quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

A Ameaça Fantasma

Star Wars não é realístico. É fantasia. Até do ponto de vista comportamental.



Episódio I. Nave da rainha de Naboo presa em Tatooine. Temos um Jedi de 23 anos, várias handmaidens virgens adolescentes nubianas e um escravo de 9 anos. Em quem as moçoilas se interessam? No moleque de 9 anos. Não na celebridade interplanetária, guerreiro e pertencente a uma ordem monástica e celibatária, mas num nerd que gosta de montar coisas.



Vamos tentar reproduzir este exemplo para o mundo real. Imaginem que numa casa esteja um ator de Hollywood, várias estudantes de ensino médio, e um garotinho jogando GameCube. Em quem elas vão demonstrar interesse?



Nenhuma coisa deste filme, entretanto, supera o epísódio III. A estupidez contida nesta única frase desmonta qualquer mérito da trilogia.



"Apenas um Sith lida com absolutos".



Oh, não diga. Ele próprio fala cinco minutos depois que o Palpatine é mal. Absolutamente mal? Então o Obi Wan é um Sith.



Olha, o vizinho ali do 305 falou que ele absolutamente não gostou do show dos Rollings Stones. Deve ser um Sith.



Alias, se 2+2=4 é uma resposta absolutamente correta, a matemática pode ser considerada uma ciência Sith.



Tantos milhões de dólares em efeitos especiais, e tão pouco para revisão de roteiro. Ou talvez os funcionários estivessem absolutamente com medo de contrariar o diretor. OK, vou parar de falar sobre Star Wars.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

O Intelectual Clássico

O intelectual clássico é o homem de letras, e não de diplomas. Os segundos vêm depois dos primeiros.



Certa insatisfação com o mundo moderno é essencial, mas nunca deve contaminar o senso de grandeza dos avanços tecnológicos.



O intelectual moderno acha que os avanços tecnológicos significam avanços culturais. Para um intelectual clássico, o avanço tecnológico é indissociado do avanço cultural. Para o intelectual moderno, são ligados. Por esta razão, para um o intelectual moderno um blogueiro semi-analfabeto vale mais do que Aristóteles que, céus, nem computador tinha.



O intelectual moderno acredita no progresso. Quando chegam a um precipício, o intelectual clássico para, olha, nota que está prestes a cair, e dá um passo atrás. O intelectual moderno, cioso do progressismo, dá um passo à frente.



O intelectual moderno lê Marx, Hegel, e Sartre. O intelectual clássico compreende Marx, Hegel e Sartre.



O intelectual clássico lê Belloc, Chesterton e Mises. O intelectual moderno nem sabe quem foram Belloc, Chesterton ou Mises.



O intelectual moderno acha que Oscar Wilde foi um mártir da causa gay. O intelectual clássico considera Oscar Wilde um excelente autor.



O intelectual moderno acha que a ciência está em guerra com a religião. O intelectual clássico sabe que o intelectual moderno está em guerra com as duas.






segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Melhor que qualquer filme

"While on set, filming the Father Brown movie, actor Alec Guinness was approached by a young Itallian boy who, seeing him in costume, exclaimed 'Padre, padre!' and, hanging on his arm, rambled on and on in a language that Guinness didn't understand. Eventually, the boy said goodbye and left. Guinness, amazed and impressed that the mere uniform of a priest could inspire such trust and happiness in a child who was such a complete stranger, that he started to investigate the Roman Catholic faith, and subsequently joined the church."


Esta história é tão boa que soaria inverossímil como ficção.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Farinha Láctea

Eu gosto de Farinha Láctea Nestlé. Gosto mesmo. Gosto até da Farinha Láctea da Gerber, vendida por metade do preço. A embalagem diz que o Sr. Nestlé inventou este produto no séc. XIX. Finalmente alguma coisa que presta do Séc. que nos trouxe lixos como Nietzche e Marx. Gosto até do antigo comercial de TV em que as crianças diziam com o que preferiam seu mingau. A menina bonitinha de cabelos castanhos deve ter mais de vinte anos hoje, falava: "banana é amassadinha". Eu gosto inocência de uma época em que se podia dizer que a banana é amassadinha. Melhor que a Dani Surfistinha, Dani Bananinha, Dani Amassadinha e ourtras Danis que eu não quero nem com Farinha Láctea. Gostava de misturar Farinha Láctea com chocolate, e até com café. Achavam que eu era louco. A história me vindicou: hoje a Nestlé vende Farinha Láctea com chocolate. Quero meus roylaties.



Procuro no google para ver se alguém lembra do comercial. A única referencia encontrada é sobre a frase "A banana é picadinha", num comentário sobre as fotos de um gordo coberto de uma pasta branca e frutas picadas. Isso reforça o ponto que hoje não se consegue mais dizer tais coisas senão como deboche. É uma metáfora do pós-moderno. O mundo clássico tem meninas bonitinhas de cabelo castanho comendo Farinha Láctea com banana, e o mundo pós-moderno tem gordos bizarros com um fetiche por frutas.



A Gerber define Farinha Láctea como "a farinha de trigo misturada com leite, acrescida de 12 vitaminas e 7 minerais". O mundo moderno quer desmistificar a Farinha Láctea. Quer reduzi-la a seus elementos materiais. Mas, como bem ensinou Aristóteles, o todo é maior que a soma das partes.



Descubro que é possível comprar Farinha Láctea brasileira em qualquer lugar do mundo. E ainda dizem que a Internet só tem coisa inútil. Sempre imaginei que Farinha Láctea existia em qualquer lugar. Como pode existir a civilização moderna sem Farinha Láctea, Farofa, Brigadeiro e Nescau é um mistério ainda não inteiramente explicado.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Questão

Show do Lulu Santos em Copacabana. Show do Skank no Flamengo. Em qual deles eu não vou primeiro?


***


Numa era em que os vícios de outrora são virtudes, acordar tarde é o único traço de personalidade imperativamente tratado como falha moral.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Primus Postus

Pois bem, aqui vai o primeirão do ano. Links! Dual Links! Duel links!



Superdickery, um dos sites mais engraçados da internet. Just read it.



Jimmy Fallon as Anakin, cortesia do Google

sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Inteligência demais atrapalha

(via FYI)


Como meus afáveis leitores sabem, além de excessivamente modesto, conto com uma robusta inteligência. O problema é que inteligência não resolve problemas. O que resolve problemas, além da necessidade, é a auto-disciplina. E pessoas muito inteligêntes não tem auto-disciplina, exatamente porque são inteligentes, e usam sua inteligencia para não fazer coisas. A inteligencia serva à preguiça, porque sabe que dá trabalho demais ter trabalho.


Pessoas não tão inteligentes, porém esforçadas, conseguem melhores resultados. O meu objetivo no colégio e na faculdade era passar com o menor esforço possível. Os auto-disciplinados querem passar com a maior nota possível. Claro podem existir pessoas muito inteligentes e disciplinadas, mas terminam sendo doidas e cortando própria orelha fora e invadindo a Russia. Napoleão trabalhava demais, achava que dormir era perda de tempo. Se tivesse tido preguiça de lutar contra a Russia no inverno, o que dá trabalho demais, talvez a história fosse outra.


Vocês devem conhecer os ricos e famosos, celebridades, artistas, modelos, manequins e empresários de sucesso. Em grande parte são idiotas completos. Já viu essas pessoas falando no Jô Soares, na Luciana Gimenez? É boçalidade para todo lado. Talvez isto possa ser explicado pelos números, já que os burros são mais numerosos que os inteligentes. Mas talvez, afinal de contas, o que conte seja o esforço e os inteligentes são preguiçosos.


Como prova da teoria circunscrita neste artigo, eu sequer o li por completo. Nem passei do primeiro parágrafo. Peguei a idéia geral, escrevi o post e bola para frente.


Quatro citações sobre o assunto (podia pesquisar mais, mas iria contra o tema deste post):


“E qual o maior acontecimento do século XX? É a rebelião dos cretinos fundamentais. Antes, Otto, o cretino fundamental raspava a parede da sua humildade e na consciência de sua inépcia, ouviu?, mas agora... e agora conseguiram finalmente pela superioridade numérica, porque para cada um gênio há dez milhões de imbecis, você sabe disso.” - Nelson Rodrigues


"Hard work never killed anyone, but why take a chance?" - Ronald Reagan


"Men are basically smart or dumb and lazy or ambitious. The dumb and ambitious ones are dangerous and I get rid of them. The dumb and lazy ones I give mundane duties. The smart ambitious ones I put on my staff. The smart and lazy ones I make my commanders." - Erwin Rommel


And, for the fun of it, mais quotes do Reagan:


"My fellow Americans, I am pleased to tell you I just signed legislation which outlaws Russia forever. The bombing begins in five minutes."


 "How do you tell a communist? Well, it's someone who reads Marx and Lenin. And how do you tell an anti-Communist? It's someone who understands Marx and Lenin."


sábado, 24 de dezembro de 2005

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

A Guerra de Narnia

Centauros e guepardos de um lado, minotauros e lobos de outro. Nas telas do cinema, a batalha é entre o exército de Narnia contra as forças da feiticeira branca. No mundo real, o combate ocorre entre fãs dos livros e seus detratores. Méritos literários a parte, o pano de fundo é a batalha entre cristianismo e o secularismo.


As alegorias do filme encaixam-se muito bem neste debate. Do lado do bem está o cristianismo, que luta com a verdade. Do lado mal está o secularismo e outras esquisitices. Um dos mais vocais detratores de Narnia é um inglês, autor de uma série de histórias infanto-juvenis no qual o cristianismo é uma perversa mentira, e o objetivo é destruí-lo. Os protagonistas lutam contra a vilã, que é a Igreja. Não vale a pena discutir essa porcaria regurgitada em extensão. Aquela conversa banal e ridícula sobre como religião é uma opressão, o mesmo papo furado de sempre.


Exista quem diga que chamar esta história de anti-cristã, apenas pelo fato de que isso é verdade, é um exagero, um delírio. É o mesmo tipo de pessoa que acha absurdo qualquer crítica contra “O Código Da Vinci” com base no fato de que é o que é, ou seja, um ataque contra o cristianismo. Dizer o óbvio ululante num ambiente infestado pelo politicamente correto é uma grosseria.


Para quem acompanha o assunto, não deve acusar surpresa saber que ambas as obras literárias são recopilações de temas gnósticos. Na verdade, não importa muito o porquê do ataque. Pode ser secularismo, gnosticismo, marxismo, vago esquerdismo, ou um lado espiritual independente de religião, pode ser o que for, desde que seja contra o cristianismo. É exatamente isso que Lewis já suspeitava via acontecer em sua época, assim Chesterton antes mesmo de escrever “The Everlasting Man”, livro que ajudou a converter o primeiro.


A obra de Narnia pode ser criticada pelo uso direto de alegorias, como conhecidamente já foi feito, na época, pelo próprio Tolkien, amigo de Lewis. Pode ser uma mistura com pouco critério de mitos e lendas. Mas não é uma obra racista e imperialista apenas porque os heróis são ingleses. Não é uma tanto obra anglo-cêntrica quanto uma obra inglesa. Será que as obras de Machado de Assis são brasilo-cêntricas porque os heróis são brasileiros? O mesmo tipo de acusação nonsense é feito contra sobre Tolkien. Oh, falta diversidade étnica ali naquela obra clássica. Nada mais cult que um coreano na Ilíada e um grego num filme sobre a coréia medieval.


Essa mesquinharia é pretexto para atacar a obra. Tenta-se achar chifre em cabeça de cavalo – o que, de resto, até que é possível em Narnia, onde existem unicórnios. O objetivo real é atacar uma obra que é tida como subversiva e tóxica por ser cristã. E o cristianismo realmente é subversivo e tóxico à ordem anti-cristã que, parafrasenado Lewis, “não é um leão domesticado”.


segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Tenho um lado fraco

Por causas românticas e quase perdidas. Abaixo assinado contra o aborto. Agora eles vão nos ouvir. A bem articulada juventude católica brasileira já conta com 137 assinaturas contra o aborto. Sim, os muros corruptos e seculares de Brasília tremerão.



Em tempo, não duvido em absolutamente nada que agnósticos assinem essa lista. Conheço vários agnósticos que se opõe ao aborto com intensidade muito maior que católicos. O agnóstico contra o aborto toma uma atitude muito mais cristã que o católico que é contra. Tenho por eles certa admiração, na medida em que fazem isso unicamente pela força de suas convicções. Isso torna particularmente complicado compreender como um católico pode ser a favor.



The horror. O Estado possui um "Portal da Saúde" a favor do aborto. Certamente não é a favor da saúde intra-uterina, já que são a favor de seu assassinato em massa. Parece algo da Novilíngua saído das páginas de 1984, onde a palavra Saúde passa a ter um significado um tanto sinistro. Isto tudo com nossos reais de nossos impostos.



Upon horror. Um artigo no jornal inglês UK TIMES sobre bebês que nascem vivos após tentativas de aborto. O "problema" poderia ser revolvido se os praticantes apenas injetassem cloreto de potássio no coração dos bebês, mas eles estão relutantes em fazer isso.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Compasso Político

Economic Left/Right: 4.00

Social Libertarian/Authoritarian: -1.44



Fiz este teste em 2004 e os resultados foram


Economic Left/Right: 6.75

Social Libertarian/Authoritarian: -1.64


Melhorou ou piorou?


Fiquei mais para o centro nas duas áreas. Sinal de maturidade, quem sabe.


O teste é meio fora de compasso. Algumas perguntas têm um viés banal. É um preconceito tolo achar que é autoritarismo considerar a principal tarefa de uma mãe, e alias do pai também, cuidar dos filhos. Ou ainda que a escola ensine religião.


A colocação das personalidades tem cosias sem sentido. Colocar o João Paulo II e o Papa Bento XVI e como autoritários à esquerda é um erro. A Igreja condena individualismo exacerbado, por outro lado condenava completamente o coletivismo. Basta lembrar desta homilia, que também foi uma influência para curta minha caminhada rumo ao centro:


“ A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi não raro agitada por estas ondas – lançada dum extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até ao ponto de chegar à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical”


Outros resultados:


FYI


LLL


Faça o teste do Political Compass você também!

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Cada coisa

Como eu explico que isto é se auto-segregar? É o oposto da inserção social. Talvez em Montgomery, Alamaba, 1955, um projeto de uma TV só para negros seria bem visto. Eles adoravam ter tudo separado. A luta era pelo liberdade de misturar. Rosa Parks se tornou uma heroína ao desafiar a segregação e romper com os espaços que separavam negros de brancos.

O Grande Michael Ramirez


Quem não quiser se registrar neste ou outro site qualquer, tente o bugmenot.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Carta ao Congresso

Prezados Senhores,


Venho rogar que v. exas. tenham a honradez de manifestar-se de modo inequívoco contra a pratica do aborto prevista na votação do Projeto 1135 neste dia 9 de novembro.


Vamos provar, de uma vez por todas, que o Brasil não é o quintal intelectual do mundo e possui capacidade de pensamento próprio. Ao invés de seguir práticas temerárias, vamos dar um exemplo ao mundo de valorização da vida. Se o Brasil lutar contra o aborto, seremos verdadeiramente líderes que tem a coragem de agir de acordo com convicções morais, e não tolos que seguem a moda politicamente correto.


De mais, trata-se de uma vida humana, algo que v. exas. não tem o direito de autorizar ninguém a tirá-la. Seus mandatos não lhes dão tal poder. O aborto é inconstitucional por que viola o direito à vida. Este direito está acima da Constituição, de opiniões, de casuísmos, de referendos e votações. É a pedra basilar sobre todo o edifício da sociedade humana que está construído. Não se trata de uma postura religiosa, mas de respeito pela vida humana.


Rio, 9 de Novembro de 2005.


Podem copiar esta carta. Enquanto dos estão distraidos com referendo e escândalos, tentam aprovar o aborto de modo sorrateiro. Infelizmente, existe pouca chance que membros do congresso de uma comissão com um nome que parece um bordão de um manual de propaganda política sejam sensíveis a tolices conservadoras como o valor da vida humana, mas vale à pena tentar.


Lista de e-mails dos deputados da Comissão de Seguridade Social e Família:



sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Jogando Civ4 e Trabalhando

Enquanto isso, um pouco de diversão. Enfim, nada como um conjunto musical composto por personagens secundários de filmes B de ficção dos anos 70 e o que parece ser um clone do Sargento Pincel e um Val Kilmer com cabelo new wave.