quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

A Guerra de Narnia

Centauros e guepardos de um lado, minotauros e lobos de outro. Nas telas do cinema, a batalha é entre o exército de Narnia contra as forças da feiticeira branca. No mundo real, o combate ocorre entre fãs dos livros e seus detratores. Méritos literários a parte, o pano de fundo é a batalha entre cristianismo e o secularismo.


As alegorias do filme encaixam-se muito bem neste debate. Do lado do bem está o cristianismo, que luta com a verdade. Do lado mal está o secularismo e outras esquisitices. Um dos mais vocais detratores de Narnia é um inglês, autor de uma série de histórias infanto-juvenis no qual o cristianismo é uma perversa mentira, e o objetivo é destruí-lo. Os protagonistas lutam contra a vilã, que é a Igreja. Não vale a pena discutir essa porcaria regurgitada em extensão. Aquela conversa banal e ridícula sobre como religião é uma opressão, o mesmo papo furado de sempre.


Exista quem diga que chamar esta história de anti-cristã, apenas pelo fato de que isso é verdade, é um exagero, um delírio. É o mesmo tipo de pessoa que acha absurdo qualquer crítica contra “O Código Da Vinci” com base no fato de que é o que é, ou seja, um ataque contra o cristianismo. Dizer o óbvio ululante num ambiente infestado pelo politicamente correto é uma grosseria.


Para quem acompanha o assunto, não deve acusar surpresa saber que ambas as obras literárias são recopilações de temas gnósticos. Na verdade, não importa muito o porquê do ataque. Pode ser secularismo, gnosticismo, marxismo, vago esquerdismo, ou um lado espiritual independente de religião, pode ser o que for, desde que seja contra o cristianismo. É exatamente isso que Lewis já suspeitava via acontecer em sua época, assim Chesterton antes mesmo de escrever “The Everlasting Man”, livro que ajudou a converter o primeiro.


A obra de Narnia pode ser criticada pelo uso direto de alegorias, como conhecidamente já foi feito, na época, pelo próprio Tolkien, amigo de Lewis. Pode ser uma mistura com pouco critério de mitos e lendas. Mas não é uma obra racista e imperialista apenas porque os heróis são ingleses. Não é uma tanto obra anglo-cêntrica quanto uma obra inglesa. Será que as obras de Machado de Assis são brasilo-cêntricas porque os heróis são brasileiros? O mesmo tipo de acusação nonsense é feito contra sobre Tolkien. Oh, falta diversidade étnica ali naquela obra clássica. Nada mais cult que um coreano na Ilíada e um grego num filme sobre a coréia medieval.


Essa mesquinharia é pretexto para atacar a obra. Tenta-se achar chifre em cabeça de cavalo – o que, de resto, até que é possível em Narnia, onde existem unicórnios. O objetivo real é atacar uma obra que é tida como subversiva e tóxica por ser cristã. E o cristianismo realmente é subversivo e tóxico à ordem anti-cristã que, parafrasenado Lewis, “não é um leão domesticado”.


segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Tenho um lado fraco

Por causas românticas e quase perdidas. Abaixo assinado contra o aborto. Agora eles vão nos ouvir. A bem articulada juventude católica brasileira já conta com 137 assinaturas contra o aborto. Sim, os muros corruptos e seculares de Brasília tremerão.



Em tempo, não duvido em absolutamente nada que agnósticos assinem essa lista. Conheço vários agnósticos que se opõe ao aborto com intensidade muito maior que católicos. O agnóstico contra o aborto toma uma atitude muito mais cristã que o católico que é contra. Tenho por eles certa admiração, na medida em que fazem isso unicamente pela força de suas convicções. Isso torna particularmente complicado compreender como um católico pode ser a favor.



The horror. O Estado possui um "Portal da Saúde" a favor do aborto. Certamente não é a favor da saúde intra-uterina, já que são a favor de seu assassinato em massa. Parece algo da Novilíngua saído das páginas de 1984, onde a palavra Saúde passa a ter um significado um tanto sinistro. Isto tudo com nossos reais de nossos impostos.



Upon horror. Um artigo no jornal inglês UK TIMES sobre bebês que nascem vivos após tentativas de aborto. O "problema" poderia ser revolvido se os praticantes apenas injetassem cloreto de potássio no coração dos bebês, mas eles estão relutantes em fazer isso.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Compasso Político

Economic Left/Right: 4.00

Social Libertarian/Authoritarian: -1.44



Fiz este teste em 2004 e os resultados foram


Economic Left/Right: 6.75

Social Libertarian/Authoritarian: -1.64


Melhorou ou piorou?


Fiquei mais para o centro nas duas áreas. Sinal de maturidade, quem sabe.


O teste é meio fora de compasso. Algumas perguntas têm um viés banal. É um preconceito tolo achar que é autoritarismo considerar a principal tarefa de uma mãe, e alias do pai também, cuidar dos filhos. Ou ainda que a escola ensine religião.


A colocação das personalidades tem cosias sem sentido. Colocar o João Paulo II e o Papa Bento XVI e como autoritários à esquerda é um erro. A Igreja condena individualismo exacerbado, por outro lado condenava completamente o coletivismo. Basta lembrar desta homilia, que também foi uma influência para curta minha caminhada rumo ao centro:


“ A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi não raro agitada por estas ondas – lançada dum extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até ao ponto de chegar à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical”


Outros resultados:


FYI


LLL


Faça o teste do Political Compass você também!

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Cada coisa

Como eu explico que isto é se auto-segregar? É o oposto da inserção social. Talvez em Montgomery, Alamaba, 1955, um projeto de uma TV só para negros seria bem visto. Eles adoravam ter tudo separado. A luta era pelo liberdade de misturar. Rosa Parks se tornou uma heroína ao desafiar a segregação e romper com os espaços que separavam negros de brancos.

O Grande Michael Ramirez


Quem não quiser se registrar neste ou outro site qualquer, tente o bugmenot.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Carta ao Congresso

Prezados Senhores,


Venho rogar que v. exas. tenham a honradez de manifestar-se de modo inequívoco contra a pratica do aborto prevista na votação do Projeto 1135 neste dia 9 de novembro.


Vamos provar, de uma vez por todas, que o Brasil não é o quintal intelectual do mundo e possui capacidade de pensamento próprio. Ao invés de seguir práticas temerárias, vamos dar um exemplo ao mundo de valorização da vida. Se o Brasil lutar contra o aborto, seremos verdadeiramente líderes que tem a coragem de agir de acordo com convicções morais, e não tolos que seguem a moda politicamente correto.


De mais, trata-se de uma vida humana, algo que v. exas. não tem o direito de autorizar ninguém a tirá-la. Seus mandatos não lhes dão tal poder. O aborto é inconstitucional por que viola o direito à vida. Este direito está acima da Constituição, de opiniões, de casuísmos, de referendos e votações. É a pedra basilar sobre todo o edifício da sociedade humana que está construído. Não se trata de uma postura religiosa, mas de respeito pela vida humana.


Rio, 9 de Novembro de 2005.


Podem copiar esta carta. Enquanto dos estão distraidos com referendo e escândalos, tentam aprovar o aborto de modo sorrateiro. Infelizmente, existe pouca chance que membros do congresso de uma comissão com um nome que parece um bordão de um manual de propaganda política sejam sensíveis a tolices conservadoras como o valor da vida humana, mas vale à pena tentar.


Lista de e-mails dos deputados da Comissão de Seguridade Social e Família:



sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Jogando Civ4 e Trabalhando

Enquanto isso, um pouco de diversão. Enfim, nada como um conjunto musical composto por personagens secundários de filmes B de ficção dos anos 70 e o que parece ser um clone do Sargento Pincel e um Val Kilmer com cabelo new wave.

sábado, 22 de outubro de 2005

A Máscara do Herói

“Spider-Man is all but invincible, but Peter Parker, we can destroy him!” – Green Goblin, Spiderman (2002)


“People need dramatic examples to shake them out of apathy and I can’t do that as Bruce Wayne. As a man, I’m flesh and blood, I can be ignored, I can be destroyed, but as a symbol… as a symbol I can be incorruptible, I can be everlasting.” – Bruce Wayne, Batman Begins (2005)


A dinâmica entre a “identidade secreta” e o “alter ego”, embora presente em lendas e mitos, não é de todo alheia à vida comum. Comumente diferenciamos entre o “homem público” e o “homem privado”, entre a vida e família e a vida profissional. Desde bem cedo as crianças agem de modo diferente junto aos colegas na escola ou em casa com os pais. Muitas vezes esquecem-se disso quando ficam adultos e tem seus próprios filhos. Mas desde cedo a vida possui essa separação entre os diversos mundos. Muito embora esta parece aos adultos por demais trivial na idade infantil, é quando começa a existir. Talvez por isso a dinâmica de herós e identidade secreta ressone de modo tão intenso no mundo infantil, e guarde seu apelo universal.


Por vezes busca-se mitigar ou diminuir o apelo e força da vida familiar, e um exeplo disso é a norma eclesiástica para que bispos não possam se casar. Na Igreja, até hoje o celibato é a norma na Igreja de rito latino. A vida familiar é restrita de modo a tornar exclusiva à dedicação à vida religiosa.


Essa dinâmica é tangenciada no mundo dos quadrinhos, onde heróis sacrificam em grande parte sua vida privada em prol de sua ocupação de combater o mal. Os dois filmes selecionados ilustram muito bem essa questão. A vida privada não é apenas prejudicada pelo heroísmo, mas risco se abate sobre as pessoas próximas. A identidade secreta visa a proteger tais pessoas, e também ao herói. Por mais que um herói seja invencível, seu alter ego tem toda a fragilidade humana.


E funciona ao contrário, também. Ao colocar a máscara, os heróis se tornam mais do que meros homens. Como símbolo, ao menos na mente de seus oponentes, perdem sua fragilidade humana. Um bom exemplo disso é o Fantasma. Existiram vários. Individualmente, podiam ser mortos. Mas sempre havia um outro que assumia a máscara. O heróis torna-se assim imortal e incorruptível.


Qualidades cinematográficas a parte – e são discutíveis – o filme A Mascara de Zorro é um bom exemplo, a começar pelo título e premissa. Zorro, como todos sabem, é um herói invencível que facilmente derrota quaisquer forças que tentem detê-lo. Exatamente ao perceber isso, o vilão local, num insight raro, percebe que o herói pode apenas ser destruído sem a máscara. Desse modo, com uma trama descobre a identidade secreta. Dom Diego, sem a máscara, em sua casa, com sua mulher e filho sob perigo, luta nobremente mas é derrotado. Mas não é o fim de Zorro, justamente porque outro personagem, o bandido Alejandro, toma a máscara, tornando-se o novo Zorro.


Estratégia similar empreende o Duende Verde em Spider Man, ao atacar exatamente aonde o herói é mais fraco, ou seja, colocando em risco sua Tia May e a mulher de quem gosta, Mary Jane. Mesmo o vilão de Batman Begins prefere atacar seu inimigo sem máscara, em sua casa. Não apenas porque fica mais frágil, mas porque o herói não luta bem sem máscara. Bruce Wayne apanha fácil. Dom Diego pela primeira vez na vida não derrota os guardas mexicanos. Peter Parker consegue derrotar um brutamontes de colégio, mas na hora de lutar com um super-vilão, não dispensa o uniforme.


Quem leu Batman: Ano Um sabe que treino e dedicação pouco significam sozinhos. Bruce Wayne sem a roupa do Batman sai pelas ruas vestido normal para combater crimes, mas não é levado a sério, apanha e quase é morto nas duas vezes por uns poucos bandidos. No filme, tenta falar com Gordon, mas tem que sair correndo e se estabaca no chão. Bruce Wayne é só um cara esquisito andando por ai batendo em bandidos, não pode nada. Batman pode fazer muito mais. Um homem forte pode lutar contra 6, um herói pode lutar com 600. Exageros a parte, sabe-se que o mesmo sujeito vai lutar melhor se estiver de uniforme, ou se for um cavaleiro.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Desarmamento

A CNBB é a favor do desarmamento. Não é uma postural infalível da Igreja. Está em desacordo, é razoável entender, com o catequismo da Igreja Católica, baseado em São Tomas de Aquino.



Aqui no Rio existe a belíssima Igreja da Santíssima Trindade, no Flamengo. Foi construída durante a segunda guerra, idealizada por um padre francês que, infelizmente, não a viu ficar pronta. Nela existe um local inspirado na Gruta de Lurdes para oração e velas, tendo inclusive uma pedra original na parede.



A Igreja possui estatuas de vários Santos. O padre, claro, fez uma homilia a favor do desarmamento. O interessante é que vários Santos estão muito bem armados, e o arsenal inclui um bastão com pregos (S. Judas Tadeu), lanças, flechas, e até uma espada para S. Joanna Darc. Considerando-se que no momento histórico da construção dessa Igreja a resistência francesa lutava em armas contra a ocupação nazista que queria desarmar a população da França, é realmente algo espantoso.



A opinião parece ter mudado. Na hora de canonizar os mártires da Guerra do Cristeros, executados porque se recusavam a abandonar a fé, os padres que pegaram em armas foram excluídos a priori do processo seletivo. Resta saber se existe algo de substâncialmente diferente numa arma de fogo ou numa espada que justifique isso.

Afinal, parece haver tão somente a confusão entre o objeto e o mau uso deste formando uma impenetrável camada de tolice sobre todo o debate. Que proíbam-se as facas, a água sanitária, os automóveis e as escadas.

sábado, 15 de outubro de 2005

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Dois clipes

Este clipe tem efeito diferente dependendo da pessoa. Ou é ultra-trash ou é extremamente bem feito. Teve um efeito em mim, portanto me likes it.



Um bom clipe faz de tudo. Isso que é uplifiting!

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Dica para cinema brasileiro

Qualquer obra audiovisual brasileira pode se beneficiar imensamente desta simples regra. Basta que tenha, sem nenhum motivo aparente, o Sidney Magal vestido de Zorro.



Sim, praticamente não há filme ou novela que não se beneficie do Sidney Magal vestido de Zorro. O aumento de nível é significativo. Nem tanto como um reconhecimento das qualidades do Zorro, mas uma constatação do lixo cultural que entope essas categorias.



Deve ser algo completamente arbitrário. Do nada, sem explicação lógica, entra o Sidney Magal vestido de Zorro. É uma regra universal. Pode provar. Pense em qualquer filme, qualquer novela, qualquer minissérie, e coloque o Zorro. Fica melhor.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

domingo, 2 de outubro de 2005

Porque Votar Não ao Desarmamento

Porque toda elite bonitona que vai à TV falar mal das armas não vive sem elas.


Porque essa lei aplica-se exclusivamente ao cidadão comum, ou seja, para quem é pobre ou de classe média. Quem é rico ainda pode ter segurança armada. Não muda nada.


Porque os políticos, empresários e artistas ricaços que são a favor do desarmamento vão continuar tendo seguranças armados protegendo a si e sua família, mas o cidadão comum ficará à mercê da bandidagem. O desarmamento é só para você que não é cheio de grana.


Porque o pressuposto maior do desarmamento civil é que a polícia é plenamente capaz de prover segurança aos cidadãos, e se isso é falso de um modo geral, é totalmente falso no Brasil.


Porque retirar o direito de defesa de quem pode menos em locais de segurança pública falida é uma covardia.


Porque os argumentos são baseados vagamente em estatísticas que nunca são apresentadas e postas sob escrutínio. Pode perguntar a qualquer defensor do desarmamento para apresenta-las, e falhará.


Porque países como Canadá e Suíça possuem altíssimo nível de armas por residência, e não tem problemas significativos de violência.


Porque controle de armas é medida típica de governos totalitários. É mais um direito que o Estado priva o cidadão.


Porque o único resultado prático vai ser prender cidadãos de bem que são forçados a se armar porque o Estado é incapaz de protegê-los. E o Estado prefere prender cidadãos de bem a prender bandidos, porque tem medo de enfrentar estes. Na área onde o bandido manda, Estado não manda.


Porque isso é um esquema óbvio que tem como objetivo apenas tirar mais direitos individuais e aumentar a insegurança pública e dependência do cidadão ao Estado.


Porque a campanha é baseada numa propaganda política de baixo nível, recheada de inverdades e falsidades.


Não recomendo ninguém a ter uma arma. Mas acho um absurdo proibi-las. Não que faça diferença, uma vez que já é quase impossível comprar legalmente uma arma. O referendo visa tão somente dar falsa legitimidade a uma perda de direitos.


sábado, 1 de outubro de 2005

Não existe direita no Brasil

Quer saber porquê? Basta dar uma olhada na Lista de Tributos do Brasil (fonte: http://www.portaltributario.com.br)



Direita é a posição contrária à roubalheira tributária, esquerda é a posição favorável. Essa é a única definição política relevante no Brasil. Socialismo, social democracia e afins são apenas conversa fiada para meterem a mão no teu bolso. Pegar dinheiro da sociedade por meio de impostos em nome do bem comum. Bem comum do bolso deles, claro. Reclamam da exploração do capitalismo, mas se amarram na exploração tributária. Mais impostos é mais dinheiro na mão dos políticos, ou seja, mais roubalheira. Tudo que é corrupção, direta ou indiretamente, sai do teu bolso, por meio de impostos. Quanto mais imposto, mais roubo. Não por outro motivo, praticamente todos os políticos do Brasil se declaram de esquerda, e agem de acordo, visando o aumento de impostos para que possam usar para os seus próprios fins. Não interessa o que o político diz, interessa o que ele faz. E quase todos querem aumentar impostos. Será que eles querem isso pelo bem comum, ou pelo próprio bem? Você acha que o que é seu pode ser melhor aplicado por você mesmo, ou por um político que diz agir no teu nome?