domingo, 19 de dezembro de 2004

Aos libertários de esquerda

Como permanentemente abolir a propriedade privada e suprimir a livre iniciativa, mantendo constante vigilância, sem instituir um estado totalitário?

Some things can't be described

They must be experienced.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Educação

Se fala demais sobre a importância da educação no Brasil. Tem propaganda do governo na TV. Até a ONU participa. A verdade é que nunca se ensinou tanto no Brasil, e nunca os jovens foram tão mal educados.



Jovens de classe média, bem vestidos, sentam no fundo do ônibus. Gritam indecências para mulheres na rua. Tratam as meninas do grupo como bicho, mandam calar a boca. Elas toleram. Esse tipo de comportamento vem de quem, provavelmente, deve passar de ano no currículo estatal estabelecido pelo governo. Inútil.



Antes, mesmos os semi-analfabetos eram pelo menos bem educados. Por favor. Obrigado. Com licença. Expressões que vão sumindo do vernáculo. De nada adianta saber o binômio de Newton ou o teorema de Pitágoras mas tratar mulheres como lixo, e gritar pela rua como vândalos. Os físicos e matemáticos clássicos provavelmente não apreciariam esse comportamento vexatório ou veriam propósito em ensinar conceitos complexos a quem não tem noção do mais básico.



Estamos apenas adestrando bárbaros a reproduzir cacoetes sem compreender ou refletir sobre seu significado. Não é nem conhecimento, nem sabedoria, não é nada. O Estudo que coloca o Brasil lá embaixo em termos de educação é só mera conseqüência disso. Não adianta tentar ensinar matemática ou física melhor, enquanto não se der boa educação. Torrar quase todo investimento público no setor na educação superior onde se concentram as castas ideológicas dos burocratas pouco ajuda. O investimento estatal é péssimo, e inverte as prioridades. Pouco ajuda também que muitos professores estejam mais preocupados em doutrinamento ideológico do que ensinar qualquer coisa.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

Fazemos parte do ocidente? Ora, pois!

Bem popular na Inglaterra, Serendipity é uma palavra que significa achar coisas por acaso.


E foi por acaso que achei a informação inusitada de que muitos países ocidentais não consideram o Brasil um par. Aos olhos de muitos na Europa e nos EUA, não fazemos parte do ocidente.


I kid you not. Muito tempo atrás lembro de uma reportagem na Globo (bota antigo nisso: TV aberta, Pedro Bial) confronta um inglês sobre um assunto qualquer no que este justifica-se afirmando que, no Brasil, o tal problema não tinha tanta relevância quanto nos países ocidentais. Estávamos excluídos desse Country Club espetacular que é o ocidente.


Ora, trata-se de um inglês maluco ou ignorante, deste que acha que a capital do Brasil é Buenos Aires. Nada de importante. Entretanto, temos depois, acabei encontrando outras evidências aleatórias. Aparentemente, aonde há uma classe universitária sobre culturas não-ocidentais, esse enorme saco de gatos, lá esta jogada a América Latina e, por decorrência, o Brasil.


Dei-me o trabalho de passar e-mails para discutir o tema com professores desde o EUA até o Japão (o que um americano fazia lá é outra questão). Alguns responderam e travaram um debate inteligente. Mesmo dando alguma razão aos meus argumentos de que somos de fato ocidentais, no fim, de nada adiantou.


Mas não devemos nos satisfazer com o que acham de nós, até porque a própria visão nacional é dúbia sobre o tema.


Por um lado, os próprios brasileiros costumam achar que fazem parte integrante do ocidente. Quando troquei alguns e-mails com os articulistas do Manhattan Connection (don't hold that against me), não deram crédito a esta teoria. Até comentaram no ar, en passant, mas foi a Lucia Guimarães que respondeu. Talvez hoje em dia o Diogo Mainardi tivesse uma opinião diferente.


Ocorre, entretanto, que essa integração com o ocidentel é parcial. Talvez os brasileiros até desejem, mas em grande parte não acreditam. Por sinal trata-se de algo típico do discurso do latino americano explorado. Conclui-se que tanto lá quanto cá o Brasil não está no ocidente em quesitos meramente econômicos.


E quanto a aspectos religiosos? O Brasil tem uma cultura judaico-cristã. O cristianismo surgiu no oriente. A Igreja Católica Romana é, sem dúvida, a maior religião do Ocidente. Se um país asiático converter-se majoritariamente ao catolicismo, será considerado ocidental? Em Timor Leste fala-se português (olha outro critério) e tem-se uma maioria católica. Essa nação faz parte do ocidente?


Apenas como nota final, não vale a pena falar em etnias. Não porque o Brasil seja uma mistura, mas porque estamos falando de cultura ocidental, e confundir cultura com etnia é típico de bizarrias de séculos passados. Melhor, portanto, ficar com os critérios disponíveis.

Serendipity

A Veja informa ser a favorita dos ingleses em sua língua materna de acordo com uma pesquisa feita pela revista Encarta em 2000 é a engracadinha Serendipity. Mas a grande campeã para o universo de falantes de inglês do mundo é outra. Aqui está o Top 10:



  1. Mother

  2. Passion

  3. Smile

  4. Love

  5. Eternity

  6. Fantastic

  7. Destiny

  8. Freedom

  9. Liberty

  10. Tranquillity


Que coisa, Destiny está bem colocado, mas Dream não entrou na lista. Talvez fosse melhor mudar para Freedom Destiny? Tambem ficaram bem colocados tanto bonitinhas quanto Pumpkin e Giggle quanto incomuns como whoops e cosmopolitan.


sábado, 11 de dezembro de 2004

Escolha

A fé é uma questão de escolha. Nós escolhemos no que queremos acreditar; fatos, verdades históricas e racioncínos lógicos vêm em segundo plano. Mesmo que alguém diga “Dane-se”, isso é também uma escolha.


As pessoas escolhem não acreditar ou não se importar. Podem, ainda, interpretar fatos de acordo com a escolha que já fizeram.


Vamos ilustrar a questão com um exemplo do que é uma verdade de fé para praticamente dois terços da humanidade: a história de Moisés.


A narrativa Bíblica é impressionante, e por este motivo céticos afirmam que os fatos ali narrados não podem ter ocorrido naturalmente. Ora, para os que acreditam, se isso fosse verdade, seria apenas mais uma evidência da ação de Deus.


Entretanto, a arqueologia tem dado oportunidades interessantes de se estudar a situação. Fatos bíblicos que antes eram tratados como lenda ganham peso com novas descobertas como uma cidade no delta do Nilo, a presença confirmadas de povos semitas, e até mesmo os estábulos para centenas de bigas egípcias. Acredita-se que muitas das pragas impostas ao Egito podem ser explicadas como fenômenos naturais. Existem muitas teorias sobre o tema, e uma delas afirma que o Êxodo ocorreu ao mesmo tempo de uma gigantesca erupção vulcânica no mediterrâneo, e o tsunami resultante poderia explicar momentos espetacularescomo o afastamento do mar e a enxurrada que afogou o exército egípcio. Talvez por um equivoco na tradução, o nome do mar por onde o povo hebreu escapou tenha sido trocado. Se não for o mar vermelho mas outro corpo d'água, um maremoto gigantesco com uma velocidade destrutiva poderia facilmente dar conta de um exército da antiguidade. Já foram observados estragos gigantescos em versões que tem apenas uma fração da força do que ocorreu.


Vamos supor, para os propósitos dessa discussão, que tudo pode ser explicado, de fato, de maneira natural. Um ateu dogmático verá apenas mais uma prova de que todos os fatos têm explicações científicas. Mesmo sendo a narrativa Bíblica pura verdade, o que ele sempre negou que fosse, ainda assim uma confirmação apenas o deixaria mais firme em sua opção de fé. Um religioso, de outro modo, veria na confirmação histórica dos fatos narrados nas escrituras apenas mais fatos para justificar sua fé. Tudo uma questão de escolha.


Estudos arqueológicos, e a ciência de um modo geral, por mais interessantes que sejam, não parecem ter o escopo de mudar a fé de ninguém. Como novos fatos e descobertas objetivas são interpretados subjetivamente, cada individuo escolhe como fazê-lo. É pura verdade que se pode optar por, em face de novos fatos, mudar seu entendimento. Mas o que causou essa mudança foi sua escolha. Não são os fatos que determinam a crença, mas a íntima convicção de cada um.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

Eugenia e outros males

Leiam isso, e, por favor, isso.



G. K. Chesterton falando sobre Eugenia. Absolutamente brilhante.



Trechos:



The Tyranny of Science

"The thing that really is trying to tyrannise through government is Science. The thing that really does use the secular arm is Science. And the creed that really is levying tithes and capturing schools, the creed that really is enforced by fine and imprisonment, the creed that really is proclaimed not in sermons but in statutes, and spread not by pilgrims but by policemen--that creed is the great but disputed system of thought which began with Evolution and has ended in Eugenics."



Capitalism and Socialism

"In short, people decided that it was impossible to achieve any of the good of Socialism, but they comforted themselves by achieving all the bad. All that official discipline, about which the Socialists themselves were in doubt or at least on the defensive, was taken over bodily by the Capitalists. They have now added all the bureaucratic tyrannies of a Socialist state to the old plutocratic tyrannies of a Capitalist State."



Esse livro foi escrito antes da primeira guerra mundial. Acertou em cheio em praticamente tudo, especialmente nos resultados horrendos da eugenia na Alemanha. Chesterton, há um século, tinha uma visão de mundo mais clara sobre o mundo de hoje do que a maioria, incluindo as classes supostamente pensantes.



Obviamente, é inevitável que idéias como estas sejam sistematicamente omitidas no universo cultural de nosso país. Não exatamente por uma conspiração, mas pelo inexorável estrago causaria nos cacoetes culturais estabelecidos. O tão prezado establishment cultural rui catastroficamente frente a devastadora argumentação.



Trata-se de uma obra que quase certamente é muito melhor do que quase todo o conteúdo completo de livrarias brasileiras, com raríssimas exceções. É difícil que se pretenda compreender o mundo contemporâneo sem o conhecimento das idéias básicas descritas neste livro.

A Luta dos Libertários

A principal divisão dos libertários, no conceito norte-americano da palavra, provavelmente é entre lutar pela diminuição do Estado ou por sua destruição. Os primeiros são acusados de fazerem um compromisso com o sistema, subjulgando-se a ele. Os segundos recusam qualquer medida prática de ação visto que não aceitam o Estado em nenhuma forma.


A questão é que o Estado tem uma tendência de crescer. Os liberais clássicos não foram capazes de impedir o crescimento estatal, nem dentro de uma democracia. Portanto, qualquer tentativa dentro do sistema para diminuição do Estado seria fútil.


Essa percepção parece ser parcialmente correta, uma vez que o próprio Hayek previra que a tendência da sociedade era o intervencionismo estatal. Entretanto, e o próprio economista percebeu isso mais tarde, essa tendência encontrou limites naturais. Nem liberdade, nem intervencionismo, o mundo parece oscilar entre ambos. Essa tendência poderia ser refletida tanto na China, que aumentou um pouco a liberdade na esfera econômica, quanto nos EUA, que progressivamente vem se tornando mais intervencionistas em diversas áreas da sociedade.


O grupo que não quer negociar tem alguma razão ao afirmar que não adianta. Mas perde a razão ao concluir que, então, o negócio é lutar contra o Estado sem nenhum compromisso em diminuí-lo. Essa posição foi difundida no Brasil pelo Marcello Tostes, no site “O Individuo”. Se o argumento é a falta de sucesso dos liberais clássicos, o que, afinal, os anarco-capitalistas tem a apresentar?


Talvez uma postura mais adequada seja a de os libertários devam lutar pela diminuição do Estado, independente do posicionamento porque, em última análise, o que ocorre é que uns querem diminuir mais do que os outros.


Já ocorreram três tentativas de se criar uma nação sem Estado dentro dos princípios libertários. A primeira foi a tentativa de construção de uma ilha flutuante, que foi parar perto do Haiti, e foi frustada pelo ditador local. Outra envolveu uma cidade a ser feita em um atol no pacífico sul, e foi dominada pelo Rei de Tonga com um único navio leve de combate. Finalmente, alguns libertários tentaram se unir a uma revolta separatista em Tuvalu, mas foram frustados por tropas de Papua Nova Guiné e Austrália.


Agora, finalmente, uma nova iniciativa que deve agradar aos dois lados, Free State Project. O objetivo é juntar 20.000 libertários no estado americano de New Hampshire e trabalhar dentro do sistema para diminuir o peso e o tamanho do Estado. O símbolo adotado é o do porco espinho, que é pacífico se deixado quieto, mas que sabe se defender quando atacado.(via FYI)

Return of the King Extended

ARAGORN: Sons of Gondor! Of Rohan! My brothers. I see in your eyes the same fear that would take the heart of me. A day may come when the courage of Men fails, when we forsake our friends and break all bonds of fellowship, but it is not this day. An hour of wolves and shattered shields when the Age of Men comes crashing down, but it is not this day! This day we fight! By all that you hold dear on this good earth, I bid you stand, Men of the West!

Monkeys bites Batman

Quem procura por presídios crianças lúdico no google?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

Definição de Socialismo III: Eye of the Tiger

O direito inalienável de burocratas e políticos de deter o poder absoluto sobre a sociedade


Mais um presente para os alunos que vem aqui catando definições no google, mesmo fora do período escolar

Especialistas concordam

Arte moderna é uma merda. Ou melhor, uma urina. Via Forsit

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

A Ansiedade da Convicção

Você sabe qual é a verdade. Mas não convence a ninguém. Não acreditam. E você tem plena consciência tanto da realidade factual quanto da inexorável
descredulidade. Eles estão por aí, mas ninguém acredita em você.



* Insira aqui o que achar melhor.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

Sai! Sai! Sai!

Best Gif Ever:





I Concurso Dream Destiny: crie uma boa frase para acompanhar a imagem acima. Referências ao cinema nacional são óbvias, mas aceitáveis.


Tem gente famosa demais no mundo

Especialmente quando se pergunta muito "É famoso porque mesmo?"