, nós não temos importância, o bem não existe. Já ouviram antes? A diferença é que ele faz isto com estilo, e dá a esta idéia o sentido que ela verdadeiramente tem, de uma história de terror.

Dream Destiny Returns

Deste dia em diante, inaugura-se Dream Destiny 2.0. Como prova de meu intento, mudei nome dos links. Template novo dá preguiça. Quem sabe um dia eu mudo para o typepad.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Beatiful people discute religião

Conversa com o cast do "Código Da Vinci", que estreou em Cannes e bombou, no sentido pejorativo. O entrevistador:



"There have been calls from some religious groups, they wanted a disclaimer at the beginning of this movie saying it is fiction because one of the themes in the book really knocks Christianity right on its ear, if Christ survived the crucifixion, he did not die for our sins and therefore was not resurrected."



Nesse ponto Tom Hanks faz cara de idiota e resmunga "Uhh Wha?"



Ora, bolas, o ator não sabia que, ao negar a cruxificação de Cristo, o filme nega a Ressureição? Será que ele é tão idiota? Enfim, fica mais ridículo:



"What I'm saying is, people wanted this to say 'fiction, fiction, fiction'. How would you all have felt if there was a disclaimer at the beginning of the movie? Would it have been okay with you?"



There was a pause, and then famed British actor Ian McKellen [Gandalf of Lord of the Rings], piped up:



"Well, I've often thought the Bible should have a disclaimer in the front saying this is fiction. I mean, walking on water, it takes an act of faith. And I have faith in this movie. Not that it's true, not that it's factual, but that it's a jolly good story. And I think audiences are clever enough and bright enough to separate out fact and fiction, and discuss the thing after they've seen it."



Pronto, o Sir Gandalf meteu os pés pelas mãos. Lá se foram os tempos em que cavaleiros precisavam defender a cristandade e a verdade. É a modernidade.



Entretanto, se é para ser moderninho, what's the point of being a knight?


terça-feira, 16 de maio de 2006

Dan Brown é uma besta

Por onde começar? Que tal o título? Da Vinci não é nome nem sobrenome. Qualquer pessoa que entenda qualquer coisa de arte sabe que o nome do grande pintor renascentista era Leonardo. Da Vinci era o lugar de onde ele era. É o mesmo que chamar um livro sobre o código de Lawrence da Arábia como "Da Arábia Code".



Porque Down Brown vende? Apenas um idiota pode escrever uma burrice tão eloqüente que milhões de idiotas mundo a fora vão gostar e torrar sua graninha. Muito raro um gênio mover multidões, em geral isso fica a cargo de idiotas com sorte. É o lixo absoluto da humanidade. Não é apenas que é mentira. Não é apenas que é má fé. Mas também é extremamente estúpido. As pessoas são extremamente crédulas na hora de acreditar em qualquer coisa que seja contra o cristianismo.



"A man who won¹t believe in God will believe in anything." - Chesterton


segunda-feira, 24 de abril de 2006

Infâmia

Dizem, agora, que o orkut deda quem visitou o seu profile. Uma má notícia para stalkers e outros tarados da internet. Mas já é de longe que o Orkut tornou-se execrável. Não existe dignidade possível quando qualquer adolescente espinhenta tem 572 fãs.

Trilhas sonoras de blogs

Peço desculpas antecipadamente por este post sobre as Blog Soundtracks.



Carnaval



Ei, você aí, escreve um post aí, escreve um post aí.



Olha o template do Mané, será que ele é, será que ele é?



Você pensa que talkback é comment? Talkback não é comment não.



Pop Nacional



Hoje é festa lá no meu bloguê / pode aparecer / vai rodar post-lelê.



Você não acreditou / Você sequer olhou / Disse que meu blog era ruim pra você linkar / Mas, agora que tem muitos hits você quer / Eu te linkar



Todo post bem ruimzinho / Você pode retificar / Num comment com espinhos / Você pode se arranhar / Se o bem e o mal existem / Você pode selecionar / É preciso saber blogar



Pop Internacional



My name is Luka / I live on the comment box / my blog is on the same blogspace / Yes I think you visited before.



Like a new blog / visited by the very first time / like new blog / with your link next to mine



Post through the part / And you’re to blame / You give blogs a bad name / I post my part and you post your game / You give blogs a bad name


quinta-feira, 16 de março de 2006

Lula Sabia?

Das duas, uma. Ou o Lula sabia e é corrupto, ou não sabia e é incompetente. A corrupção ocorreu perto demais do presidente. Ele tinha que, ao menos, saber, se tivesse a menor idéia do que ocorre a sua volta. Se fazer de bobo pode absolve-lo do envolvimento direto, mas não da omissão. Ele tinha o dever de saber e fazer algo a respeito. Se soube, não fez. Se não soube, deveria. Em ambos os casos, não tem condições de ser presidente.



A oposição não pediu o impeachment. Uns acharam que era melhor deixar o Lula acabado para ganhar a próxima eleição fácil. Outros ficaram com medo do Lula se transformar num Chavez o Brasil virar uma ditadura. Jeressati disse exatamente isso numa entrevista à Veja. A idéia não é absurda, já que o presidente disse que a Venezuela tem excesso de democracia. Não foi o primeiro governo autoritário que o Lula elogiou. Ele também admira as ditaduras de Cuba e do Gabão, onde os ditadores estão no poder há décadas. Poderia até tentar, mas não iria conseguir. Quando tinha mais prestígio, o governo já tentou acabar com a independência do Poder Judiciário, o poder de investigação do Ministério Público, e com a liberdade de imprensa. Falhou nos três casos.

terça-feira, 7 de março de 2006

Simpsons ao vivo

Viaxou na maio essay.