sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Inteligência demais atrapalha

(via FYI)


Como meus afáveis leitores sabem, além de excessivamente modesto, conto com uma robusta inteligência. O problema é que inteligência não resolve problemas. O que resolve problemas, além da necessidade, é a auto-disciplina. E pessoas muito inteligêntes não tem auto-disciplina, exatamente porque são inteligentes, e usam sua inteligencia para não fazer coisas. A inteligencia serva à preguiça, porque sabe que dá trabalho demais ter trabalho.


Pessoas não tão inteligentes, porém esforçadas, conseguem melhores resultados. O meu objetivo no colégio e na faculdade era passar com o menor esforço possível. Os auto-disciplinados querem passar com a maior nota possível. Claro podem existir pessoas muito inteligentes e disciplinadas, mas terminam sendo doidas e cortando própria orelha fora e invadindo a Russia. Napoleão trabalhava demais, achava que dormir era perda de tempo. Se tivesse tido preguiça de lutar contra a Russia no inverno, o que dá trabalho demais, talvez a história fosse outra.


Vocês devem conhecer os ricos e famosos, celebridades, artistas, modelos, manequins e empresários de sucesso. Em grande parte são idiotas completos. Já viu essas pessoas falando no Jô Soares, na Luciana Gimenez? É boçalidade para todo lado. Talvez isto possa ser explicado pelos números, já que os burros são mais numerosos que os inteligentes. Mas talvez, afinal de contas, o que conte seja o esforço e os inteligentes são preguiçosos.


Como prova da teoria circunscrita neste artigo, eu sequer o li por completo. Nem passei do primeiro parágrafo. Peguei a idéia geral, escrevi o post e bola para frente.


Quatro citações sobre o assunto (podia pesquisar mais, mas iria contra o tema deste post):


“E qual o maior acontecimento do século XX? É a rebelião dos cretinos fundamentais. Antes, Otto, o cretino fundamental raspava a parede da sua humildade e na consciência de sua inépcia, ouviu?, mas agora... e agora conseguiram finalmente pela superioridade numérica, porque para cada um gênio há dez milhões de imbecis, você sabe disso.” - Nelson Rodrigues


"Hard work never killed anyone, but why take a chance?" - Ronald Reagan


"Men are basically smart or dumb and lazy or ambitious. The dumb and ambitious ones are dangerous and I get rid of them. The dumb and lazy ones I give mundane duties. The smart ambitious ones I put on my staff. The smart and lazy ones I make my commanders." - Erwin Rommel


And, for the fun of it, mais quotes do Reagan:


"My fellow Americans, I am pleased to tell you I just signed legislation which outlaws Russia forever. The bombing begins in five minutes."


 "How do you tell a communist? Well, it's someone who reads Marx and Lenin. And how do you tell an anti-Communist? It's someone who understands Marx and Lenin."


sábado, 24 de dezembro de 2005

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

A Guerra de Narnia

Centauros e guepardos de um lado, minotauros e lobos de outro. Nas telas do cinema, a batalha é entre o exército de Narnia contra as forças da feiticeira branca. No mundo real, o combate ocorre entre fãs dos livros e seus detratores. Méritos literários a parte, o pano de fundo é a batalha entre cristianismo e o secularismo.


As alegorias do filme encaixam-se muito bem neste debate. Do lado do bem está o cristianismo, que luta com a verdade. Do lado mal está o secularismo e outras esquisitices. Um dos mais vocais detratores de Narnia é um inglês, autor de uma série de histórias infanto-juvenis no qual o cristianismo é uma perversa mentira, e o objetivo é destruí-lo. Os protagonistas lutam contra a vilã, que é a Igreja. Não vale a pena discutir essa porcaria regurgitada em extensão. Aquela conversa banal e ridícula sobre como religião é uma opressão, o mesmo papo furado de sempre.


Exista quem diga que chamar esta história de anti-cristã, apenas pelo fato de que isso é verdade, é um exagero, um delírio. É o mesmo tipo de pessoa que acha absurdo qualquer crítica contra “O Código Da Vinci” com base no fato de que é o que é, ou seja, um ataque contra o cristianismo. Dizer o óbvio ululante num ambiente infestado pelo politicamente correto é uma grosseria.


Para quem acompanha o assunto, não deve acusar surpresa saber que ambas as obras literárias são recopilações de temas gnósticos. Na verdade, não importa muito o porquê do ataque. Pode ser secularismo, gnosticismo, marxismo, vago esquerdismo, ou um lado espiritual independente de religião, pode ser o que for, desde que seja contra o cristianismo. É exatamente isso que Lewis já suspeitava via acontecer em sua época, assim Chesterton antes mesmo de escrever “The Everlasting Man”, livro que ajudou a converter o primeiro.


A obra de Narnia pode ser criticada pelo uso direto de alegorias, como conhecidamente já foi feito, na época, pelo próprio Tolkien, amigo de Lewis. Pode ser uma mistura com pouco critério de mitos e lendas. Mas não é uma obra racista e imperialista apenas porque os heróis são ingleses. Não é uma tanto obra anglo-cêntrica quanto uma obra inglesa. Será que as obras de Machado de Assis são brasilo-cêntricas porque os heróis são brasileiros? O mesmo tipo de acusação nonsense é feito contra sobre Tolkien. Oh, falta diversidade étnica ali naquela obra clássica. Nada mais cult que um coreano na Ilíada e um grego num filme sobre a coréia medieval.


Essa mesquinharia é pretexto para atacar a obra. Tenta-se achar chifre em cabeça de cavalo – o que, de resto, até que é possível em Narnia, onde existem unicórnios. O objetivo real é atacar uma obra que é tida como subversiva e tóxica por ser cristã. E o cristianismo realmente é subversivo e tóxico à ordem anti-cristã que, parafrasenado Lewis, “não é um leão domesticado”.