sexta-feira, 31 de dezembro de 2004

Individualismo e suas críticas

Freqüentemente vemos criticas ao individualismo. Entretanto, a palavra comporta múltiplos significados. Cabem, portanto, algumas distinções.



O individualismo como egoísmo: deve ser criticado. A solidariedade sempre é voluntária.



O individualismo como liberdade de ação: Cada um o direito de agir como melhor entender. O socialismo força a vontade do coletivo sobre o indivíduo, anulando seu livre arbítrio. Não pode haver solidariedade forçada.

Desastre na Ásia

Momentos como esse desafiam nossa compreensão. Uma perda de vidas tão grande nem consegue ser concebida. Talvez o impacto chegue mais forte nas imagens de um pai chorando pelo filho morto, uma Pietá que ecoa no fundo da alma. Seres humanos jogados na praia. Enterros em valas comuns, por necessidade. Todo tipo de filosofia ou construção racional parece pequeno diante de tudo isso. Questiona-se a condição humana. Somos gigantes, dominamos o mundo, mas ao mesmo tempo somos frágeis. Talvez a questão maior humana seja a duvida se somos eternos ou efêmeros. O mundo, quem sabe, talvez consista em muitas perguntas e só uma resposta.

terça-feira, 28 de dezembro de 2004

A ciência é compatível com a religião?

Disputa 1

Criacionismo vs Evolucionismo


Vamos entender o básico dessa discussão.


A) Naturalistas que acham que Darwin prova que Deus não existe, e por ESSE MOTIVO Darwin está certo, e


B) Criacionistas que acham que Darwin prova que Deus não existe, e por ESSE MOTIVO Darwin está errado.


O pressuposto de ambos os grupos é ERRADO. Mesmo que não fosse, a conclusão é motivada por um desejo de comprovação subjetivo, também equivocado.


Darwin não prova que Deus não existe. O fato dele se declarar agnóstico é um aspecto pessoal, que apenas tangencia sua teoria. Ninguém precisa ser agnóstico para estudar evolução. Vários estudiosos de evolução são das mais diversas religiões, e seus estudos não são menos válidos por este motivo. Quem acha que não acreditar em Deus é conclusão necessária do estudo da evolução biológica está errado tanto do ponto de vista cientifico quanto filosófico.


Felizmente, ao que parece, a maioria dos cientistas e dos religiosos, e a intercessão entre ambos, concorda com essa tese. A suposta incompatibilidade entre ciência e religião é uma falácia, uma impossibilidade lógica, uma construção de grupos radicais que, para tanto, constroem versões tortas de ambas.


Quem quiser buscar no google vai achar anti-religiosos que denunciaram a teoria da evolução como pseudociência religiosa, e religiosos que a saudaram como uma comprovação das escrituras antigas. Se a postura contrária se estabeleceu, foi mais por força do habito do que por alguma lógica inerente.


A posição pessoal do Darwin é completamente irrelevante. Mendel era um monge, mas ninguém acha que precisa ser um monge para estudar suas descobertas científicas. Ao contrário do proselitismo dos naturalistas que empurram suas tortas concepções metafísicas como se fosse verdade científica.


Disputa 2

Separação entre Igreja e Estado


Alguns grupos querem ensinar a teoria do Design Inteligente (Intelligent Design, ou ID) nas escolas. Outros são contrários, baseados na teoria de separação entre igreja e Estado.


O Design Inteligente não é realmente político. Alias, apenas fala do que é completamente óbvio. Tem que ser muito crédulo para acreditar que tudo foi gerado por mutações aleatórias. A verdade é que humanismo secular, assim como materialismo, naturalismo e panteísmo são visões religiosas. Requerem fé em algo que não pode ser comprovado cientificamente.


A teoria do ID deve mesmo ser ensinada devido ao princípio da separação. O contrário seria impor o humanismo secular goela abaixo. É doutrinação religiosa em escolas públicas.


O movimento do ID não é criacionista, não se baseia em interpretação literal de escrituras. E a interpretação das escrituras dentro do contexto científico se chama Evolução Teística, que afirma que a evolução foi o meio pelo qual Deus criou o mundo. Em todo caso, tanto uma quanto outra, a sua forma, explica que certas coisas são complexas demais para as explicações naturalistas. Não disputa achados fóssieis, apenas dá a eles uma interpretação subjetiva que, ao meu ver, faz mais sentido. Seja como for, é tão subjetiva quanto a explicação dada pelos naturalistas, e não há porque censurar uma e impor a outra.


Conclusão:














































  Evolução biológica Existência de Deus Propósito Ciência e Religião
Ciência Evolutiva Aconteceu Desconhecido Desconhecido Compatível
Materialismo Aconteceu Não Não Incompatível
Design Inteligente Aconteceu Depende Sim Compatível
Evolução Teísta Aconteceu Sim Sim Compatível
Criacionismo Não Aconteceu Sim Sim Incompatível

Conforme podermos perceber pela tabela, as principais posições acerca do debate são diferentes entre si, e não cabe agrupá-los entre em dois campos uniformes. Por motivos de retórica, tenta-se associar grupos distintos para fazer uso do argumento por associação. Essa falácia lógica consiste em afirmar que, se A é igual a B, então A está errado. Isso pode ser feito, de modo similar, como um apelo a autoridade. Então, se A é igual a B, então A está certo.


MSM na TV

O Mídia Sem Máscara vai virar programa de TV.



O quê? Aquele tablóide panfletista editado pelo Olavo de Carvalho vai ter espaço na TV? Isso é um absurdo!



Oh, cale a boca. Pense assim, quanto mais espaço, menos eles podem afirmar que não tem espaço, n'est-ce-pas?



Faz-me rir esse link. No anúncio deles mesmos escreveram "segundo informações". Ora, só se for deles mesmos!



Ah, nitpicker, vai catar coquinho na praia. Vai ser bom ver o Olavo na TV desancando geral. The cats pajamas.



Isso é o medo de perder o poder! Coisa da burguesa do capital internacional que explora os pobres e excluídos! Abaixo o uso de expressões estrangeiras que a direita usa para oprimir o povo!



Do francês lá em cima não reclamaste, né.



O que posso fazer, na condição de um straw man usado para refletir...



Agora olha quem usou o estrangeirismo!



Merde! Damn you Max Powers!


Wunderblogs na TV

Para quem não medo de perder o poder, nada melhor do que uma reportagem sobre o lançamento do livro Wunderblogs.com na TV cultura. Praticamente uma flash mob conservadora. A produção ficou ótima: enquanto um deles afirma que a grande vantagem do Blog é escrever irresponsavelmente e sem cobrança, seu nome aparece trocado na legenda. Salvo as fotos do Orkut estarem muy erradas, trocaram Radamento por Marcelo De Polli, que veio com o explicativo subtítulo de “blogueiro”.


Deviam inventar um nome melhor, soa muito como “mochileiro”, “sacoleiro” e “maconheiro”, coisas hippies indignas da elite cultural da blogosféra pátria. Posteriormente, um interlocutor não identificado define blog como “uma palavra atrás da outra”, expressão que, assim como “quem fica parado é poste”, pertence escola brasileira de Heidelberg.


Outro gosta de chocar as pessoas. Esse tipo de complexo galináceo é particularmente comum a autores de teatro e diretores de cinema nacional, que adoram chocar as pessoas. A melhor parte foi tomar a percepção irônica que blog de verdade é aquele que ninguém lê, assim como, supostamente, árvore de verdade é aquela que cai na floresta quando não tem ninguém para ouvir.


Blog é literatura sim. Nem precisa usar boina, mas ajuda.

sábado, 25 de dezembro de 2004

Feliz Natal!

OS SINOS DE BELÉM


Bate o sino

pequenino

sino de Belém

Já nasceu

o Deus menino

para o nosso bem!



            Refrão

       É Natal,é Natal

      sininhos de luz!

      Replicai, badalai

      que nasceu Jesus!



Paz na Terra

pede o sino

alegre a cantar!

Abençoe!

Deus Menino

sempre o nosso lar!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2004

Chesterton e pontapés

Domingo foi na Letras & Expressões comprar presentes de natal. Fui informado que não tinham nenhum livro do Chesterton. Infâmia! Com algum esforço acabei por achar alguns na Sodiler (isso, igual a Chester de natal, com "ton" no final) e Saraiva do Rio Sul. Father Brown Stories na primeira, em inglês, e O Homem que Era Quinta Feira na última. Pela Internet se acha os outros, mas a questão aqui era de tempo.



De volta à Letras & Expressões, tive a oportunidade de ler um pouco do novo livro do Mainardi, enquanto comia pães de queijo com presunto de parma (como Ipanema é chique). Me diverti bastante entre a elite cultural carioca, lendo livros que criticam as elites do país. Nada diz mais "povo" do que presunto de Parma. Em contraste, ele (o Diogo, não o presunto) esculhambava o que considera a intelectualidade jeca que, provavelmente, é o público alvo do livro. Sem grandes surpresas quanto a estilo e conteúdo, não deve mudar opiniões estabelecidas.


Zelite

Procura-se inimiga pública número um. Esta criminosa é acusada de muitos crimes, dentre os quais: juros altos, inflação, desemprego e escândalos do governo federal. Tudo é culpa da Zelite.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

O Futuro do Passado

Uma característica comum a muitos regimes fascistas e similares do séc. XX era a idealização de um passado mítico e um futuro fantástico. Mas essa crença idealizada no futuro tem raízes mais fundas na ficção. A onda materialista e cientificista do Sec. XIX acreditava que a ciência, por si só, resolveria todos os problemas da humanidade, do saneamento básico às questões sociais. É a linha de autores como Arthur C. Clarke. Na vizinhança também está Jornada nas Estrelas e uma sociedade coletivista comandada por militares burocratas. Com um futuro chato assim, é melhor falar do passado. Ou fazer um meio termo. Surgem duas tendências:


Futuro Retrô: Guerra nas Estrelas, capa e espada no espaço.

Retrô Futurista: Liga Extraordinária, High Tech na era vitoriana.


O primeiro coloca elementos ligados ao passado em um ambiente futurista. O segundo tem sua ação num passado com o que seria alta tecnologia da época.


Independente de qualquer argumento sobre a superioridade do filme Guerra nas Estrelas original, a melhor maneira de entender a obra de George Lucas no que tange a esse argumento é dentro do da época em que foi lançado. O cinema era recheado de materialismo, pessimismo, relativismo moral, e o pacifismo pós-Vietnam. No futuro, claro, todos usavam roupas de papel alumínio e eram completamente sem graça. Chega, de repente, um filme que fala de um futuro interessante, com princesas, cavaleiros e batalhas. Onde a religião é mais forte que a tecnologia. Onde o bem e o mal se enfrentam numa guerra. Em resumo, contrariando completamente a cultura da época, foi sucesso espetacular.


A melhor maneira de conhecer o trabalho de Alan Moore, sem dúvida, é pelos quadrinhos originais, e não pelo filme. Esqueça o filme. Tem uma arte legal, mas a história não leva a lugar nenhum. O paralelo com Julio Verne é evidente. Nemo não tem apenas o Nautilus e um carro rápido. Ele um submarino e um carro rápido no séc. XIX, o que é muito mais legal. Pelo mesmo motivo invenções de Da Vinci como um tanque de guerra em pleno renascimento ainda fascinam.

domingo, 19 de dezembro de 2004

Aos libertários de esquerda

Como permanentemente abolir a propriedade privada e suprimir a livre iniciativa, mantendo constante vigilância, sem instituir um estado totalitário?

Some things can't be described

They must be experienced.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Educação

Se fala demais sobre a importância da educação no Brasil. Tem propaganda do governo na TV. Até a ONU participa. A verdade é que nunca se ensinou tanto no Brasil, e nunca os jovens foram tão mal educados.



Jovens de classe média, bem vestidos, sentam no fundo do ônibus. Gritam indecências para mulheres na rua. Tratam as meninas do grupo como bicho, mandam calar a boca. Elas toleram. Esse tipo de comportamento vem de quem, provavelmente, deve passar de ano no currículo estatal estabelecido pelo governo. Inútil.



Antes, mesmos os semi-analfabetos eram pelo menos bem educados. Por favor. Obrigado. Com licença. Expressões que vão sumindo do vernáculo. De nada adianta saber o binômio de Newton ou o teorema de Pitágoras mas tratar mulheres como lixo, e gritar pela rua como vândalos. Os físicos e matemáticos clássicos provavelmente não apreciariam esse comportamento vexatório ou veriam propósito em ensinar conceitos complexos a quem não tem noção do mais básico.



Estamos apenas adestrando bárbaros a reproduzir cacoetes sem compreender ou refletir sobre seu significado. Não é nem conhecimento, nem sabedoria, não é nada. O Estudo que coloca o Brasil lá embaixo em termos de educação é só mera conseqüência disso. Não adianta tentar ensinar matemática ou física melhor, enquanto não se der boa educação. Torrar quase todo investimento público no setor na educação superior onde se concentram as castas ideológicas dos burocratas pouco ajuda. O investimento estatal é péssimo, e inverte as prioridades. Pouco ajuda também que muitos professores estejam mais preocupados em doutrinamento ideológico do que ensinar qualquer coisa.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

Fazemos parte do ocidente? Ora, pois!

Bem popular na Inglaterra, Serendipity é uma palavra que significa achar coisas por acaso.


E foi por acaso que achei a informação inusitada de que muitos países ocidentais não consideram o Brasil um par. Aos olhos de muitos na Europa e nos EUA, não fazemos parte do ocidente.


I kid you not. Muito tempo atrás lembro de uma reportagem na Globo (bota antigo nisso: TV aberta, Pedro Bial) confronta um inglês sobre um assunto qualquer no que este justifica-se afirmando que, no Brasil, o tal problema não tinha tanta relevância quanto nos países ocidentais. Estávamos excluídos desse Country Club espetacular que é o ocidente.


Ora, trata-se de um inglês maluco ou ignorante, deste que acha que a capital do Brasil é Buenos Aires. Nada de importante. Entretanto, temos depois, acabei encontrando outras evidências aleatórias. Aparentemente, aonde há uma classe universitária sobre culturas não-ocidentais, esse enorme saco de gatos, lá esta jogada a América Latina e, por decorrência, o Brasil.


Dei-me o trabalho de passar e-mails para discutir o tema com professores desde o EUA até o Japão (o que um americano fazia lá é outra questão). Alguns responderam e travaram um debate inteligente. Mesmo dando alguma razão aos meus argumentos de que somos de fato ocidentais, no fim, de nada adiantou.


Mas não devemos nos satisfazer com o que acham de nós, até porque a própria visão nacional é dúbia sobre o tema.


Por um lado, os próprios brasileiros costumam achar que fazem parte integrante do ocidente. Quando troquei alguns e-mails com os articulistas do Manhattan Connection (don't hold that against me), não deram crédito a esta teoria. Até comentaram no ar, en passant, mas foi a Lucia Guimarães que respondeu. Talvez hoje em dia o Diogo Mainardi tivesse uma opinião diferente.


Ocorre, entretanto, que essa integração com o ocidentel é parcial. Talvez os brasileiros até desejem, mas em grande parte não acreditam. Por sinal trata-se de algo típico do discurso do latino americano explorado. Conclui-se que tanto lá quanto cá o Brasil não está no ocidente em quesitos meramente econômicos.


E quanto a aspectos religiosos? O Brasil tem uma cultura judaico-cristã. O cristianismo surgiu no oriente. A Igreja Católica Romana é, sem dúvida, a maior religião do Ocidente. Se um país asiático converter-se majoritariamente ao catolicismo, será considerado ocidental? Em Timor Leste fala-se português (olha outro critério) e tem-se uma maioria católica. Essa nação faz parte do ocidente?


Apenas como nota final, não vale a pena falar em etnias. Não porque o Brasil seja uma mistura, mas porque estamos falando de cultura ocidental, e confundir cultura com etnia é típico de bizarrias de séculos passados. Melhor, portanto, ficar com os critérios disponíveis.

Serendipity

A Veja informa ser a favorita dos ingleses em sua língua materna de acordo com uma pesquisa feita pela revista Encarta em 2000 é a engracadinha Serendipity. Mas a grande campeã para o universo de falantes de inglês do mundo é outra. Aqui está o Top 10:



  1. Mother

  2. Passion

  3. Smile

  4. Love

  5. Eternity

  6. Fantastic

  7. Destiny

  8. Freedom

  9. Liberty

  10. Tranquillity


Que coisa, Destiny está bem colocado, mas Dream não entrou na lista. Talvez fosse melhor mudar para Freedom Destiny? Tambem ficaram bem colocados tanto bonitinhas quanto Pumpkin e Giggle quanto incomuns como whoops e cosmopolitan.


sábado, 11 de dezembro de 2004

Escolha

A fé é uma questão de escolha. Nós escolhemos no que queremos acreditar; fatos, verdades históricas e racioncínos lógicos vêm em segundo plano. Mesmo que alguém diga “Dane-se”, isso é também uma escolha.


As pessoas escolhem não acreditar ou não se importar. Podem, ainda, interpretar fatos de acordo com a escolha que já fizeram.


Vamos ilustrar a questão com um exemplo do que é uma verdade de fé para praticamente dois terços da humanidade: a história de Moisés.


A narrativa Bíblica é impressionante, e por este motivo céticos afirmam que os fatos ali narrados não podem ter ocorrido naturalmente. Ora, para os que acreditam, se isso fosse verdade, seria apenas mais uma evidência da ação de Deus.


Entretanto, a arqueologia tem dado oportunidades interessantes de se estudar a situação. Fatos bíblicos que antes eram tratados como lenda ganham peso com novas descobertas como uma cidade no delta do Nilo, a presença confirmadas de povos semitas, e até mesmo os estábulos para centenas de bigas egípcias. Acredita-se que muitas das pragas impostas ao Egito podem ser explicadas como fenômenos naturais. Existem muitas teorias sobre o tema, e uma delas afirma que o Êxodo ocorreu ao mesmo tempo de uma gigantesca erupção vulcânica no mediterrâneo, e o tsunami resultante poderia explicar momentos espetacularescomo o afastamento do mar e a enxurrada que afogou o exército egípcio. Talvez por um equivoco na tradução, o nome do mar por onde o povo hebreu escapou tenha sido trocado. Se não for o mar vermelho mas outro corpo d'água, um maremoto gigantesco com uma velocidade destrutiva poderia facilmente dar conta de um exército da antiguidade. Já foram observados estragos gigantescos em versões que tem apenas uma fração da força do que ocorreu.


Vamos supor, para os propósitos dessa discussão, que tudo pode ser explicado, de fato, de maneira natural. Um ateu dogmático verá apenas mais uma prova de que todos os fatos têm explicações científicas. Mesmo sendo a narrativa Bíblica pura verdade, o que ele sempre negou que fosse, ainda assim uma confirmação apenas o deixaria mais firme em sua opção de fé. Um religioso, de outro modo, veria na confirmação histórica dos fatos narrados nas escrituras apenas mais fatos para justificar sua fé. Tudo uma questão de escolha.


Estudos arqueológicos, e a ciência de um modo geral, por mais interessantes que sejam, não parecem ter o escopo de mudar a fé de ninguém. Como novos fatos e descobertas objetivas são interpretados subjetivamente, cada individuo escolhe como fazê-lo. É pura verdade que se pode optar por, em face de novos fatos, mudar seu entendimento. Mas o que causou essa mudança foi sua escolha. Não são os fatos que determinam a crença, mas a íntima convicção de cada um.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

Eugenia e outros males

Leiam isso, e, por favor, isso.



G. K. Chesterton falando sobre Eugenia. Absolutamente brilhante.



Trechos:



The Tyranny of Science

"The thing that really is trying to tyrannise through government is Science. The thing that really does use the secular arm is Science. And the creed that really is levying tithes and capturing schools, the creed that really is enforced by fine and imprisonment, the creed that really is proclaimed not in sermons but in statutes, and spread not by pilgrims but by policemen--that creed is the great but disputed system of thought which began with Evolution and has ended in Eugenics."



Capitalism and Socialism

"In short, people decided that it was impossible to achieve any of the good of Socialism, but they comforted themselves by achieving all the bad. All that official discipline, about which the Socialists themselves were in doubt or at least on the defensive, was taken over bodily by the Capitalists. They have now added all the bureaucratic tyrannies of a Socialist state to the old plutocratic tyrannies of a Capitalist State."



Esse livro foi escrito antes da primeira guerra mundial. Acertou em cheio em praticamente tudo, especialmente nos resultados horrendos da eugenia na Alemanha. Chesterton, há um século, tinha uma visão de mundo mais clara sobre o mundo de hoje do que a maioria, incluindo as classes supostamente pensantes.



Obviamente, é inevitável que idéias como estas sejam sistematicamente omitidas no universo cultural de nosso país. Não exatamente por uma conspiração, mas pelo inexorável estrago causaria nos cacoetes culturais estabelecidos. O tão prezado establishment cultural rui catastroficamente frente a devastadora argumentação.



Trata-se de uma obra que quase certamente é muito melhor do que quase todo o conteúdo completo de livrarias brasileiras, com raríssimas exceções. É difícil que se pretenda compreender o mundo contemporâneo sem o conhecimento das idéias básicas descritas neste livro.

A Luta dos Libertários

A principal divisão dos libertários, no conceito norte-americano da palavra, provavelmente é entre lutar pela diminuição do Estado ou por sua destruição. Os primeiros são acusados de fazerem um compromisso com o sistema, subjulgando-se a ele. Os segundos recusam qualquer medida prática de ação visto que não aceitam o Estado em nenhuma forma.


A questão é que o Estado tem uma tendência de crescer. Os liberais clássicos não foram capazes de impedir o crescimento estatal, nem dentro de uma democracia. Portanto, qualquer tentativa dentro do sistema para diminuição do Estado seria fútil.


Essa percepção parece ser parcialmente correta, uma vez que o próprio Hayek previra que a tendência da sociedade era o intervencionismo estatal. Entretanto, e o próprio economista percebeu isso mais tarde, essa tendência encontrou limites naturais. Nem liberdade, nem intervencionismo, o mundo parece oscilar entre ambos. Essa tendência poderia ser refletida tanto na China, que aumentou um pouco a liberdade na esfera econômica, quanto nos EUA, que progressivamente vem se tornando mais intervencionistas em diversas áreas da sociedade.


O grupo que não quer negociar tem alguma razão ao afirmar que não adianta. Mas perde a razão ao concluir que, então, o negócio é lutar contra o Estado sem nenhum compromisso em diminuí-lo. Essa posição foi difundida no Brasil pelo Marcello Tostes, no site “O Individuo”. Se o argumento é a falta de sucesso dos liberais clássicos, o que, afinal, os anarco-capitalistas tem a apresentar?


Talvez uma postura mais adequada seja a de os libertários devam lutar pela diminuição do Estado, independente do posicionamento porque, em última análise, o que ocorre é que uns querem diminuir mais do que os outros.


Já ocorreram três tentativas de se criar uma nação sem Estado dentro dos princípios libertários. A primeira foi a tentativa de construção de uma ilha flutuante, que foi parar perto do Haiti, e foi frustada pelo ditador local. Outra envolveu uma cidade a ser feita em um atol no pacífico sul, e foi dominada pelo Rei de Tonga com um único navio leve de combate. Finalmente, alguns libertários tentaram se unir a uma revolta separatista em Tuvalu, mas foram frustados por tropas de Papua Nova Guiné e Austrália.


Agora, finalmente, uma nova iniciativa que deve agradar aos dois lados, Free State Project. O objetivo é juntar 20.000 libertários no estado americano de New Hampshire e trabalhar dentro do sistema para diminuir o peso e o tamanho do Estado. O símbolo adotado é o do porco espinho, que é pacífico se deixado quieto, mas que sabe se defender quando atacado.(via FYI)

Return of the King Extended

ARAGORN: Sons of Gondor! Of Rohan! My brothers. I see in your eyes the same fear that would take the heart of me. A day may come when the courage of Men fails, when we forsake our friends and break all bonds of fellowship, but it is not this day. An hour of wolves and shattered shields when the Age of Men comes crashing down, but it is not this day! This day we fight! By all that you hold dear on this good earth, I bid you stand, Men of the West!

Monkeys bites Batman

Quem procura por presídios crianças lúdico no google?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

Definição de Socialismo III: Eye of the Tiger

O direito inalienável de burocratas e políticos de deter o poder absoluto sobre a sociedade


Mais um presente para os alunos que vem aqui catando definições no google, mesmo fora do período escolar

Especialistas concordam

Arte moderna é uma merda. Ou melhor, uma urina. Via Forsit

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

A Ansiedade da Convicção

Você sabe qual é a verdade. Mas não convence a ninguém. Não acreditam. E você tem plena consciência tanto da realidade factual quanto da inexorável
descredulidade. Eles estão por aí, mas ninguém acredita em você.



* Insira aqui o que achar melhor.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

Sai! Sai! Sai!

Best Gif Ever:





I Concurso Dream Destiny: crie uma boa frase para acompanhar a imagem acima. Referências ao cinema nacional são óbvias, mas aceitáveis.


Tem gente famosa demais no mundo

Especialmente quando se pergunta muito "É famoso porque mesmo?"

terça-feira, 30 de novembro de 2004

Novos Projetos para o Walter Salles



Parece que ninguem levaria algo tão absurdo a sério. Mas do jeito que as coisas estão, será que dá para duvidar seriamente que esses filmes teriam chance em Cannes? Cartoon do Filibuster.

segunda-feira, 29 de novembro de 2004

Buscas no Google

TOP 5 Buscas Interessantes no Google para este site da semana:



"vestuario apos a primeira Guerra mundial"

"diferença entre comunismo e fascismo"

"clipes interessantes"

"a matrix existe"

"atrapalha a ajuda humanitária"

sexta-feira, 26 de novembro de 2004

Não se fazem mais filmes como antigamente

O Filme Rei Artur é dez vezes pior que o pior episódio de Xena. É pior que o pior filme do Conan. É pior do que a série para TV do Conan.



O Merlin parece um mendigo. O Vilão parece um Biker dos Hell's Angles, o filho dele parece um Grunge de 1991. Os Knights of the Round Table, arquétipos cristãos, no filme são retratados como pagãos totalmente diferentes. O filme é ridiculamente ruim e anticristão. Tem Romanos na Inglaterra quando não deveria ter, tem um cara do ano 200 falando com um cara do ano 300, isso em 452. A Guinevere é menos realista que a Xena Warrior Princess. É tão ruim que uma adolescente seminua correndo na neve com uma espada e lutando com marmanjos ficou *sem graça*. THAT BAD. Os cavaleiros têm roupas absurdas, um deles parece um Samurai, o outro um Sarraceno.



Prefira algo como o melhor filme de ficção 1957 filmado em 2003: The Core.

terça-feira, 16 de novembro de 2004

O ateísmo é sujinho

E meio deselegante também.


Sou cético demais para ser ateu. Tem que acreditar em doidera demais, que tudo veio do nada, que nada faz sentido, que macacos batendo máquinas vão compor Shakespeare, e coisas do gênero.


Claro que tem ateístas elegantes. Um Carl Sagan ou um Diogo Mainardi são ateus, mas são limpinhos. Muita gente acha que Darwin e Einstein eram ateus, mas isso não é realmente verdade.


Darwin se dizia agnóstico, e não acreditava que um Deus Onipotente e Bom poderia criar um mundo onde houvesse sofrimento. Essa opinião não tem nada a ver com ciência, e tudo a ver com teologia. Ninguem precisa escrever a teoria da evolução para achar isso. Já Einstein não conseguia levar a sério o conceito de um Deus pessoal, nem de física quântica. Mas socialismo soviético e economia planejada, isso ele levava a sério. Bom, ao menos ele achava o ateísmo uma tremenda bobagem.


Na verdade, ateísmo mesmo nem sequer existe direito. Muitos budistas são mais ateus, por não acreditar em Deus, do que a maioria dos ateus auto-declarados. O ateísmo dogmático é, obviamente, auto-refutável e não faz sentido. Por esse motivo, em geral os ateus acabam caindo num panteísmo materialista em diversas variantes.


O interessante é o modo de pensar desse pessoal. Alguns cientistas acham que existem partes do corpo humano que são responsáveis pelas experiências religiosas. Os ateus acham que isso prova que religião não existe. Ah, sim, a descoberta do aparelho auditivo prova que o som não existe, ou assim devem achar os surdos ateus.


O mais curioso é explicar isso pela teoria da evolução. A maioria das pessoas acredita em Deus, ou seja, historicamente, os ateus não conseguiam passar seus genes para frente, eram inaptos evolutivamente. A seleção natural, que tão equivocadamente gostam de usar para sustentar suas teorias, é a espada que mostra o quanto são distantes da verdade.


Os materialistas achavam que o mundo sempre foi do jeito que é. Os religiosos achavam que ele teve uma origem, e chegou até o atual estágio por um processo.


Os materialistas achavam que os seres humanos de cores diferentes eram de raças diferentes, e daí vieram as teorias racistas que permeavam o cientificismo do Séc. XIX. Já os religiosos achavam que todos os homens tinham uma origem comum.


Basta dizer que a ciência tem suportado mais essa última visão de mundo. Tanto em relação a teoria do Big Bang e, pasmem, evolução biológica, quanto pelas análises de DNA Mitocondrial humano. Ao que parece, todos os seres humanos tem uma origem comum em um grupo restrito de indivíduos, ou talvez mesmo em uma ancestral comum.


Como era de se esperar, os materialistas vão ter a devida cara de pau de esquecer o que defendiam já que, afinal de contas, esse negócio de certo e errado é coisa de crédulo. A existência de Deus não necessita de prova ou razão. Essa é beleza e da fé. E, de um modo geral, ao contrário da propaganda, fé e ciência sempre foram compatíveis, pois buscam a verdade, que existe e é una.


Não precisa ser religioso para achar isso, mesmo um agnóstico pode achar que a verdade existe, mas é inalcançavel. Os religiosos discordarão sobre sua natureza. Mas está lá.


domingo, 14 de novembro de 2004

Traduções Tenebrosas

Atrigo do Boston Globe: "Internet buzz on vote fraud is dismissed"



Manchete traduzida no UOL: "Crescem teorias de que fraudes reelegeram Bush" (Dica: FYI)



Explica-se: No UOL, apenas os assinantes podem ler as matérias traduzidas de certos sites como o NY times. Mas os títulos são mostrados no portal para todos. Assim, o UOL pode colocar colocar o que quiser no título, mesmo que totalmente sem relação com a matéria, já que ninguem vai ler a matéria mesmo. Isso sim é jornalismo-engajado.

sábado, 13 de novembro de 2004

Dois pesos

Caso muita gente rica e bem instruída vota num candidato de "esquerda", é claro que só o povão ignorante dos grotões iria votar no canalha da "direita".



Senão, é claro que a elite burguesa quer o candidato canalha de direita, enquanto o povo revolucionário votou no de esquerda.



O mesmo sujeito se transfigura de educadíssimo intelectual a maquiavélico capitalista dependendo do voto. O povão que votar em algo remotamente percebido como direita, então, perde seu status de vítima, e torna-se um ignorante, um retrato da sociedade de consumo, ou algum clichê do gênero.


quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Generalizando

Todo argumento socialista (lato senso) é uma ofensa à inteligência (stricto senso).



Tanto faz se o interlocutor está sério, ou está de sacanagem. Um site pós-modernoso escrito de zoação tem o mesmo conteúdo intelectual do que é sério. MoveOn.org e MoveOnPlease.org não são para serem levados a sério.



Aliás o interessante sobre o primeiro é o financiamento que recebe do bilionário George Soros. Lá fora, como aqui, tem que ter muita grana para ser comunista, o que parece ser ser um bom negócio.

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Loucura na Europa

Na Holanda, um cineasta foi assassinado devido a um filme que tratava da violência contra as mulheres em países muçulmanos. Os criminosos divulgaram uma carta falando que irão destruir os Estados Unidos, a Europa e o mundo Ocidental. Ninguem, é claro, leva a sério.



Em reação, um artista pinta um mural com a inscrição "Não Matarás".



Qual a reação do governo? Eles resolvem apagar o mural, porque o consideram "ofensivo".

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

Truth matters


Quando você realmente quer fazer um filme de documentário propaganda tosca, basta investigar fabricar os fatos. A prova está aqui: Fellowship 9/11, onde Micheal Moore agora aponta suas armas para Gondor e a guerra feita pela administração Aragorn, influenciado por interesses economicos e fundamentalistas como Gandalf.

domingo, 31 de outubro de 2004

Election and choice

The better lesser of two evils still evil


Choose good

quinta-feira, 28 de outubro de 2004

Afternoon

For worst than

The hate of yawn

Tis the frustration of bits

Which don't satisfy thee

No more



Doing something, anything

No better than nothing

And worst than doing what

Thought heart desires



For unknown not is the path

But the courage to follow



For the best won't accomplish without passion

And its opposite needs nay conviction



So, it won't satisfy thee

No more

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

Discovery Careful

Tem dinossauro demais, demais. Não agüento mais. Sempre que eu caio lá tem alguém falando que "a evolução moldou", e "o design da natureza". Ah, não, essa não. Assim as gengivas sangram.


Também cansei de ver bichos devorando outros. E eles ainda dão nomes. "Veja, Sasha esta devorando a filha da Roberta". Pqp, fucking sickos.


"Veja, Sasha esta comendo cocô".


Aí já é demais.


Tem uns documentários legais sobre carros, mas tem que olhar com cuidado.

segunda-feira, 4 de outubro de 2004

Voto forçado

Hoje defendi para colegas advogados que voto obrigatório é uma violência tão grande quanto voto proibido. Choque geral, especialmente meu, de ver que alguns concordaram comigo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2004

Medo de perder o poder II

Se os vilões de James Bond tem fortalezas, mansões, e piscinas com belas mulheres, porque eles se preocupam tanto em dominar o mundo?



***




Será que o paradigma dos desenhos é uma defesa do ataque preventivo?



Vejam o He-Man, por exemplo. Não faz nada, deixa o Esqueleto quieto para planejar seus ataques. Se fizesse um ataque preventivo à montanha da serpente, poderia derrotar o Esqueleto de vez.



Entretanto, nossos acadêmicos parecem ter conseguido elucidar parte do intricado mundo político de Etérnia. Como qualquer estudante universitário brasileiro sabe, isso acabaria com o seu propósito, então a resposta deve ser outra. He-man deixa o Esqueleto escapar porque tem medo de perder o poder.



Até que os marketeiros do governo poderiam aplicar o slogan "Eu sou brasileiro e não desisto nunca" a uma propaganda com o Esqueleto.



A propósito, qual a utilidade da identidade secreta? Em geral os heróis querem ter uma vida privada longe pacífica, sem ser alvo de vilões loucos. Mas o He-Man não tem essa opção, porque ele é o príncipe herdeiro, alvo óbvio de bandidos. Qual motivo escuso deve haver para tal artimanha? Talvez a falsidade seja uma característica intrínseca do imperialismo.


terça-feira, 28 de setembro de 2004

Definição de socialismo

Achar que mendigos tem que pagar 50% de imposto sobre o pão dormido para que o Walter Salles possa fazer filmes sobre Che Guevara.



Essa é para todos os outros que chegam aqui via google para responder trabalhos sobre socialismo no colégio ou na faculdade. Vamos, coloquem isso lá que o professor petista vai ter um piti.



Petista tendo piti é uma situação onomatopéica.



quinta-feira, 23 de setembro de 2004

The force is strong on this one

Finalmente foi lançada a trilogia Guerra na Estrelas em DVD. Claro na primeira semana a criação de George Lucas foi logo para o topo de vendas da Amazon. Finalmente todos podem ter em mãos a trilogia original em toda sua glória, com algumas modificações, é claro.


Vejam que interessante, por exemplo:


STAR WARS – Polêmica “Greedo shoots first”


1977 – Han Solo atira em Greedo, Greedo não atira

1997 SE – Greedo atira primeiro, Han Solo atira de volta

2004 DVD – Han Solo e Greedo atiram ao mesmo tempo


Foi feito um compromisso entre as duas primeiras posturas. Quase um revisionismo cinematográfico. Todo o esplendor está lá, assim como as questões espirituais. Quem quiser pode testar o quanto seu conhecimento nesse campo.


De qualquer modo, falar de Star Wars é sempre uma boa oportunidade para falar do vilão de capa e mascara, o lord negro do Sith.


Darth Vader é um dos personagens mais fantásticos da história do cinema, uma figura mitológica. Ninguém tira onda com Darth Vader, essa é uma das primeiras lições do filme, como demonstra essa cena::


General: "Don't try to frighten us with your sorcerer's ways, Lord Vader. Your sad devotion to that ancient religion has not helped you conjure up the stolen data tapes, or given you clairvoyance enough to find the Rebel's hidden fort…" [FORCE CHOKE]


Vader: "I find your lack of faith disturbing."


Um personagem completo. Retórica, metafísica, ironia, tudo num pacote só. Darth Vader é tão legal que quase faz valer a pena ser um ciborgue amputado mais maquina do que homem.


Existem outros momentos ótimos do pensamento Vaderiano. Como seu discurso motivacional:


"Perhaps I can find new ways to motivate them."


Ou Vader como negociador:


"I'm altering the deal. Pray I don't alter it any further."


Essa última é quase um argumento contra o anarco-capitalismo. Embora, de fato, Star Wars seja claramente libertária. Notem bem, a Republica ia bem até se tornar grande e intervencionista, ao mesmo tempo em que a galáxia cai em conflitos sobre comércio e impostos, como o que ocorreu no primeiro filme. Méritos cinematográficos à parte, o problema ali era a Federação do Comércio tentando impor um bloqueio e eventual conquista de um planeta pacífico. A república torna-se o Império, um regime centralizador totalitário.


Mas Star Wars não é apenas cultura, Star Wars é moda. O Biquíni Dourado de escrava da Princesa Leia está de volta. Do Retorno de Jedi e de Friends direito para seu computador, com direito a fotos de Jennifer Anniston, Carrie Fischer e outras mulheres usando o modelito.



quarta-feira, 22 de setembro de 2004

Diários de Buzanga de Murugamba

Capítulo I.


Nosdlanor calmamente lê um jornal pendurado na Banca. Astrobaldo o interrompe.


-Então, ontem eu fui lá em Buzanga da Murugamba.

-É? Fazer o que lá? Longe pra burro.

-Fui consertar o carro. Mas não importa. Lá o mecânico me contou algo surpreendente.

-O carro não tinha nada?

-Não. Tinha, mas não é isso. Ele me contou que se você oferecer 15 reais pra uma mulher na rua, ela dá uma volta com você e paga um boquete. Que medo.

-O que?

-Já pensou? Oi, tudo bem? Quer ganhar 15 reais? Bizarria total.

-Isso deve causar um desnível no mercado...

-Pois é, ele falou que as casas de massagem da região fazem pouco dinheiro porque qualquer mulher na rua topa por 15 reais.

-Qualquer uma?

-Eu sei lá, você acha que eu testei? Seja como for, cheguei a duas conclusões insofismáveis:


1) Usar copos e talheres descartáveis quando em Murugamba, e

2) Eca.


-Não sei vai adiantar...

-Porque as pessoas me falam isso? Eu tenho cara de quem gosta dessas coisas? Não responda! – exclama Astrobaldo, enquanto faz um gesto de “pare” com a mão - Preferia discutir os paradoxos auto-refutáveis das teorias materialistas do Séc. XVII. Mas não, não, falam disso, que coisa - coloca a mão no queijo de maneira pensativa.

-Em inglês é Blow Job. O dicionário do Word não conhece o vocábulo. Segundo especialistas em etimologia, essa palavra...


É interrompido por Astrobaldo, que, ignorando seu amigo, gesticula com em círculos com o indicador apontando para o alto.


-Eu acho vou oferecer 15 reais para uma garota conversar comigo sobre os paradoxos auto-refutáveis das teorias materialistas do Séc. XVII. Será que ela topa?

-Acho que ela vai preferir o boquete.


Existe direita não liberal?

"Direita não liberal" é uma expressão contraditória. A direita é liberal. "Direita não liberal", na verdade, é "Socialismo não marxista". Os marxistas gostam de se considerar os únicos esquerdistas, colocando chamando os outros socialistas como de "direita", o que é absurdo.



Resumindo, o duelo é entre liberalismo e totalitarismo. Tanto os white supremacists quanto os comunistas estão do lado do totalitarismo.



O conflito é entre direitos e garantias individuais e o poder absoluto do Estado. Afirmar que os direitos são concessões do Estado é defender o Estado totalitário. É o mesmo que dizer que você só pode viver, se locomover e pensar por uma benesse de políticos e burocratas. É inaceitável.


terça-feira, 21 de setembro de 2004

Liberalismo e Socialismo

Para os liberais TODOS são iguais. Só o liberalismo acha isso, e o socialismo é contra. E tem mais: são direitos inalienáveis, naturais. Boa parte entende que são dados por Deus. Mas mesmo os agnósticos, para serem verdadeiramente liberais, tem que reconhecer que esses direitos existem naturalmente, e que eles NÃO são uma concessão do Estado. Um Estado liberal, portanto, nunca pode revogar esses direitos.



Um Estado de esquerda, entretanto, PODE revogar QUALQUER direito porque, para a esquerda, o Estado tem todos os poderes, é tratado como uma divindade. Mesmo os socialistas que afirmam ser contra o estado, em última análise, consideram o "Coletivo" como divindade, e, portanto, acham que o grupo tem o direito de revogar qualquer direito. Nazistas, comunistas, fascistas, todos acham isso. Não aceitam limites para a satisfação dos anseios ideológicos coletivos consubstanciados no Estado. A sujeição da vontade individual à vontade coletiva é a norma nesses regimes.



O único sistema igualitário que pretende dar a máxima liberdade e autonomia é a direita liberal, gostem ou não gostem. Pode reclamar, bater o pé, e invocar comparações absurdas. Usar um grupo antiliberal para difamar os liberais refuta o próprio ponto. Um grupo antiliberal é totalitário e coletivista. Em última análise, o socialismo o indivíduo não tem valor por si só, mas sim o valor que é dado pelo grupo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Análise desenfreada

Elogio sincero, no Brasil, é ofensivo. Apenas os falsos são de bom tôm



***

Sobre o neoluditismo: guarda-se comida em tupperwares igual a vovó ensinou. Raramente uma inovação tecnológica foi tão abraçada pela terceira idade.

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

Mulher honesta

Querem tirar a expressão "mulher honesta" do código penal. Já outra iniciativa quer elimiar a posse sexual mediante fraude. Ora, que é isso, daqui a pouco os homens vão passar a mentir para obter sexo!

quinta-feira, 16 de setembro de 2004

Paradoxo comedido

Sem falsa modéstia, sua modéstia era verdadeira.

quarta-feira, 15 de setembro de 2004

Arrecadar é preciso

Mais um burlesco exemplo da subserviência do supremo à sanha arrecadatória do governo. Ao que parece, as chances maiores são de que o STF interprete “Pro Fisco” mesmo que “Contra Legem”. O que importa é arrecadar. Leis são meras justificativas necessárias para dar legitimidade a derrama, raramente servindo de obstáculo substantivo aos intuitos Estatais. Ignoram-se quaisquer princípios para tanto. É o famoso "Tudo pelo Social”. "Exercer a cidadania” aparentemente consiste em apreciar a contínua erosão dos direitos e garantias individuais.

Cristiane F. 13 anos. Drogada e Prostituída.



Façam um subtítulo melhor, é sério. Como seria em outras mídias:




Televisão:


Uma galerinha muito louca montando altas armações.



Jornal:


C., 13 anos, usuária de drogas e vítima da máfia da prostituição.



Hip Hop:


Cristiane era uma garota

Pura e inocente


Mas a sociedade veio


Maldosa incipiente


Viciou-a em droga


Prostituiu seu corpo


Pela droga tudo ela faria


Mas droga mesmo


É a burguesia



Refrão: Burguesia é uma droga - 3X



Tese Acadêmica:


ABSTRACT: Análise de uma jovem de 13 anos que e o processo pelo qual tornou-se usuária de drogas, chegando a prostituir-se para sustentar o vício. Perfil psicológico. Traços marcantes. Análise comportamental.



Politicamente Correta:


Cris, empreendedora precoce, usava os recursos que tinha para obter o que queria, rompendo com o que era aceito pela sociedade no espaço lúdico das ruas.



Internet:


Kris, 1 htinha mt lgl mas q erah viciada em drogas e si prostituía pelo chat do uol.


Nota: Aqui está uma página sobre o filme e informações sobre o que aconteceu com os personagens.

Rio 40 graus

Redentor é um filme brasileiro em sentido amplo. Ou seja, foi feito no Brasil. Mas não é péssimo, ou seja, não é "filme brasileiro". É um filme legal feito no Brasil.



Esses arrogantes de direita sempre malham o que é nosso. Não tem senso crítico

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

Nomes de guerra

Kerry

Comunistas, vocês já têm seu candidato. Aproveitem para comprar um People's Cube na loja.

O que não é mercado

Temos que substituir "Mercado" por "vontade de todo mundo". Em geral quando a mídia se refere ao mercado, está falando da bolsa de valores e de investidores internacionais. O povo não se sente incluído no mercado, acha que é um clube fechado para capitalistas que fumam charuto.

Sede

Um soldado romano chuta um copo d'água oferecido a Jesus por uma mulher. A cruel tortura que inclui impedir privar alguém de beber. Terroristas na Rússia não permitiam que as crianças bebessem água.

terça-feira, 7 de setembro de 2004

Terror

O atentado na Rússia foi absolutamente horrível. Matar inocentes daquela maneira é a coisa mais pavorosa que se pode fazer. Foi uma atrocidade bíblica, uma vil matança de crianças. Muito difícil condenar suficientemente o ato pior que barbárie, ou expressar o quanto aquilo é ruim, maligno, grotesco.



Quem defende o terrorismo faz um esforço doente, revoltanto, para colocar a culpa em outros que não os terroristas. É um apologista de atrocidades, do tipo que defende tudo em nome do próprio fanatismo, seja ideológico ou religioso.



Alias, para esse tipo de gente, há de se questionar qual a diferença.



Se pensarmos nos fanatismos geradores de atrocidades como a mesma coisa, talvez fosse possível compreender como existe quem defenda ou negue, de maneira totalmente absurda, as atrocidades cometidas.



Para tal tipo de atrocidade, também há os que defendem a benignidade da mensagem original, que teria sido de algum modo deturpada. O discernimento para entender quando esse argumento é verdadeiro e quando é falso parece de difícil alcance.

quarta-feira, 1 de setembro de 2004

O verdadeiro papel do Estado

Os operadores do direito muitas vezes se atem a detalhes técnicos, perdendo de vista os princípios que regem o conjunto do ordenamento jurídico. Na verdadeira derrama tributária que vigente Brasil, os advogados que questionam os tributos perdem tempo demais em tecnicismos, não mergulhando no cerne da questão de que o governo não pode simplesmente confiscar o que bem lhe aprouver quando precisar de recursos.


A doutrina por trás da prática administrativa é bem conhecida. As necessidades da administração pública são infinitas, mas os recursos são finitos. Como o governo não fabrica dinheiro, tem que pegar junto à sociedade, compulsoriamente. Na prática, o governo pega a força dinheiro da sociedade, com a justificativa de que tal ato é em nome da própria.


Em termos legais, a Constituição faz um trabalho razoável ao limitar o poder do Estado de tributar. Entretanto, existe uma porta aberta, as contribuições sociais, como a CPMF e o Imposto sobre o lucro líquido, que se tornaram as grandes vilãs. Ao contrário dos demais tributos, o governo pode gastar como bem entender 80% do valor arrecadado por meio dessas contribuições, para as quais não se aplicam diversas restrições legais ao poder de tributar. A exceção tornou-se a regra. Segundo consta, cerca de dois terços dos recursos federais vem das tais contribuições.


É tudo bem simples. Precisa de dinheiro? É só “gerar receita”, ou seja, confiscar da população. Está mais do que comprovado que a maior parte da carga tributária brasileira recai sobre a classe média e os pobres, uma vez que é mais fácil cobrar imposto sobre quem trabalha e consome, justamente quem menos tem dinheiro. O imposto sobre consumo do Brasil é absurdo, e seu efeito é mais grave quando combinado com o altíssimo ônus imposto ao trabalho. Como remédio para isso tudo, propõe-se mais intervenção estatal, como se dar mais poder para políticos em Brasília resolvesse algum problema.


Existem algumas maneiras de se criticar a situação através do direito principiológico. Uma, através dos princípios supra-constitucionais, ou seja, princípios que estão acima da própria constituição. Não se pode, nem que a própria carta magna o determine, aplicar leis e regras que vão de encontro à própria sociedade. Obviamente, tal corrente é polêmica, mas não se faz necessário recorrer a ela, uma vez que é possível alcançar as mesmas conclusões por meio da verificação da harmonia entre os preceitos constitucionais. Princípios como a livre iniciativa, o valor social do trabalho e a vedação do confisco são claramente rompidos pela atual sistema tributário.


A grande questão é que o poder de que fala o artigo 1º § único da Constituição não tem sido exercido em nome do povo, mas em nome do Estado. Os direitos não são dados pelo Estado, nem por força de lei. Existem independentemente de ambos. No máximo, a lei declara ou reconhece tais direitos. A diferença de nomenclatura é relevante. Por esse motivo temos o tratado da “declaração” dos direitos humanos, e a Constituição norte-americana “reconhece” direitos inalienáveis.


A problemática encontra-se na confusão entre interesse da sociedade e interesse do Estado na expressão “interesse público”. Ora, o que interessa ao Estado nem sempre interessa à população, e vice-versa.


Como resolver a questão? Num estado politicamente liberal, que se propõe democrático, o interesse da população sobrepõe-se ao interesse do Estado. A população vem em primeiro lugar, não o Estado. Num estado totalitário ou coletivista, o interesse do Estado suplanta o interesse privado. Cabe ao cidadão obedecer ao interesse “comum” consubstanciado, é claro, na vontade do Estado.


O Estado declara-se mandatário do povo, e outorga-se o direito de agir contra este, em favor próprio. Nesse caso, mesmo eleições livres teriam o escopo de tão somente escolher qual grupo político teria o poder totalitário, ainda que um totalitarismo civil com aparente legitimidade. Democracia é muito mais do que escolher quem ocupa os cargos de liderança, consistindo igualmente na limitação do poder estatal.

segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Orgulho nacional

Depois do da bizarria do incidente da Maratona em Atenas, ainda tivemos que aturar ridículas manifestações de brasileiros. Como retaliação, tinha gente querendo apedrejar a embaixada de Portugal e da Itália. Certamente o agressor era da Irlanda, mas esse não é o principal vício da atitude grosseira e violenta.



O Vanderlei, ao cruzar a linha de chegada, ainda ofegante, disse em entrevista que não guardava rancor, e que gostaria até de oferecer as flores entregues no podium para o x-padre Irlandês que possivelmente lhe custou a vitória. Em contraste com essa nobre atitude, é uma vergonha o que foi dito por seus conterrâneos. Mas o atleta deu orgulho ao Brasil mais uma vez.


quinta-feira, 26 de agosto de 2004

Agamenon

Da coluna do Agamenon: "Mas eu levo dos Jogos da Grécia boas lembranças: uma miniatura do Parthenon e uma medalha de ouro legítima que eu troquei com um atleta cubano por um frango assado. Um milhão de cubanos já estão aglomerados em Havana para saudar a chegada triunfal do frango assado."

quarta-feira, 25 de agosto de 2004

Micheal Moore

Vejam esses dois trailers bem interessantes sobre o Micheal Moore.



Tenho evitado escrever sobre o tema, mas convenhamos, o Micheal Moore mente e manipula demais da conta. Trata-se propaganda política barata, e quem o premia e elogia demonstra a própria falta de critério. Se o caso contra o Bush é tão forte, precisa mentir e torcer os fatos? Nem adianta perder tempo falando disso, afinal, tem vários sites dedicados a desbancar o sujeito. Nem todo mundo que detesta o Micheal Moore é conservador ou direitista.


Ninguem precisa ser a favor do Bush para denunciar as mentiras do Moore. Existem pessoas "de direita" que gostam dele, e "de esquerda" que detestam. A principal questão aqui é não usar um critério meramente ideológico. Para muitos, as falsidades do Micheal Moore são convenientes do ponto de vista da ideologia, mas tal fato não as torna válidas.

terça-feira, 17 de agosto de 2004

Brasilidades

Quem fala estadunidense fala bobagem.



Exceção: frase acima.


quarta-feira, 28 de julho de 2004

A saga de Yu-Maan

Que tal seria se alguém escrevesse um romance sobre a campanha inglesa na Zululândia só para fazer um trocadilho.


O protagonista seria um jovem e idealista tenente inglês do exército de sua majestade, recém saído da academia militar. Em campanha, faria amizade com um tenente das tropas tribais auxiliares chamado Umanu. Juntos passariam por muitas aventuras, sobrevivendo ao cerco da temida infantaria Zulu, os guerreiros Imps, em diversas ocasiões. Uma típica história sobre o confronto do idealismo com a realidade da guerra, e da camaradagem entre soldados, e típicos clichés do gênero.


No final do livro Umanu encontraria alguns amigos de sua aldeia natal, que o chamariam pelo seu primeiro nome, Cer.


O problema é que o trocadilho é intraduzível para o inglês.


Que tal Bing, Yu-Maan? Para manter o trocadilho, a trama teria que ser relocada para a China durante a guerra dos boxers. O trabalho não deveria ser difícil thanks to Joseph Campbell.

quinta-feira, 22 de julho de 2004

O medo de perder o poder

É complicado escrever algo que preste nessas terras. Quem se aventura fora das fronteiras do "pensamento único" logo leva bordoada na cabeça por patrulheiros ideológicos aleatórios.


Vejam o "Digestivo Cultural". Ele basicamente ignora o livro e passa a atacar suas supostas influências, sem comprovar o que isso tem a ver com o objeto da crítica. As asneiras ditas nesse artigo se destacam mesmo no competitivo universo da Internet brasileira. Antes de comentar nesse site melhor saber que passa automaticamente a receber e-mail do próprio.


A Veneninho categoricamente tenta determinar o que é arte pela mídia, não pelo conteúdo ao afirmar: "Blogs estão aí, disponíveis para serem acessados, comentados, anexados e colados; e ponto. Livro é arte, arte". Ou seja, as páginas amarelas são "arte", um livro de contos, não.


Por último existem aqueles segundo os quais uns poucos bloggers conservadores tem "medo de perder o poder". Quem já leu, ou parece que leu um autor conservador, ou que parece conservador, é "o poder" contra a "descentralização". Se tivesse lido o blog saberia que é o oposto.


Qualquer um que fuja um pouco da mentalidade dominante está sujeito a esse tipo de crítica de alguém regurgitando os mesmos chavões. Não deixa de ser curioso ver uma maioria esmagadora denunciando os divergentes como "o poder". Ou que acusar alguém que não quer conservar nada de "conservador" não faz muito sentido. Lógica e coerência deve ser coisa de conservador mesmo.


terça-feira, 20 de julho de 2004

Bozo

Como todos sabem, o Bozo atendia telefonemas ao vivo em seu programa no SBT. Claro que sempre tinha um engraçadinho.


"Alô, é o Bozo?"


"Sim, amiguinho! Pode falar!”


"VAI PRA *********, Bozo!"


"Para a ponte que partiu?"


Ou Então


"VAI TOMAR NO **, Bozo!"


"Tomar suco de Caju?"


O cara tinha que ter jogo de cintura mesmo. E quem não lembra da corrida de cavalos, com o preto, o branco, e o malhado? Quando o moleque ou a moleca perdia, o Bozo dizia “Ah, que peninha”.


Bozo também é cultura.

domingo, 18 de julho de 2004

Um projeto bem sucedido

O sucesso de Garfield não foi obtido por acaso, foi tudo planejado desde o começo por seu criador. Uma leitura interessante tanta para os fãs do gato como para quem quer saber como funcionam os bastidores dos grandes mercados de marketing.

terça-feira, 13 de julho de 2004

O que não é capitalismo

A existência de riqueza, crescimento, empresários, lucro, empresas, etc. não é sinônimo de capitalismo.



Pelo menos não do conceito de capitalismo como livre iniciativa, ou seja, livre das garras malignas do Estado.



Se o Estado controla, parasita ou regula o sistema, este deixa de ser capitalista. Os melhores empresários não são o que fazem o menor produto pelo menor preço, nem os que melhor servem aos consumidores, mas aqueles apadrinhados pelo poder.



Quando o governo diz o que você pode produzir, por quanto, quem você vai empregar, quanto vai pagar, de quem vai comprar os insumos e para quem vai vender, e por quanto, isso não é capitalismo. Chame do que quiser (comunismo, social democracia, fascismo, socialismo, nazismo, plutocracia, whatever) menos de capitalismo. That’s all, folks.



Portanto, quando uma mega-empresa faz jogo sujo para destruir uma concorrente está sendo tão capitalista quanto uma convenção de universitários vestidos com camisas de Che Guevara que compraram num shopping.

segunda-feira, 12 de julho de 2004

Liberty Class

Pensei em escrever um longo artigo sobre algum tema complexo. Mas achei melhor fazer uma nave em pixel art.



Esta é a Nave desenhada a lapis. Tudo o que uma nave espacial precisa: canhões da segunda guerra e uma asa delta.



Agora a nave está devidamente colocada no Photoshop, com cores básicas. Como é pixel art, os contornos devem aparecer de maneira nítida, preferêncialmente sem anti-aliasing.



Aqui está a versão "finalizada" com mais detalhes com estrelas ao fundo.

sábado, 10 de julho de 2004

Como não usar a ciência

Comentando o último artigo.


Richard Dawkins tem uma ânsia religiosa de provar a força do acaso. Andou tomando fumo do Micheal Behe e a teoria do Intelligent Design e do Complexo Irredutível. Jogou sujo, tentando desqualificar seu opositor como criacionista, o que ele não é. Agora fica tentando arrumar experimentos para “provar” que o acaso pode formar tudo.


Ele mesmo falou que o “darwinismo” lhe tinha dado a capacidade de ser um ateísta intelectualmente completo. Infelizmente, o papel de teorias científicas não é o de dar alento religioso, e o que ocorre aqui é uma projeção dos desejos íntimos. Não é a toa que alguém assim é tão pouco aberto a críticas.


O problema é o mesmo: a confusão entre uma teoria científica e uma filosofia materialista.


Esse teste não tem muito a ver com teoria da evolução. É menos uma investigação sobre como as espécies evoluíram, e mais uma tentativa de dar suporte ao materialismo filosófico.


Mesmo que você consiga que um computador produza aleatoriamente uma frase de Hamlet, isso não “prova” que essa frase foi composta pelo acaso. Até porque sabemos que não foi.


Nem poderia ter sido sem um computador programado para esse propósito. Frases não fazem sentido naturalmente, precisam de alguém para compreendê-las por meio de uma linguagem pré-estabelecida.


Foi um bom exemplo do que o Olavo chama de paralaxe cognitiva. Um conceito bem interessante que merece ser estudado.

quinta-feira, 8 de julho de 2004

Microconto: A Explicação

"Você disse que me amava."

"Oh, baby, foi um artifício literário."


Esse foi um conto com autoria simultânea no MSN.


quarta-feira, 7 de julho de 2004

Eu aprendi psicologia reversa com o Pernalonga

Só gostaria de me manifestar contra a desigualdade de renda, a concentração social e a exclusão dos excluídos.

Get Medieval

Antes da idade média reinava o barbarismo. A noção de que a vida humana tinha um valor intrínseco foi disseminada justamente na idade média. A eugenia e os assassinatos em massa tornaram-se inaceitáveis.


Mas chegou o materialismo pós-moderno, nada mais do que um arremedo da antiga ordem onde era aceitável a eugenia e o assassinato em massa. E aos novos falsos ídolos foram dados os nomes de ideologias e filosofias reducionistas, e eu seu nome matou-se mais do que os romanos e mongóis jamais sonharam ser possível. Ergueram-se impérios e ditaduras irracionais em nome da razão, e monstros lutaram em nome de utopias.


O materialismo filosófico nada mais é do que uma revolta contra um conceito de mundo, de um retorno para tempos pré-medievais piores do que qualquer conceito de grotesco e deturpado de idade média.


Mas e os crimes cometidos em nome da religião na Idade Média?


Argumentos baseados em exceções e equivalência moral são falácias.


A inquisição foi um desvio que ocorreu em momentos raros durante um período relativamente curto de tempo. Mas a norma das ideologias totalitárias é fazer vítimas.


Uma pessoa é boa todos os dias, exceto por raras exceções. Outra é má todos os dias, exceto por raras exceções. Não são equivalentes.


E a ciência e a tecnologia?


São ótimas. Não se está discutindo tecnologia nem ciência, tão somente concepções filosóficas de mundo. Não se trata de criticar o progresso, já que o argumento é que o materialismo pós-moderno é um retrocesso, um retorno à antiguidade.

terça-feira, 6 de julho de 2004

Queremos Lançamento





domingo, 4 de julho de 2004

Blog Celebrity Profile III


Marcelo de Polli




















































Classe: Medievalista
Tecnológico
Arma
preferida:
Criticas
contundentes
Posição
Política:
Libertarian
Pontos
fracos:
Frequencia
criativa
Inimigos: Os
que quiserem
Imune
à:
Materialismo
Detesta: Estatismo
Passatempo: Traduzir
artigos interessanets

Manter o wunderblogs.com
Autodefinição
do Blog:
"Pessimismo,
bom humor, liberalismo, cristianismo, classicismo, ironia, passadismo"
Modernidade: "Um
europeu é um sujeito que traz em si o que há de mais tradicional
na civilização ocidental. E faz o que pode para eliminar
cada vestígio."
Trabalho: "Quando
a parcela mais insignificante de teu ser ocupar a maior parte de teu tempo,
aí estarás trabalhando"
Liberdade
:
"Engraçado.
Por que tomar banho de chapéu pode, mas se eu quero comprar e você
quer vender não pode?"

 



Foto Comprometedora:



A camisa demonstra todo o estilo

sábado, 3 de julho de 2004

Polêmica Evolutiva

Esse artigo aqui
causou polêmica. Aqui vai uma opinião. Marxismo e o Darwinismo
(em qualquer sentido menos o de teoria científica) fazem parte do mesmo
movimento filosófico do final do séc. XIX que é influente
até hoje.


Ambos se constroem sobre os mesmos pressupostos: ateísmo, materialismo,
animalização do homem, uma visão de que o universo não
é essencialmente bom (ruptura com o principio religioso de que é),
e a aplicação de princípios "científicos"
em áreas não exatamente científicas.


São galhos da mesma árvore. Dizem que Marx leu Darwin e gostou.
Dizem que Darwin tinha uma cópia do "O Capital", mas que nunca
abriu. Mas isso não faz a menor diferença.


Se você considera que filosofia e sociologia não são ciências,
um dos principais defeitos das suas vertentes Marxistas e Darwinistas é
justamente que afirmam serem ciências.


***


Sofistas são como relógios quebrados, as vezes estão certos
por acaso.


terça-feira, 29 de junho de 2004

O teste da ciência e da religião

(original
em inglês)

por Gene Callahan


Um tema recorrente na cultura ocidental desde o iluminusmo foi que a religião
é inimiga do progresso científico. Para testar seu conhecimento
da profundidade do problema, foi elaborado o seguinte teste. As respostas estão
no final, mas tentem não olhar.


1. Quando Galileu enfrentou a inquisição, defendeu que a terra
se movia em torno do sol, enquanto a inquisição acreditava que
o sol se movia em torno da terra. De acordo com a ciência moderna:


a) A inquisição estava correta

b) Galileu estava correto

c) nenhum estava mais ou mais menos correto do que o outro


2. Colombo teve que lutar a doutrina católica estabelecida que a terra
era plana antes que pudesse persuadir qualquer um para apoiar sua tentativa
de alcançar as Índias em 1492:


a) verdadeiro

b) falso


3. A Igreja Católica afirma que:


a) o ensino da evolução é um pecado

b) a idéia da evolução é perfeitamente compatível
com doutrina católica


4. O modelo geocêntrico do sistema solar era um elemento importante da
doutrina cristã, porque dava mais importância do homem, colocando-o
no centro do universo:


a) verdadeiro

b) falso


5. Kepler foi movido a endossar o sistema solar heliocêntrico baseado
em princípios objetivos e científicos, mais do que por uma opinião
religiosa:


a) verdadeiro

b) falso


6. Todos sabem que a religião é inimiga do pensamento científico
livre, como pode ser evidenciado pelo grande número de grandes cientistas
que são ateus. Identifique os ateus na seguinte lista:


a) Aristóteles

b) Francis Bacon

c) Galileu

d) Descartes

e) Pascal

f) Newton

g) Robert Boyle

h) Michael Faraday

i) Joseph Clerk Maxwell

j) Gregor Mendel

k) Louis Pasteur

l) Max Planck

m) Albert Einstein


7. De acordo com o Dalai Lama, quando a ciência contradiz o budismo:


a) a ciência deve ter feito um erro

b) as palavras do Buda devem ser emendadas


8. A volta científica substituiu o conceito de mundo da idade média,
baseado quase inteiramente na fé, com um conceito de mundo em que a fé
quase não faz parte:


a) verdadeiro

b) falso


 


Respostas

1. c. Como Alfred North Whitehead coloca: "Galileu disse que os movimentos
da terra e que o sol é fixo; o inquisição disse que a terra
é fixa e os movimentos do sol; e os astrônomos newtonianos…
disseram que o sol e a terra se movem. Mas agora nós dizemos que qualquer
destas três indicações é igualmente verdadeira, contanto
que você tenha determinado seus pontos de "repouso" e "movimento"
requeridos pela firmação. " (1967 [1925], Science and the
Modern World, The Free Press: New York, pp. 183-184).


2. Falso. Era amplamente aceito nas idades médias que a terra era esférica.
A idéia que o homem medieval acreditava que a terra era plana foi inventada
no séc. XIX: http://www.ku.edu/~medieval/melcher/19991101.med/msg00361.html


Ver também: Eco, U. (1998) Serendipities: Language and Lunacy, Harcourt
Brace & Company: San Diego, pp. 4-7.


3. b


4. Falso. A Igreja adotou esta idéia de Aristóteles, que a baseou
em sua visão do mundo natural como um organismo. Collingwood diz que
a noção de que a importância da revolução
de Copérnico consistiu em diminuir a importância do homem no universo
"é uma idéia filosófica tola e historicamente falsa."
Indica que o que era talvez "o livro o mais extensamente lido na idade
média," De Consolatione Philosophiae de Boethius, contém
uma passagem longa "no canto minúsculo" do universo ocupado
pelo homem, cujo lugar "dificilmente merece o nome de infinitesimal "
(1960 [1945], The Idea of Nature, Oxford University Press: London, pp. 96-97).


5. Falso. Kepler era um Neoplatonista, e favoreceu o modelo heliocêntrico
porque sua opinião religiosa fez parecer apropriado que uma luz branca
divina estivesse no centro do mundo.


6. Nenhuns deles eram ateus.


7. b


8. Falso. Whitehead indica que os filósofos escolásticos não
ficavam satisfeitos a menos que pudessem oferecer provas rigorosas para os outros
elementos da existência de Deus e outros elementos da doutrina da Igreja.
Por contraste, quando Hume mostrou que a teoria da indução era
ilógica com base na de seu tempo, foi largamente ignorado e a fé
geral na indução permaneceu inabalada. "Os membros do clero
eram em princípio racionalistas, enquanto os homens de ciência
eram satisfeitos com uma simples fé na ordem da natureza" (ibid.,
p. 51).


Como você foi? Um graduado em ciências por uma universidade americana
errou 7 das 8.


O fato de que muitas pessoas "sabem" falsidades sobre a história
da ciência e religião não é, obviamente, prova da
veracidade de nenhuma religião em particular, nem uma defesa da religião
em geral. A questão é mais estreita: Mesmo os que não acreditam
não podem beneficiar-se de ter suas cabeças enchidas com uma "história"
inventada para dar suporte a uma ideologia em particular. Para saber quem nós
realmente somos, precisamos de uma visão não distorcida do que
nós fizemos. Como Whitehead diz: "Todas as nossas idéias
estarão numa perspectiva incorreta se nós pensarmos que…
nessas controvérsias a religião estava sempre errada, e que a
ciência estava sempre certa. Os fatos verdadeiros do caso são muito
mais complexos, e se recusam ser resumidos nestes termos simples" (ibid.,
pp. 182 -183).

segunda-feira, 28 de junho de 2004

Entrevista

Compilei minha entrevista com a Rádio Justiça sobre o Direito
do Autor em um arquivo de MP3. Não tenho como hospedá-lo, mas
posso mandar o arquivo por MSN e ICQ para os interessados.

sexta-feira, 25 de junho de 2004

Fronteiras do conhecimento

O tempo é uma dimensão restrita ao nosso universo, inexistindo
antes dele. Nem sequer existe um antes em termos que possamos compreender.


Não há como tentar explicar isso sem recorrer à teologia.

Sistema

O sistema é ser "contra o sistema". O establishment é
o anti-establishment. Adolescentes são imitadores, querem pertencer a
grupos, serem aceitos com base no mimetismo. O que passa por contestação
é meramente a aceitação sem questionamento do senso crítico
que é aceito por todos.


A regra é ser "alternativo". As pessoas são devidamente
iguais, uniformemente "alternativas".


Os "alternativos" são intolerantes quanto a alternativas.

quinta-feira, 24 de junho de 2004

A história da menininha

Era uma vez uma daquelas historinhas que se espalham pela Internet, ganhando
múltiplas versões. É uma historinha bobinha como uma criança,
e por isso mesmo é boa. O que me fez lembrar
dela foi algo muito bem escrito.


A Menininha

(era para ser A Caixinha, mas eu gosto mais assim)


Os tempos não estavam fáceis. O pai viu a filha embalando uma
caixa vazia com papel de presente caro e colocando embaixo da árvore
de Natal.


No dia seguinte, a menininha deu o presente para o pai. O pai abriu a caixa
e brigou:


"Essa caixa esta vazia? Porque você gastou o papel de presente nela?"


"Eu enchi a caixa com beijinhos. São para você, papai."


Nesse momento o pai cai em prantos e abraça a filha, dando muitos beijos.


Depois, sempre que passa por uma dificuldade, o pai pensa nesse momento.


***


Pronto, chorei, tá. Quando eu li a historia me deu vontade de chorar.
Escrevendo, não agüentei. Meu Deus. Chorei mesmo.

Vitória Orkutiana

O Brasil invadiu
o Orkut com um exército
de "Seus
Creysson
" anti-americanos. Já se comemora nas comunidades brasileiras
que o Brasil tenha ultrapassado os Estados Unidos como maior contingente demográfico
no site.

Resposta liberal

Uma das enfadonhas críticas ao liberalismo é a suposta ênfase
excessiva no mercado.


Certamente os liberais são a favor do mercado. Mas o mercado é
um meio, não o fim. Apenas uns poucos anarco-capitalistas têm com
o mercado a mesma relação que os socialistas tem com o Estado:
acham que vai resolver todos os problemas.


Para a maioria, trata-se apenas da maneira mais eficiente de se distribuir
os recursos da sociedade, e escapar da tendência estatal de concentrar
a renda em si mesmo e seus apadrinhados.


Outro lugar comum encontrado em livros jurídicos é de que o Estado
regulador existe para corrigir os excessos do liberalismo. A experiência
contrasta com esse conceito, uma vez que quanto mais livre a economia, melhores
são as condições do trabalho, mesmo em sistemas meio socialistas
como Canadá.

quarta-feira, 23 de junho de 2004

Duelo

Finalmente se encontram. Como era inevitável. Como era seu destino.
O comando de rendição é pronunciado.


- Nunca. Nunca vou me render.


- Qual o propósito de continuar lutando? Estás perdido. Sua causa,
derrotada, sua cidade, em chamas, suas forças, em ruínas. Entregue-se,
vamos.


- Caso tenha que sofrer a derrota, que seja de frente.


- Não me venha com seu orgulho tacanho. Sabe quantos homens se jogaram
às trevas por líderes corruptos e idéias fraudulentas?
Acha que alguém canta seus nomes à noite?


- Se a causa é verdadeira...


- Ah, por favor. Não me fale de verdade. Poupe-me. Todos eles falam.
Sinceramente, honestamente, se considera melhor que os tolos e fanáticos
que supõe confrontar?


- Não me jogue no mesmo buraco sujo em que rastejam aqueles que serve
e julga combater. A torpeza apenas realça a altivez. Vitórias
temporais são pobres indicadores de razão.


- Estamos perdendo tempo com essa retórica inútil.


- Qual a diferença de minha rendição? A vitória
não seria a mesma?


- No fim, no silencio da noite, posso dizer o intento. Não basta destruir
o inimigo, mas quebrar seu espírito.


- Jamais vencerá nesse caso.


- Acha mesmo que podes me derrotar?


- Não tenho o direito de abandonar a esperança. Resolvamos isso
à velha maneira.


Desembainham as espadas. O Duelo começa.