quarta-feira, 23 de junho de 2004

Duelo

Finalmente se encontram. Como era inevitável. Como era seu destino.
O comando de rendição é pronunciado.


- Nunca. Nunca vou me render.


- Qual o propósito de continuar lutando? Estás perdido. Sua causa,
derrotada, sua cidade, em chamas, suas forças, em ruínas. Entregue-se,
vamos.


- Caso tenha que sofrer a derrota, que seja de frente.


- Não me venha com seu orgulho tacanho. Sabe quantos homens se jogaram
às trevas por líderes corruptos e idéias fraudulentas?
Acha que alguém canta seus nomes à noite?


- Se a causa é verdadeira...


- Ah, por favor. Não me fale de verdade. Poupe-me. Todos eles falam.
Sinceramente, honestamente, se considera melhor que os tolos e fanáticos
que supõe confrontar?


- Não me jogue no mesmo buraco sujo em que rastejam aqueles que serve
e julga combater. A torpeza apenas realça a altivez. Vitórias
temporais são pobres indicadores de razão.


- Estamos perdendo tempo com essa retórica inútil.


- Qual a diferença de minha rendição? A vitória
não seria a mesma?


- No fim, no silencio da noite, posso dizer o intento. Não basta destruir
o inimigo, mas quebrar seu espírito.


- Jamais vencerá nesse caso.


- Acha mesmo que podes me derrotar?


- Não tenho o direito de abandonar a esperança. Resolvamos isso
à velha maneira.


Desembainham as espadas. O Duelo começa.

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