domingo, 24 de julho de 2005

Alguns Links

* Anunciado novo filme live-action dos Transformers a dirigido por Micheal Bay. Video com algumas cenas o e site oficial, com direito a re-mix da música original. Man, um Transformers live-action produzido pelo Spielberg é alguma espécie de sonho nerd dos anos 80.



* Essa é para os estressadinhos.



* Uma banda que toca musicas de jogos antigos.



* Esses documento não prova nada! Clique no link, pegue o filme Batiman feira de fruta.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

As aventuras de Random Thompson, detetive particular

Meia noite. Beco do Oeste. Um buraco sujo cheio de maltrapilhos que vagam pela vida sem sentido. O cheiro de comida barata emana das chaminés das cozinhas de grotões pustulentos. Meu tipo de lugar. Aqui fica o meu esconderijo, meu reduto, meu escritório.



_ "Senhor Thompson, meu nome é Marcus Valderdayl. Preciso de seus serviços."



Valderley. Laia lastimável de ricaços metidos do lado leste, com suas roupas empetecadas e carrros cromados com detalhes em lima-limão. Valderley. Lembrarei desse nome.



_ "Pois não, Sr. Valderley. Diga-me o que precisa. Sou-lhe todo ouvidos"



_ "É Valderdayl... Dei-o, entendeu?", diz-me Valderley, fazendo biquinho.



_ "Não me interesso por sua vida sexual, mas, como queira, Valderdayl. Diga-me o que o traz ao nosso canto sujo da cidade."



_ "Pois bem, Sr. Thompson. É isto que me traz aqui é uma questão de família."



_ "Seus parentes?"



_ "Não desse tipo de família", diz Valderdayl, tirando uma meleca, "mas de outra, falo de outro tipo de serpente, falo da mafia."



Tudo que eu precisava. Ricos melequentos e mafiosos cruentos.

Que fofo

quinta-feira, 21 de julho de 2005

A ditadura do meio termo

Uma das posições mais extremadas existentes é a posição do meio termo. Sempre querem um meio termo. Vêm armados com um arsenal de clichês. A turma do deixa disso, dos panos quentes. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Tudo em moderação. Nem oito nem oitenta. E por ai vai.



Comportamento patológico que chega às raias do surrealismo. Você afirma que 2+2=4. Outro, por que motivos sejam, diz que 2+2=5. A turma do meio termo que te convencer que, na verdade, a reposta certa é quatro e meio.



São sempre manipulados pelo lado que está errado. Errar é fácil, acertar é difícil. O meio termo entre o erro e o acerto ainda é um erro. Querendo-se a reposta de dois mais dois, quatro e meio é tão errado quanto cinco. A turma do deixa disso entrega o que é certo de mão-beijada em nome de uma vaga noção de tolerância e diversidade. Tudo isso se encaixa no esquema de ditadura do relativismo, termo cunhado pelo Cardeal Ratzinger. Quem acredita em algo de maneira clara e madura é tomado por fanático. Em resumo, os relativistas fanáticos não aceitam que alguém não seja relativista.



Existe uma anedota no mundo jurídico que sempre existe uma teoria mista. Se você não conhece nenhuma teoria sobre um tema, você favorece a teoria mista. Porque sempre tem uma teoria mista. Alias, praticamente só existe a teoria mista. Talvez seja um cacoete de quem leu Hegel e, tragicamente, levou a sério essa patuscada de tese, antítese e síntese. Ostensivamente encontra-se um semiletrado pedindo que você deixe disso, porque sempre tem um meio termo. Um meio termo entre a verdade e a mentira é outra mentira, Dr. Mirandinha!



O mundo vive na teoria mista. Você vive na teoria mista, e nem sabia. As revoluções liberais deram a todos direitos fundamentais inalienáveis na forma de restrições ao poder Estatal. As liberdades de locomoção e expressão indicam que o Estado deve abster-se de praticar ações que lhe tolham esses direitos. Os direitos sociais, contudo, como o nome indica, vem do socialismo, e consistem em ações que o Estado deve e pode exercer para tolher seus direitos individuais em nome de direitos coletivos. Forcosamente quem decide o que o coletivo quer? O estado. Pronto, os direitos coletivos erodem os direitos individuais. Você tem direito à propriedade, a menos que o Estado decida que é melhor toma-la de você em nome da sociedade. Você tem direito aos frutos do seu trabalho a menos que o Estado resolva tungar metade do que ganha com impostos, em nome, claro, do coletivo.



Nem os EUA estão a salvo, pois recentemente a corte suprema deles tomou uma decisão pela qual o Estado pode confiscar propriedade e entrega-la a grandes empresas caso isso vá produzir mais impostos. Isso foi uma derrota do capitalismo porque erode o direito de propriedade privada. Foi uma vitória do socialismo. Mas é difícil explicar isso no Brasil, que confunde capitalismo com grandes empresas e socialismo com povo. Quando o governo pega metade do que um honesto trabalhador ganha em nome de impostos diretos e indiretos, isso é socialismo.

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Imagine só, Sr. Mirandinha

Não diga, Sr. Astolfo.



Oh, mas o digo, Sr. Mirandinha. Pois há coisas que precisam ser ditas. E dize-las constitui a antítese de não dize-las.



Então diga, Sr. Astolfo.



Digo, oh, se digo, Sr. Mirandinha. Pois imagino o Sr., obviamente uma pessoa culta, inteligente, um homem deste mundo, tolerante e aberto a diversidade, cosmopolita, que coisa.



O Sr. me envaidece, Sr. Astolfo. Mas, chegando à questão.



Uma loucura, uma loucura, eu te digo. Imagine que hoje, em pleno Séc. XXI, onde o homem já foi até a lua, imagine só.



Sim, Sr.



Como pode ela vir me impor um moralismo intolerante, imperialista, misógino, como pode, Sr. Mirandinha?



Não sei como pode, Sr. Astolfo. É caso de estudo, sem dúvida!



A que ponto chegamos, Sr. Mirandinha! Eis que eu demonstro de maneira cabal e científica, C.Q.D. ali no ato, que o ato outro porquanto ali presenciado era tão somente a culminação invariável de fatores explanáveis naturalisticamente.



Sem dúvida, sem dúvida.



E ela ousa sim, ousa negar este entendimento moderno, progressivo, multilateral, e vir impor sua verdade.



Que audácia.



Sim, audácia! Uma imposição unilateral. Imperialismo moral, é o que é. Como pode ela achar que pode impor seus conceitos medievais de moralidade aos demais outros tais quais como a minha pessoa? Eminha individualidade de ser humano, enquanto gente, ora homem, cidadão? Onde está a cidadania? Onde isso vai parar?



Pois todo homem culto sabe que verdade é coisa que não existe, que tem peitos caídos.



Sim, caídos. Mas, cá entre nós, Sr. Mirandinha, nem os da Julia nem os da Mônica o são, hein? (faz o gesto típico de fonk fonk com as mãos)



Oh se não o são, Sr. Astolfo. (também)



***



Por uma questão de elegância intelectual, escrevi essa resposta antes de ler o post em si, que, agora, pretendo fazer.


terça-feira, 12 de julho de 2005

Confusão Clerical

O que um católico deve fazer quando vê:


  • Padres que celebram casamento de pessoas abertamente não-católicas? Pessoas que apenas são batizadas, se muito, que podem nem ter 1ª comunhão, crisma, e até são adeptos de outras religiões e seitas.

  • Bispos que dão comunhão a pessoas que dizem que são tão perfeitas que não precisam confessar apenas porque são celebridades ou políticos.


Afinal de contas, se a Igreja não exige nada, nem comunhão, nem crisma, nem confissão, para que alguém deveria cumprir as normas? Os padres não exigem, os bispos também não. Depois reclamam que o Brasil tem muito católico não-praticante. A pergunta, claro, é retórica. Mas o exemplo deveria vir de cima.

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Defenda a verdade, odeie a mentira

A Europa esta sitiada, e aparenta perder capacidade de reagir. Vejamos se dessa vez é diferente. A guerra do Iraque não se encaixou nos padrões de guerra justa, mas isso de nenhuma maneira justifica os atentados. Isso é puro relativismo. Não adianta vir condenar os terroristas e, ao mesmo tempo, concordar com eles e fazer propaganda de sua causa.



Tal atitude é, infelizmente, endêmica nos brasileiros e no mundo moderno, no sentido pejorativo do termo, que têm dificuldade de ver culpa em quem comete crimes. Nem bandidos nem terroristas tem culpa, pois esta ésempre jogada a priori em objetos de ódio cultural por meio de explicações vagas e genéricas. Algo não distante das sessões de ódio de 1984.



A revista MAD antigamente tinha uma seção chamada Argumento Mágico Instantâneo. Pois bem, façamos um para essa modalidade de debate:



1. Pegue um problema.

2. Pegue algo que você não goste.

3. Diga que o problema é culpa do que você não gosta.



Se o interlocutor compartilhar dos teus gostos, vai concordar com você, sem necessidade de demonstração.



Exemplo: A Igreja Católica é culpada pela disseminação de AIDS na África; os empresários são culpados pelo alto custo de vida; os EUA são culpados pelo desemprego no Brasil; a Coca-Cola é culpada pela falta de dentistas no interior; o McDonnalds é culpado pela obesidade no mundo; os setores conservadores são culpados pelos escândalos de corrupção do governo Lula. Tente você também.



Também é válido referir-se a entidades vagas ou não existentes que, desde que sejam devidamente identificadas na categoria de grupos odiados, serão aceitas como reais, como forças ocultas, banqueiros de Wall Street, poderosos, oligarquias, elite, etc. Afinal, quem pode ousar defender os poderosos, seja lá quem forem!



Quanto ao título deste post, é esquecido por completo. E com ele a capacidade humana de usar a consciência e o discernimento. O esquema de pensamento pós-moderno (olha aqui de novo) erelativista consiste na recusa em seguir o conceito medieval e ultrapassado de que verdade e mentira sequer existem como categorias aceitáveis. Não, não. Agora é gostar e não gostar, ser ou não últil, politicamente correto, pelo social, pela cidadania. Verdade e mentira, nem pensar. Certo e errado, então, são inaceitáveis.



Não é questão de não mentir nunca e dizer a verdade sempre, um padrão difícil de alcançar, mas de, na hora de elaborar um pensamento, dar peso à verdade (com v minúsculo mesmo), e refletir se o que você diz, apesar de conveniente, não é falso. Sequer trata-se de ter a verdade como valor único, mas de aceita-la com um valor válido.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Philo-deal

Mais um desses testes online. As perguntas são meio confusas, mas, no fim, dá para tirar um resultado mais ou menos coerente, methinks.



You scored as Divine Command. Your life is directed by Divine Command: Your God and religion give you meaning and direction.





More info at Arocoun's Wikipedia User Page...

Divine Command

80%

Kantianism

55%

Existentialism

55%

Hedonism

50%

Justice (Fairness)

45%

Strong Egoism

40%

Utilitarianism

25%

Apathy

5%

Nihilism

5%

What philosophy do you follow? (v1.03)
created with QuizFarm.com

quinta-feira, 30 de junho de 2005

Os limites da ciência.

Um dos fenômenos mais chatos da Internet do mundo moderno é o pessoal se acha muito racional e científico de fazer argumentos tolos contra a religião. É simples: o método científico não trata de propósito e significado. Deus criou o universo, não é parte deste, nem um fenômeno observável. Será que é tão difícil de entender?

Pelo jeito é. Encher a paciência dos outros com isso é uma flagrante violação da filosofia da ciência. Acredite no que quiser. Não acredite. Mas não tente fazer isso passar por ciência.

Felizmente existem excelente artigos como este, do reputado físico George Ellis, que explica a coisa toda. Dica do blog do Cláudio Tellez. Até hoje existe gente que diz que não existe limites para a ciência, e outros dogmatismos creepy. Mas esse tipo de fantasia felizmente é facilmente dispersada pela realidade. E de maneira científica.

terça-feira, 28 de junho de 2005

Diálogo entre Católicos e Ortodoxos

Com a cisma de 1054 Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica foi dividida entre Ocidente e Oriente, tendo como centros Roma e Constantinopla, respectivamente. Cada qual passou a ser o centro de uma comunhão com outras Igrejas. Em um processo prolongado, maior parte das Igrejas Orientais ficou com Constantinopla, embora algumas nunca tenham deixado Roma. Cada qual, obviamente, declara ser a verdadeira Igreja.


Explicando em termos mais claros, o Papa é o Bispo de Roma, Patriarca da Igreja Ocidental, além de vigário de Cristo. As jurisdições são diferentes. A primeiro refere-se a Roma. A segunda, à Igreja de rito latino. A terceira é universal.


Parece-me um fato pouco conhecido que excomunhão mútua entre o Papa e o Patriarca de Constantinopla foi inválida, porque foi posterior ao falecimento do primeiro, e feita por quem não tinha autoridade no segundo. Fora este fato, em 1965 ambas fora, por segurança, revogadas por ambas as Igrejas.


Temos, então, uma situação peculiar. Com a cisma, não existe comunhão, porém sem a excomunhão formal.


O papa tem seguindo o trabalho do seu antecessor, e a tendência é a aproximação cada vez maior com os Ortodoxos. Entretanto, diálogo é uma coisa, união é outra. Tentativas históricas não obtiveram sucesso. Mas ao menos ambos os lados a consideram como possível, o que, em si, já diz algo de profundamente significativo.

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Guia de apreciação do Cinema Nacional

Central do Brasil



Musica dramática. Umas pessoas pulando num trem. Fernanda Montenegro escrevendo cartas. Caio no sono.



...

Acordo. Aquele ator da globo fugindo no caminhão. Gente andando num onibus para o sertão. Tiro uma soneca.



...

Acordo. Moleque gritando "cade meu pai?". Moleque chato. Pego no sono de novo.



...

Me cutucam. Créditos rolando. Musica chata. Até que não foi tão ruim.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Algo a acrescentar

Relativismo é impossível, pois deveria ser uma realidade absoluta para existir. Mas o absolutismo exagerado é chato também. Assim como o liberalismo exagerado acaba se aproximando mais do coletivismo do que da liberdade.



Toda regra tem exceção, inclusive esta. Citar excessões é, em regra, desnecessário, visto que confirmam a regra, com excessões, claro. É até ofensivo citar exceções,vez e outra. Como quando se fala sobre cinema. Quer coisa mais feia que citar um filme razoavelzinho no meio de um ótimo debate espezinhando cinema brasileiro?



Ainda que exista um filme realmente bom. Náo é hora. É como comentar que a década não vira no ano 0, mas no ano 1, no meio de uma festa. É verdade, mas é chato e desnecessário.



Não acrescenta nada, diriam. Entretanto, existe algo que acrescenta menos do que dizer que outra coisa não acrescenta nada? É um debate a ser feito.

domingo, 12 de junho de 2005

Pequeno Dicionário do Dia dos Namorados

Pode contar, eu não vou ficar chateada = Eu vou ficar chateada

Quero discutir a relação = Quero discutir com você

Quero rediscutir o paradigma do relacionamento = Estou caindo fora

Preciso de um tempo para ficar sozinho = Eu quero sair com outras pessoas

Acho que devemos sair com outras pessoas = Eu já estou saindo com outras pessoas

Não é você, sou eu = É você

Seja sincero = Não seja sincero

Que isso, claro que não precisava comprar nada = Precisava sim

terça-feira, 7 de junho de 2005

Pequeno Dicionário Delance de Política

Pequeno Dicionário Delance de Política, Ed. Supimpa, 2004, 1ª Ed.


Ideologia = Idolatria

Coletivismo = Totalitarismo

Socialismo = Totalitarismo Light

Comunismo = Totalitarismo Anti-Fascista

Fascismo = Totalitarismo Anti-Comunista

Anarquia = Totalitarismo Confuso

Anarco-Capitalismo = Totalitarismo mais confuso ainda

Marxismo Cultural = Totalitarismo Cultural

Esquerdismo = Totalitarismo Politicamente Correto

Extremo-Direitismo = Totalitarismo Politicamente Incorreto

Extremo-Individualismo = Totalitarismo Individualista

Engenharia Social = Totalitarismo Naturalista de Esquerda

Darwinismo Social = Totalitarismo Naturalista de Direita

Estado de Bem Estar Social = Totalitarismo Social

Planejamento Estatal = Totalitarismo Tecnocrata


domingo, 5 de junho de 2005

A angústia da genialidade

Ser gênio não é fácil. Gênios sofrem. A genialidade é fruto de sofrimento. Praticamente um fardo. Sim, um fardo.


Primeiro porque metade do tempo o gênio tem que convencer as pessoas de que ele está certo, porque é um gênio. Não basta ser gênio, tem que parecer gênio. E é difícil parecer gênio quando o universo letrado tem como fonte principal de sabedoria animações de PowerPoint enviadas por e-mail.


Outra fonte de aflição é a responsabilidade. Quanto mais for dado, mais será pedido. Então um gênio se sente mal ao fazer coisas prosaicas como, oh, assistir Friends se poderia, neste momento, escrever um tratado filosófico sobre a teleologia da física quântica.


Pode dizer a si mesmo, o gênio, que aquele tempinho jogado fora é para recarregar as baterias, o ócio criativo. Mas e quanto ao trabalho normal? Gênios costumam ter uma performance subpar em trabalhos normais. É um esforço gigantesco a uma mente genial empreitar o laboro que, aos demais, é meramente usual. É como voar lento com um avião a jato, como andar com uma Ferrari em Paquetá.


Tudo isso vale somente paras os gênios do bem, claro. E, mesmo assim, vale a pena ser genial, valendo-se da própria genialidade para suportar a si mesma.