Não diga, Sr. Astolfo.
Oh, mas o digo, Sr. Mirandinha. Pois há coisas que precisam ser ditas. E dize-las constitui a antítese de não dize-las.
Então diga, Sr. Astolfo.
Digo, oh, se digo, Sr. Mirandinha. Pois imagino o Sr., obviamente uma pessoa culta, inteligente, um homem deste mundo, tolerante e aberto a diversidade, cosmopolita, que coisa.
O Sr. me envaidece, Sr. Astolfo. Mas, chegando à questão.
Uma loucura, uma loucura, eu te digo. Imagine que hoje, em pleno Séc. XXI, onde o homem já foi até a lua, imagine só.
Sim, Sr.
Como pode ela vir me impor um moralismo intolerante, imperialista, misógino, como pode, Sr. Mirandinha?
Não sei como pode, Sr. Astolfo. É caso de estudo, sem dúvida!
A que ponto chegamos, Sr. Mirandinha! Eis que eu demonstro de maneira cabal e científica, C.Q.D. ali no ato, que o ato outro porquanto ali presenciado era tão somente a culminação invariável de fatores explanáveis naturalisticamente.
Sem dúvida, sem dúvida.
E ela ousa sim, ousa negar este entendimento moderno, progressivo, multilateral, e vir impor sua verdade.
Que audácia.
Sim, audácia! Uma imposição unilateral. Imperialismo moral, é o que é. Como pode ela achar que pode impor seus conceitos medievais de moralidade aos demais outros tais quais como a minha pessoa? Eminha individualidade de ser humano, enquanto gente, ora homem, cidadão? Onde está a cidadania? Onde isso vai parar?
Pois todo homem culto sabe que verdade é coisa que não existe, que tem peitos caídos.
Sim, caídos. Mas, cá entre nós, Sr. Mirandinha, nem os da Julia nem os da Mônica o são, hein? (faz o gesto típico de fonk fonk com as mãos)
Oh se não o são, Sr. Astolfo. (também)
***
Por uma questão de elegância intelectual, escrevi essa resposta antes de ler o post em si, que, agora, pretendo fazer.
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