sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Inteligência demais atrapalha

(via FYI)


Como meus afáveis leitores sabem, além de excessivamente modesto, conto com uma robusta inteligência. O problema é que inteligência não resolve problemas. O que resolve problemas, além da necessidade, é a auto-disciplina. E pessoas muito inteligêntes não tem auto-disciplina, exatamente porque são inteligentes, e usam sua inteligencia para não fazer coisas. A inteligencia serva à preguiça, porque sabe que dá trabalho demais ter trabalho.


Pessoas não tão inteligentes, porém esforçadas, conseguem melhores resultados. O meu objetivo no colégio e na faculdade era passar com o menor esforço possível. Os auto-disciplinados querem passar com a maior nota possível. Claro podem existir pessoas muito inteligentes e disciplinadas, mas terminam sendo doidas e cortando própria orelha fora e invadindo a Russia. Napoleão trabalhava demais, achava que dormir era perda de tempo. Se tivesse tido preguiça de lutar contra a Russia no inverno, o que dá trabalho demais, talvez a história fosse outra.


Vocês devem conhecer os ricos e famosos, celebridades, artistas, modelos, manequins e empresários de sucesso. Em grande parte são idiotas completos. Já viu essas pessoas falando no Jô Soares, na Luciana Gimenez? É boçalidade para todo lado. Talvez isto possa ser explicado pelos números, já que os burros são mais numerosos que os inteligentes. Mas talvez, afinal de contas, o que conte seja o esforço e os inteligentes são preguiçosos.


Como prova da teoria circunscrita neste artigo, eu sequer o li por completo. Nem passei do primeiro parágrafo. Peguei a idéia geral, escrevi o post e bola para frente.


Quatro citações sobre o assunto (podia pesquisar mais, mas iria contra o tema deste post):


“E qual o maior acontecimento do século XX? É a rebelião dos cretinos fundamentais. Antes, Otto, o cretino fundamental raspava a parede da sua humildade e na consciência de sua inépcia, ouviu?, mas agora... e agora conseguiram finalmente pela superioridade numérica, porque para cada um gênio há dez milhões de imbecis, você sabe disso.” - Nelson Rodrigues


"Hard work never killed anyone, but why take a chance?" - Ronald Reagan


"Men are basically smart or dumb and lazy or ambitious. The dumb and ambitious ones are dangerous and I get rid of them. The dumb and lazy ones I give mundane duties. The smart ambitious ones I put on my staff. The smart and lazy ones I make my commanders." - Erwin Rommel


And, for the fun of it, mais quotes do Reagan:


"My fellow Americans, I am pleased to tell you I just signed legislation which outlaws Russia forever. The bombing begins in five minutes."


 "How do you tell a communist? Well, it's someone who reads Marx and Lenin. And how do you tell an anti-Communist? It's someone who understands Marx and Lenin."


sábado, 24 de dezembro de 2005

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

A Guerra de Narnia

Centauros e guepardos de um lado, minotauros e lobos de outro. Nas telas do cinema, a batalha é entre o exército de Narnia contra as forças da feiticeira branca. No mundo real, o combate ocorre entre fãs dos livros e seus detratores. Méritos literários a parte, o pano de fundo é a batalha entre cristianismo e o secularismo.


As alegorias do filme encaixam-se muito bem neste debate. Do lado do bem está o cristianismo, que luta com a verdade. Do lado mal está o secularismo e outras esquisitices. Um dos mais vocais detratores de Narnia é um inglês, autor de uma série de histórias infanto-juvenis no qual o cristianismo é uma perversa mentira, e o objetivo é destruí-lo. Os protagonistas lutam contra a vilã, que é a Igreja. Não vale a pena discutir essa porcaria regurgitada em extensão. Aquela conversa banal e ridícula sobre como religião é uma opressão, o mesmo papo furado de sempre.


Exista quem diga que chamar esta história de anti-cristã, apenas pelo fato de que isso é verdade, é um exagero, um delírio. É o mesmo tipo de pessoa que acha absurdo qualquer crítica contra “O Código Da Vinci” com base no fato de que é o que é, ou seja, um ataque contra o cristianismo. Dizer o óbvio ululante num ambiente infestado pelo politicamente correto é uma grosseria.


Para quem acompanha o assunto, não deve acusar surpresa saber que ambas as obras literárias são recopilações de temas gnósticos. Na verdade, não importa muito o porquê do ataque. Pode ser secularismo, gnosticismo, marxismo, vago esquerdismo, ou um lado espiritual independente de religião, pode ser o que for, desde que seja contra o cristianismo. É exatamente isso que Lewis já suspeitava via acontecer em sua época, assim Chesterton antes mesmo de escrever “The Everlasting Man”, livro que ajudou a converter o primeiro.


A obra de Narnia pode ser criticada pelo uso direto de alegorias, como conhecidamente já foi feito, na época, pelo próprio Tolkien, amigo de Lewis. Pode ser uma mistura com pouco critério de mitos e lendas. Mas não é uma obra racista e imperialista apenas porque os heróis são ingleses. Não é uma tanto obra anglo-cêntrica quanto uma obra inglesa. Será que as obras de Machado de Assis são brasilo-cêntricas porque os heróis são brasileiros? O mesmo tipo de acusação nonsense é feito contra sobre Tolkien. Oh, falta diversidade étnica ali naquela obra clássica. Nada mais cult que um coreano na Ilíada e um grego num filme sobre a coréia medieval.


Essa mesquinharia é pretexto para atacar a obra. Tenta-se achar chifre em cabeça de cavalo – o que, de resto, até que é possível em Narnia, onde existem unicórnios. O objetivo real é atacar uma obra que é tida como subversiva e tóxica por ser cristã. E o cristianismo realmente é subversivo e tóxico à ordem anti-cristã que, parafrasenado Lewis, “não é um leão domesticado”.


segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Tenho um lado fraco

Por causas românticas e quase perdidas. Abaixo assinado contra o aborto. Agora eles vão nos ouvir. A bem articulada juventude católica brasileira já conta com 137 assinaturas contra o aborto. Sim, os muros corruptos e seculares de Brasília tremerão.



Em tempo, não duvido em absolutamente nada que agnósticos assinem essa lista. Conheço vários agnósticos que se opõe ao aborto com intensidade muito maior que católicos. O agnóstico contra o aborto toma uma atitude muito mais cristã que o católico que é contra. Tenho por eles certa admiração, na medida em que fazem isso unicamente pela força de suas convicções. Isso torna particularmente complicado compreender como um católico pode ser a favor.



The horror. O Estado possui um "Portal da Saúde" a favor do aborto. Certamente não é a favor da saúde intra-uterina, já que são a favor de seu assassinato em massa. Parece algo da Novilíngua saído das páginas de 1984, onde a palavra Saúde passa a ter um significado um tanto sinistro. Isto tudo com nossos reais de nossos impostos.



Upon horror. Um artigo no jornal inglês UK TIMES sobre bebês que nascem vivos após tentativas de aborto. O "problema" poderia ser revolvido se os praticantes apenas injetassem cloreto de potássio no coração dos bebês, mas eles estão relutantes em fazer isso.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Compasso Político

Economic Left/Right: 4.00

Social Libertarian/Authoritarian: -1.44



Fiz este teste em 2004 e os resultados foram


Economic Left/Right: 6.75

Social Libertarian/Authoritarian: -1.64


Melhorou ou piorou?


Fiquei mais para o centro nas duas áreas. Sinal de maturidade, quem sabe.


O teste é meio fora de compasso. Algumas perguntas têm um viés banal. É um preconceito tolo achar que é autoritarismo considerar a principal tarefa de uma mãe, e alias do pai também, cuidar dos filhos. Ou ainda que a escola ensine religião.


A colocação das personalidades tem cosias sem sentido. Colocar o João Paulo II e o Papa Bento XVI e como autoritários à esquerda é um erro. A Igreja condena individualismo exacerbado, por outro lado condenava completamente o coletivismo. Basta lembrar desta homilia, que também foi uma influência para curta minha caminhada rumo ao centro:


“ A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi não raro agitada por estas ondas – lançada dum extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até ao ponto de chegar à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical”


Outros resultados:


FYI


LLL


Faça o teste do Political Compass você também!

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Cada coisa

Como eu explico que isto é se auto-segregar? É o oposto da inserção social. Talvez em Montgomery, Alamaba, 1955, um projeto de uma TV só para negros seria bem visto. Eles adoravam ter tudo separado. A luta era pelo liberdade de misturar. Rosa Parks se tornou uma heroína ao desafiar a segregação e romper com os espaços que separavam negros de brancos.

O Grande Michael Ramirez


Quem não quiser se registrar neste ou outro site qualquer, tente o bugmenot.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Carta ao Congresso

Prezados Senhores,


Venho rogar que v. exas. tenham a honradez de manifestar-se de modo inequívoco contra a pratica do aborto prevista na votação do Projeto 1135 neste dia 9 de novembro.


Vamos provar, de uma vez por todas, que o Brasil não é o quintal intelectual do mundo e possui capacidade de pensamento próprio. Ao invés de seguir práticas temerárias, vamos dar um exemplo ao mundo de valorização da vida. Se o Brasil lutar contra o aborto, seremos verdadeiramente líderes que tem a coragem de agir de acordo com convicções morais, e não tolos que seguem a moda politicamente correto.


De mais, trata-se de uma vida humana, algo que v. exas. não tem o direito de autorizar ninguém a tirá-la. Seus mandatos não lhes dão tal poder. O aborto é inconstitucional por que viola o direito à vida. Este direito está acima da Constituição, de opiniões, de casuísmos, de referendos e votações. É a pedra basilar sobre todo o edifício da sociedade humana que está construído. Não se trata de uma postura religiosa, mas de respeito pela vida humana.


Rio, 9 de Novembro de 2005.


Podem copiar esta carta. Enquanto dos estão distraidos com referendo e escândalos, tentam aprovar o aborto de modo sorrateiro. Infelizmente, existe pouca chance que membros do congresso de uma comissão com um nome que parece um bordão de um manual de propaganda política sejam sensíveis a tolices conservadoras como o valor da vida humana, mas vale à pena tentar.


Lista de e-mails dos deputados da Comissão de Seguridade Social e Família:



sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Jogando Civ4 e Trabalhando

Enquanto isso, um pouco de diversão. Enfim, nada como um conjunto musical composto por personagens secundários de filmes B de ficção dos anos 70 e o que parece ser um clone do Sargento Pincel e um Val Kilmer com cabelo new wave.

sábado, 22 de outubro de 2005

A Máscara do Herói

“Spider-Man is all but invincible, but Peter Parker, we can destroy him!” – Green Goblin, Spiderman (2002)


“People need dramatic examples to shake them out of apathy and I can’t do that as Bruce Wayne. As a man, I’m flesh and blood, I can be ignored, I can be destroyed, but as a symbol… as a symbol I can be incorruptible, I can be everlasting.” – Bruce Wayne, Batman Begins (2005)


A dinâmica entre a “identidade secreta” e o “alter ego”, embora presente em lendas e mitos, não é de todo alheia à vida comum. Comumente diferenciamos entre o “homem público” e o “homem privado”, entre a vida e família e a vida profissional. Desde bem cedo as crianças agem de modo diferente junto aos colegas na escola ou em casa com os pais. Muitas vezes esquecem-se disso quando ficam adultos e tem seus próprios filhos. Mas desde cedo a vida possui essa separação entre os diversos mundos. Muito embora esta parece aos adultos por demais trivial na idade infantil, é quando começa a existir. Talvez por isso a dinâmica de herós e identidade secreta ressone de modo tão intenso no mundo infantil, e guarde seu apelo universal.


Por vezes busca-se mitigar ou diminuir o apelo e força da vida familiar, e um exeplo disso é a norma eclesiástica para que bispos não possam se casar. Na Igreja, até hoje o celibato é a norma na Igreja de rito latino. A vida familiar é restrita de modo a tornar exclusiva à dedicação à vida religiosa.


Essa dinâmica é tangenciada no mundo dos quadrinhos, onde heróis sacrificam em grande parte sua vida privada em prol de sua ocupação de combater o mal. Os dois filmes selecionados ilustram muito bem essa questão. A vida privada não é apenas prejudicada pelo heroísmo, mas risco se abate sobre as pessoas próximas. A identidade secreta visa a proteger tais pessoas, e também ao herói. Por mais que um herói seja invencível, seu alter ego tem toda a fragilidade humana.


E funciona ao contrário, também. Ao colocar a máscara, os heróis se tornam mais do que meros homens. Como símbolo, ao menos na mente de seus oponentes, perdem sua fragilidade humana. Um bom exemplo disso é o Fantasma. Existiram vários. Individualmente, podiam ser mortos. Mas sempre havia um outro que assumia a máscara. O heróis torna-se assim imortal e incorruptível.


Qualidades cinematográficas a parte – e são discutíveis – o filme A Mascara de Zorro é um bom exemplo, a começar pelo título e premissa. Zorro, como todos sabem, é um herói invencível que facilmente derrota quaisquer forças que tentem detê-lo. Exatamente ao perceber isso, o vilão local, num insight raro, percebe que o herói pode apenas ser destruído sem a máscara. Desse modo, com uma trama descobre a identidade secreta. Dom Diego, sem a máscara, em sua casa, com sua mulher e filho sob perigo, luta nobremente mas é derrotado. Mas não é o fim de Zorro, justamente porque outro personagem, o bandido Alejandro, toma a máscara, tornando-se o novo Zorro.


Estratégia similar empreende o Duende Verde em Spider Man, ao atacar exatamente aonde o herói é mais fraco, ou seja, colocando em risco sua Tia May e a mulher de quem gosta, Mary Jane. Mesmo o vilão de Batman Begins prefere atacar seu inimigo sem máscara, em sua casa. Não apenas porque fica mais frágil, mas porque o herói não luta bem sem máscara. Bruce Wayne apanha fácil. Dom Diego pela primeira vez na vida não derrota os guardas mexicanos. Peter Parker consegue derrotar um brutamontes de colégio, mas na hora de lutar com um super-vilão, não dispensa o uniforme.


Quem leu Batman: Ano Um sabe que treino e dedicação pouco significam sozinhos. Bruce Wayne sem a roupa do Batman sai pelas ruas vestido normal para combater crimes, mas não é levado a sério, apanha e quase é morto nas duas vezes por uns poucos bandidos. No filme, tenta falar com Gordon, mas tem que sair correndo e se estabaca no chão. Bruce Wayne é só um cara esquisito andando por ai batendo em bandidos, não pode nada. Batman pode fazer muito mais. Um homem forte pode lutar contra 6, um herói pode lutar com 600. Exageros a parte, sabe-se que o mesmo sujeito vai lutar melhor se estiver de uniforme, ou se for um cavaleiro.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Desarmamento

A CNBB é a favor do desarmamento. Não é uma postural infalível da Igreja. Está em desacordo, é razoável entender, com o catequismo da Igreja Católica, baseado em São Tomas de Aquino.



Aqui no Rio existe a belíssima Igreja da Santíssima Trindade, no Flamengo. Foi construída durante a segunda guerra, idealizada por um padre francês que, infelizmente, não a viu ficar pronta. Nela existe um local inspirado na Gruta de Lurdes para oração e velas, tendo inclusive uma pedra original na parede.



A Igreja possui estatuas de vários Santos. O padre, claro, fez uma homilia a favor do desarmamento. O interessante é que vários Santos estão muito bem armados, e o arsenal inclui um bastão com pregos (S. Judas Tadeu), lanças, flechas, e até uma espada para S. Joanna Darc. Considerando-se que no momento histórico da construção dessa Igreja a resistência francesa lutava em armas contra a ocupação nazista que queria desarmar a população da França, é realmente algo espantoso.



A opinião parece ter mudado. Na hora de canonizar os mártires da Guerra do Cristeros, executados porque se recusavam a abandonar a fé, os padres que pegaram em armas foram excluídos a priori do processo seletivo. Resta saber se existe algo de substâncialmente diferente numa arma de fogo ou numa espada que justifique isso.

Afinal, parece haver tão somente a confusão entre o objeto e o mau uso deste formando uma impenetrável camada de tolice sobre todo o debate. Que proíbam-se as facas, a água sanitária, os automóveis e as escadas.

sábado, 15 de outubro de 2005

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Dois clipes

Este clipe tem efeito diferente dependendo da pessoa. Ou é ultra-trash ou é extremamente bem feito. Teve um efeito em mim, portanto me likes it.



Um bom clipe faz de tudo. Isso que é uplifiting!

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Dica para cinema brasileiro

Qualquer obra audiovisual brasileira pode se beneficiar imensamente desta simples regra. Basta que tenha, sem nenhum motivo aparente, o Sidney Magal vestido de Zorro.



Sim, praticamente não há filme ou novela que não se beneficie do Sidney Magal vestido de Zorro. O aumento de nível é significativo. Nem tanto como um reconhecimento das qualidades do Zorro, mas uma constatação do lixo cultural que entope essas categorias.



Deve ser algo completamente arbitrário. Do nada, sem explicação lógica, entra o Sidney Magal vestido de Zorro. É uma regra universal. Pode provar. Pense em qualquer filme, qualquer novela, qualquer minissérie, e coloque o Zorro. Fica melhor.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

domingo, 2 de outubro de 2005

Porque Votar Não ao Desarmamento

Porque toda elite bonitona que vai à TV falar mal das armas não vive sem elas.


Porque essa lei aplica-se exclusivamente ao cidadão comum, ou seja, para quem é pobre ou de classe média. Quem é rico ainda pode ter segurança armada. Não muda nada.


Porque os políticos, empresários e artistas ricaços que são a favor do desarmamento vão continuar tendo seguranças armados protegendo a si e sua família, mas o cidadão comum ficará à mercê da bandidagem. O desarmamento é só para você que não é cheio de grana.


Porque o pressuposto maior do desarmamento civil é que a polícia é plenamente capaz de prover segurança aos cidadãos, e se isso é falso de um modo geral, é totalmente falso no Brasil.


Porque retirar o direito de defesa de quem pode menos em locais de segurança pública falida é uma covardia.


Porque os argumentos são baseados vagamente em estatísticas que nunca são apresentadas e postas sob escrutínio. Pode perguntar a qualquer defensor do desarmamento para apresenta-las, e falhará.


Porque países como Canadá e Suíça possuem altíssimo nível de armas por residência, e não tem problemas significativos de violência.


Porque controle de armas é medida típica de governos totalitários. É mais um direito que o Estado priva o cidadão.


Porque o único resultado prático vai ser prender cidadãos de bem que são forçados a se armar porque o Estado é incapaz de protegê-los. E o Estado prefere prender cidadãos de bem a prender bandidos, porque tem medo de enfrentar estes. Na área onde o bandido manda, Estado não manda.


Porque isso é um esquema óbvio que tem como objetivo apenas tirar mais direitos individuais e aumentar a insegurança pública e dependência do cidadão ao Estado.


Porque a campanha é baseada numa propaganda política de baixo nível, recheada de inverdades e falsidades.


Não recomendo ninguém a ter uma arma. Mas acho um absurdo proibi-las. Não que faça diferença, uma vez que já é quase impossível comprar legalmente uma arma. O referendo visa tão somente dar falsa legitimidade a uma perda de direitos.


sábado, 1 de outubro de 2005

Não existe direita no Brasil

Quer saber porquê? Basta dar uma olhada na Lista de Tributos do Brasil (fonte: http://www.portaltributario.com.br)



Direita é a posição contrária à roubalheira tributária, esquerda é a posição favorável. Essa é a única definição política relevante no Brasil. Socialismo, social democracia e afins são apenas conversa fiada para meterem a mão no teu bolso. Pegar dinheiro da sociedade por meio de impostos em nome do bem comum. Bem comum do bolso deles, claro. Reclamam da exploração do capitalismo, mas se amarram na exploração tributária. Mais impostos é mais dinheiro na mão dos políticos, ou seja, mais roubalheira. Tudo que é corrupção, direta ou indiretamente, sai do teu bolso, por meio de impostos. Quanto mais imposto, mais roubo. Não por outro motivo, praticamente todos os políticos do Brasil se declaram de esquerda, e agem de acordo, visando o aumento de impostos para que possam usar para os seus próprios fins. Não interessa o que o político diz, interessa o que ele faz. E quase todos querem aumentar impostos. Será que eles querem isso pelo bem comum, ou pelo próprio bem? Você acha que o que é seu pode ser melhor aplicado por você mesmo, ou por um político que diz agir no teu nome?

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Resenhas

Van Helsing ***/*****

The smell of vampires in the morning… I mean… Muito movimento e pouca substância. Ao menos o herói é católico!


Monstros S.A. ***/*****

Mais uma animação divertida da Pixar. Deveria ser mais impressionante na época. As crianças estão mais difíceis de se impressionar.


Twisted **1/2/ *****

Um thriller típico e bem construído, para quem gosta desse tipo de coisa. Nem bom nem ruim.

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Ariel

Bela como a luz

Pura como poucas

Viva como a esperança em

Quem tudo pode

Lhe dará o que precisas.


Deixa saudade

E fica com nosso amor.

sábado, 24 de setembro de 2005

Um blog sem comentários é...

... um espelho sem reflexo.


... um abismo que, fitado, não fita de volta.


... um céu fosco, sem estrelas.


... uma caverna sem eco.


... um sussurro de vento d'uma árvore na floresta.


Alvorada

A luz corre por lugares sombrios e cobre de vida o que era lúgubre.


Nada postado as 7 da manhã pode fazer sentido.

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Misantropos e chatos

Existe um movimento misantropo de auto-exterminio da humanidade, dizendo que ninguém deve ter filhos. Admitidamente é tentador pensar que esse movimento tem a vantagem intrínseca de livrar a piscina genética da humanidade dos genes desse pessoal. Esquerdista por excelência, claro, sendo estes favoráveis ao aborto e todos os métodos de controle de natalidade, voluntários, involuntários, reais, fictícios, que tenham existidos ou venham a ser inventados. Case closed.


Deve-se respeitar o livre arbítrio individual de cada um, é claro, mas é esse o problema. Quem não respeita quem quer ter filhos. Cansa-me essa ideologia pateta de que menosprezar quem tem. Prova definitiva: a série "Sex in the City" é a campeã dessa causa anti-filhos. Tudo que a série "Sex in the City" defende é cafona, idiota e errado. Case closed.


Esse papo de "apenas o indivíduo importa" (ui) é auto-contraditório. Se ninguém mais importa no mundo, para quer ler blogs? Para que comentar? Ninguém importa, good fellow. Pode escrever o próprio blogue, com senha, e comentar sozinho. Não vejo graça, mas, enfim, pelo menos ficou com uma frase de efeito legalzinha. Parece-me algo típico de cinco-contra-um, justiça com as próprias mãos, Onan e seu individualismo exacerbado, gritando, sozinho, no clímax de self-love, que apenas o individuo importa.


Nem em termos evolutivos, nem religiosos, o lado misantropo faz sentido. Ter filhos não é o mesmo que ser um escravo dos genes. Só na cabeça dos naturalistas bitolados. Ora, comer (comida) também é ser escravo da genética? Methinks not. O mandamento divino vale para todo mundo, mesmo para quem não quer. Quem não gostar, não segue, uai. Mas não reclama de quem aceita. What's the deal? Quem quer ter filhos, que tenha-os, quem não quer, que não os tenha. Liberdade para Cuba. Thank you.


(Post Frakenstein, composto de pedaços de comentários menores em outro blog.)

terça-feira, 20 de setembro de 2005

A Elegância é Sucinta

Blogueiro é assim. Começa bem com um título assim e depois escreve 5 laudas para explicar. Dude.

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Porque Delance?

Senhoras e senhores, respeitável público, aqui vai el revelación. Daquelas tão boas que só ocorrem na última cena de sábado a noite da novela das oito.


Para começo de história, nem era originalmente Delance, era Fer-de-Lance. Mas os lugares que pedem nick frequentemente tinham uma limitação de tamanho, então encurtou para Delance. Fer-de-Lance quer dizer Ponta de Lança, ou algo assim. Isso na época em que armas com nomes em francês eram sinal de status. Vejamos a origem disso.


Honestidade é fundamental, pois facilmente poderia contar a lorota que o nome veio de um romance homônimo de Nero Wolfe. Intelectualmente atraente, mas falso.


Assim como a música dance, a democracia brasileira e os Ewoks, a culpa é dos anos 80. Nesta época, eu jogava no meu computador MSX um joguinho muito bom chamado Elite. A única nave que o jogador podia pilotar era a Cobra MK III, porém, dentre as naves do jogo, existia uma chamada Fer-de-Lance, que conjugava elegância e força. O Aston Martin dos céus. Gostei do nome, e usei como nick em jogos, e posteriormente em BBS. O nome pegou, e esta é a história.



Por estes simples gráficos vetoriais babavam jovens para telas de TV, ao som do Danúbio Azul. Tem coisas que só os anos 80 fazem por você. Alias, levando-se em conta o rol de doideras desse período histórico, essa nem está tão mal assim.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Esperança

A esperança é uma das grandes virtudes cristãs por excelência. É eterna porque transcende. Por esta razão não importa o quão ruim sejam as coisas num determinado momento, a esperança impedirá a entrega ao desespero. Talvez, nesse meio tempo, portas até então não vistas se abram.


Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade. (I Corintios 13,13)

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Resenhas

A Lenda do Tesouro Perdido

***/*****


Bom e velho filme de aventura. Funciona, e foi feito com alguma competência. As referencias históricas divertem. A parte de conspiração não cola muito bem, com um mistureba total. Até que a coisa vai bem.


Duplex

*/*****


Mais uma comédia americana sem graça. Ben Stiller deve ser evitado. A direção não coloca um ritmo bom, nem faz bom uso das situações potencialmente engraçadas.


Monge a Prova de Balas

*1/2/*****


Começo passável, fica chato logo. Mesmo esquema dos filmes de kung fu, incluindo o aprendiz, o vilão, e por ai a fora. Item de interesse é o fato que os bandidos se disfarçam numa organização pelos direitos humanos.

Return of the blog

Este blog está de volta, tal como uma fênix renascida das cinzas. Oh, falei grosso. Mas é isso mesmo. Esse é um blogue que fala grosso, ô rapá. Avante!

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

This blog will be back soon

Better than ever, as easy/difficult as it sounds.

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Dois pesos

Certa esquerda é psicótica, como pode ser verificado.



Existem alegações bem embasadas de que Lula e o PT estão envolvidos em um esquema de corrupção. Um esquema grande, sórdido e bem comprovado.



Em face disso, uma pessoa normal, de qualquer ideologia, percebe que o PT não é flor que se cheire, afinal de contas.



Os esquerdistas psicóticos, porem, negam isso. Para eles, esquerda é sinônimo de bom, e direita de ruim. Puro fanatismo.



O resultado é o delírio chavista e golpista que tudo é conspiração de direita, já que a esquerda não pode roubar. Ou então acham que, na verdade, o governo Lula na verdade é de direita apenas porque roubou.



Por estas e outras não deve ser que não vemos carapintadas na rua. Onde estão os protestos enfurecidos? Ao invés de notar que esse escândalo ocorreu justamente porque o PT tem vocação totalitária, querem limpar a cara do partido. Mesmo a oposição quer livrar a cara do partido. Melhor seria se fizessem o seu trabalho.

terça-feira, 2 de agosto de 2005

El Magnifico

Tive a oportunidade de assistir, em recente viagem, a 4 filmes passados dentro do ônibus. Metade boa, metade ruim, meio "balance of the force", o equilíbrio entre o bom e o ruim:



A Serva Patrona



Ugh. Gritaria, comentários, mas não é tão ruim quanto soa (nem quanto o trocadilho, talvez)



Os Incríveis



Obra prima espetacular que não cansa de divertir.



Em Busca do Vale Perdido Encantado III



O único mérito desta bomba é que, num filme de dinossauros falantes, a teoria da evolução é o elemento menos verossímil.



Lisbela e o Prisioneiro



Trata-se filme nacional bom de verdade, o que é, por si só, algo raro.



***



Você descobre que se tornou realmente conservador quando assiste Footloose (ou pensa no assunto, também funciona) e começa a tomar o partido do pastor conservador que proíbe o Rock.



***



Uma maneira de ficar rico é escrever "A arte perdida de transformar comentários witty em posts decentes". Preferencialmente com o adendo "Como escrever títulos de post"

quinta-feira, 28 de julho de 2005

Cool

Wanting to use as many practical effects as possible, Christopher Nolan told the production crew that he wanted the Batmobile to actually do its own stunts without camera trickery, CGI or models, and as a result, the Batmobile built for the movie could take sharp turns at 60 miles per hour, brake to a complete stop on a moment's notice, and could even go into a rampless jump, clearing up to 40 feet in the air.


Agora sim, um Batmóvel de verdade. Os efeitos de computador se tornaram algo completamente saturado. Conforme já foi dito, George Lucas mudou o conceito de efeitos especiais. Já que existem efeitos de computador em todas as cenas, deixaram de ser especiais. Especialmente os de computador, antes raros e interessantes, agora estão batidos. Muito mais interessante é um filme com coisas reais, mas fantásticas. Esses se tornaram os novos efeitos especiais. Alias, o fato de que Batman Begins tem uma trama interessante, coerente e estimulante parece ser o efeito especial mais raro no cinema atualmente. Ponto para o filme!



Todo o discurso do Bruce Wayne sobre a maneira que ele pode se tornar um símbolo incorruptível, mais do que si mesmo, ao assumir o manto do Batman torna o filme mais interessante do que quase tudo que tem sido produzido por ai.




Questão

Nos dia de hoje, o que assusta mais num blog?



( ) a - Foto de uma mulher gótica chupando o sangue do próprio pulso com corvos mutantes fazendo sexo com uma sereia ao fundo



( ) b - Hauahuauaua gente que axa taum legaum ixcrever axim



( ) c - Comentários esquerdóides analizando posts alheios



( ) d - Imagens, letras de música e comentários sobre um ator ou banda musical



( ) e - Posts como este


domingo, 24 de julho de 2005

Alguns Links

* Anunciado novo filme live-action dos Transformers a dirigido por Micheal Bay. Video com algumas cenas o e site oficial, com direito a re-mix da música original. Man, um Transformers live-action produzido pelo Spielberg é alguma espécie de sonho nerd dos anos 80.



* Essa é para os estressadinhos.



* Uma banda que toca musicas de jogos antigos.



* Esses documento não prova nada! Clique no link, pegue o filme Batiman feira de fruta.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

As aventuras de Random Thompson, detetive particular

Meia noite. Beco do Oeste. Um buraco sujo cheio de maltrapilhos que vagam pela vida sem sentido. O cheiro de comida barata emana das chaminés das cozinhas de grotões pustulentos. Meu tipo de lugar. Aqui fica o meu esconderijo, meu reduto, meu escritório.



_ "Senhor Thompson, meu nome é Marcus Valderdayl. Preciso de seus serviços."



Valderley. Laia lastimável de ricaços metidos do lado leste, com suas roupas empetecadas e carrros cromados com detalhes em lima-limão. Valderley. Lembrarei desse nome.



_ "Pois não, Sr. Valderley. Diga-me o que precisa. Sou-lhe todo ouvidos"



_ "É Valderdayl... Dei-o, entendeu?", diz-me Valderley, fazendo biquinho.



_ "Não me interesso por sua vida sexual, mas, como queira, Valderdayl. Diga-me o que o traz ao nosso canto sujo da cidade."



_ "Pois bem, Sr. Thompson. É isto que me traz aqui é uma questão de família."



_ "Seus parentes?"



_ "Não desse tipo de família", diz Valderdayl, tirando uma meleca, "mas de outra, falo de outro tipo de serpente, falo da mafia."



Tudo que eu precisava. Ricos melequentos e mafiosos cruentos.

Que fofo

quinta-feira, 21 de julho de 2005

A ditadura do meio termo

Uma das posições mais extremadas existentes é a posição do meio termo. Sempre querem um meio termo. Vêm armados com um arsenal de clichês. A turma do deixa disso, dos panos quentes. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Tudo em moderação. Nem oito nem oitenta. E por ai vai.



Comportamento patológico que chega às raias do surrealismo. Você afirma que 2+2=4. Outro, por que motivos sejam, diz que 2+2=5. A turma do meio termo que te convencer que, na verdade, a reposta certa é quatro e meio.



São sempre manipulados pelo lado que está errado. Errar é fácil, acertar é difícil. O meio termo entre o erro e o acerto ainda é um erro. Querendo-se a reposta de dois mais dois, quatro e meio é tão errado quanto cinco. A turma do deixa disso entrega o que é certo de mão-beijada em nome de uma vaga noção de tolerância e diversidade. Tudo isso se encaixa no esquema de ditadura do relativismo, termo cunhado pelo Cardeal Ratzinger. Quem acredita em algo de maneira clara e madura é tomado por fanático. Em resumo, os relativistas fanáticos não aceitam que alguém não seja relativista.



Existe uma anedota no mundo jurídico que sempre existe uma teoria mista. Se você não conhece nenhuma teoria sobre um tema, você favorece a teoria mista. Porque sempre tem uma teoria mista. Alias, praticamente só existe a teoria mista. Talvez seja um cacoete de quem leu Hegel e, tragicamente, levou a sério essa patuscada de tese, antítese e síntese. Ostensivamente encontra-se um semiletrado pedindo que você deixe disso, porque sempre tem um meio termo. Um meio termo entre a verdade e a mentira é outra mentira, Dr. Mirandinha!



O mundo vive na teoria mista. Você vive na teoria mista, e nem sabia. As revoluções liberais deram a todos direitos fundamentais inalienáveis na forma de restrições ao poder Estatal. As liberdades de locomoção e expressão indicam que o Estado deve abster-se de praticar ações que lhe tolham esses direitos. Os direitos sociais, contudo, como o nome indica, vem do socialismo, e consistem em ações que o Estado deve e pode exercer para tolher seus direitos individuais em nome de direitos coletivos. Forcosamente quem decide o que o coletivo quer? O estado. Pronto, os direitos coletivos erodem os direitos individuais. Você tem direito à propriedade, a menos que o Estado decida que é melhor toma-la de você em nome da sociedade. Você tem direito aos frutos do seu trabalho a menos que o Estado resolva tungar metade do que ganha com impostos, em nome, claro, do coletivo.



Nem os EUA estão a salvo, pois recentemente a corte suprema deles tomou uma decisão pela qual o Estado pode confiscar propriedade e entrega-la a grandes empresas caso isso vá produzir mais impostos. Isso foi uma derrota do capitalismo porque erode o direito de propriedade privada. Foi uma vitória do socialismo. Mas é difícil explicar isso no Brasil, que confunde capitalismo com grandes empresas e socialismo com povo. Quando o governo pega metade do que um honesto trabalhador ganha em nome de impostos diretos e indiretos, isso é socialismo.

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Imagine só, Sr. Mirandinha

Não diga, Sr. Astolfo.



Oh, mas o digo, Sr. Mirandinha. Pois há coisas que precisam ser ditas. E dize-las constitui a antítese de não dize-las.



Então diga, Sr. Astolfo.



Digo, oh, se digo, Sr. Mirandinha. Pois imagino o Sr., obviamente uma pessoa culta, inteligente, um homem deste mundo, tolerante e aberto a diversidade, cosmopolita, que coisa.



O Sr. me envaidece, Sr. Astolfo. Mas, chegando à questão.



Uma loucura, uma loucura, eu te digo. Imagine que hoje, em pleno Séc. XXI, onde o homem já foi até a lua, imagine só.



Sim, Sr.



Como pode ela vir me impor um moralismo intolerante, imperialista, misógino, como pode, Sr. Mirandinha?



Não sei como pode, Sr. Astolfo. É caso de estudo, sem dúvida!



A que ponto chegamos, Sr. Mirandinha! Eis que eu demonstro de maneira cabal e científica, C.Q.D. ali no ato, que o ato outro porquanto ali presenciado era tão somente a culminação invariável de fatores explanáveis naturalisticamente.



Sem dúvida, sem dúvida.



E ela ousa sim, ousa negar este entendimento moderno, progressivo, multilateral, e vir impor sua verdade.



Que audácia.



Sim, audácia! Uma imposição unilateral. Imperialismo moral, é o que é. Como pode ela achar que pode impor seus conceitos medievais de moralidade aos demais outros tais quais como a minha pessoa? Eminha individualidade de ser humano, enquanto gente, ora homem, cidadão? Onde está a cidadania? Onde isso vai parar?



Pois todo homem culto sabe que verdade é coisa que não existe, que tem peitos caídos.



Sim, caídos. Mas, cá entre nós, Sr. Mirandinha, nem os da Julia nem os da Mônica o são, hein? (faz o gesto típico de fonk fonk com as mãos)



Oh se não o são, Sr. Astolfo. (também)



***



Por uma questão de elegância intelectual, escrevi essa resposta antes de ler o post em si, que, agora, pretendo fazer.


terça-feira, 12 de julho de 2005

Confusão Clerical

O que um católico deve fazer quando vê:


  • Padres que celebram casamento de pessoas abertamente não-católicas? Pessoas que apenas são batizadas, se muito, que podem nem ter 1ª comunhão, crisma, e até são adeptos de outras religiões e seitas.

  • Bispos que dão comunhão a pessoas que dizem que são tão perfeitas que não precisam confessar apenas porque são celebridades ou políticos.


Afinal de contas, se a Igreja não exige nada, nem comunhão, nem crisma, nem confissão, para que alguém deveria cumprir as normas? Os padres não exigem, os bispos também não. Depois reclamam que o Brasil tem muito católico não-praticante. A pergunta, claro, é retórica. Mas o exemplo deveria vir de cima.

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Defenda a verdade, odeie a mentira

A Europa esta sitiada, e aparenta perder capacidade de reagir. Vejamos se dessa vez é diferente. A guerra do Iraque não se encaixou nos padrões de guerra justa, mas isso de nenhuma maneira justifica os atentados. Isso é puro relativismo. Não adianta vir condenar os terroristas e, ao mesmo tempo, concordar com eles e fazer propaganda de sua causa.



Tal atitude é, infelizmente, endêmica nos brasileiros e no mundo moderno, no sentido pejorativo do termo, que têm dificuldade de ver culpa em quem comete crimes. Nem bandidos nem terroristas tem culpa, pois esta ésempre jogada a priori em objetos de ódio cultural por meio de explicações vagas e genéricas. Algo não distante das sessões de ódio de 1984.



A revista MAD antigamente tinha uma seção chamada Argumento Mágico Instantâneo. Pois bem, façamos um para essa modalidade de debate:



1. Pegue um problema.

2. Pegue algo que você não goste.

3. Diga que o problema é culpa do que você não gosta.



Se o interlocutor compartilhar dos teus gostos, vai concordar com você, sem necessidade de demonstração.



Exemplo: A Igreja Católica é culpada pela disseminação de AIDS na África; os empresários são culpados pelo alto custo de vida; os EUA são culpados pelo desemprego no Brasil; a Coca-Cola é culpada pela falta de dentistas no interior; o McDonnalds é culpado pela obesidade no mundo; os setores conservadores são culpados pelos escândalos de corrupção do governo Lula. Tente você também.



Também é válido referir-se a entidades vagas ou não existentes que, desde que sejam devidamente identificadas na categoria de grupos odiados, serão aceitas como reais, como forças ocultas, banqueiros de Wall Street, poderosos, oligarquias, elite, etc. Afinal, quem pode ousar defender os poderosos, seja lá quem forem!



Quanto ao título deste post, é esquecido por completo. E com ele a capacidade humana de usar a consciência e o discernimento. O esquema de pensamento pós-moderno (olha aqui de novo) erelativista consiste na recusa em seguir o conceito medieval e ultrapassado de que verdade e mentira sequer existem como categorias aceitáveis. Não, não. Agora é gostar e não gostar, ser ou não últil, politicamente correto, pelo social, pela cidadania. Verdade e mentira, nem pensar. Certo e errado, então, são inaceitáveis.



Não é questão de não mentir nunca e dizer a verdade sempre, um padrão difícil de alcançar, mas de, na hora de elaborar um pensamento, dar peso à verdade (com v minúsculo mesmo), e refletir se o que você diz, apesar de conveniente, não é falso. Sequer trata-se de ter a verdade como valor único, mas de aceita-la com um valor válido.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Philo-deal

Mais um desses testes online. As perguntas são meio confusas, mas, no fim, dá para tirar um resultado mais ou menos coerente, methinks.



You scored as Divine Command. Your life is directed by Divine Command: Your God and religion give you meaning and direction.





More info at Arocoun's Wikipedia User Page...

Divine Command

80%

Kantianism

55%

Existentialism

55%

Hedonism

50%

Justice (Fairness)

45%

Strong Egoism

40%

Utilitarianism

25%

Apathy

5%

Nihilism

5%

What philosophy do you follow? (v1.03)
created with QuizFarm.com

quinta-feira, 30 de junho de 2005

Os limites da ciência.

Um dos fenômenos mais chatos da Internet do mundo moderno é o pessoal se acha muito racional e científico de fazer argumentos tolos contra a religião. É simples: o método científico não trata de propósito e significado. Deus criou o universo, não é parte deste, nem um fenômeno observável. Será que é tão difícil de entender?

Pelo jeito é. Encher a paciência dos outros com isso é uma flagrante violação da filosofia da ciência. Acredite no que quiser. Não acredite. Mas não tente fazer isso passar por ciência.

Felizmente existem excelente artigos como este, do reputado físico George Ellis, que explica a coisa toda. Dica do blog do Cláudio Tellez. Até hoje existe gente que diz que não existe limites para a ciência, e outros dogmatismos creepy. Mas esse tipo de fantasia felizmente é facilmente dispersada pela realidade. E de maneira científica.

terça-feira, 28 de junho de 2005

Diálogo entre Católicos e Ortodoxos

Com a cisma de 1054 Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica foi dividida entre Ocidente e Oriente, tendo como centros Roma e Constantinopla, respectivamente. Cada qual passou a ser o centro de uma comunhão com outras Igrejas. Em um processo prolongado, maior parte das Igrejas Orientais ficou com Constantinopla, embora algumas nunca tenham deixado Roma. Cada qual, obviamente, declara ser a verdadeira Igreja.


Explicando em termos mais claros, o Papa é o Bispo de Roma, Patriarca da Igreja Ocidental, além de vigário de Cristo. As jurisdições são diferentes. A primeiro refere-se a Roma. A segunda, à Igreja de rito latino. A terceira é universal.


Parece-me um fato pouco conhecido que excomunhão mútua entre o Papa e o Patriarca de Constantinopla foi inválida, porque foi posterior ao falecimento do primeiro, e feita por quem não tinha autoridade no segundo. Fora este fato, em 1965 ambas fora, por segurança, revogadas por ambas as Igrejas.


Temos, então, uma situação peculiar. Com a cisma, não existe comunhão, porém sem a excomunhão formal.


O papa tem seguindo o trabalho do seu antecessor, e a tendência é a aproximação cada vez maior com os Ortodoxos. Entretanto, diálogo é uma coisa, união é outra. Tentativas históricas não obtiveram sucesso. Mas ao menos ambos os lados a consideram como possível, o que, em si, já diz algo de profundamente significativo.

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Guia de apreciação do Cinema Nacional

Central do Brasil



Musica dramática. Umas pessoas pulando num trem. Fernanda Montenegro escrevendo cartas. Caio no sono.



...

Acordo. Aquele ator da globo fugindo no caminhão. Gente andando num onibus para o sertão. Tiro uma soneca.



...

Acordo. Moleque gritando "cade meu pai?". Moleque chato. Pego no sono de novo.



...

Me cutucam. Créditos rolando. Musica chata. Até que não foi tão ruim.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Algo a acrescentar

Relativismo é impossível, pois deveria ser uma realidade absoluta para existir. Mas o absolutismo exagerado é chato também. Assim como o liberalismo exagerado acaba se aproximando mais do coletivismo do que da liberdade.



Toda regra tem exceção, inclusive esta. Citar excessões é, em regra, desnecessário, visto que confirmam a regra, com excessões, claro. É até ofensivo citar exceções,vez e outra. Como quando se fala sobre cinema. Quer coisa mais feia que citar um filme razoavelzinho no meio de um ótimo debate espezinhando cinema brasileiro?



Ainda que exista um filme realmente bom. Náo é hora. É como comentar que a década não vira no ano 0, mas no ano 1, no meio de uma festa. É verdade, mas é chato e desnecessário.



Não acrescenta nada, diriam. Entretanto, existe algo que acrescenta menos do que dizer que outra coisa não acrescenta nada? É um debate a ser feito.

domingo, 12 de junho de 2005

Pequeno Dicionário do Dia dos Namorados

Pode contar, eu não vou ficar chateada = Eu vou ficar chateada

Quero discutir a relação = Quero discutir com você

Quero rediscutir o paradigma do relacionamento = Estou caindo fora

Preciso de um tempo para ficar sozinho = Eu quero sair com outras pessoas

Acho que devemos sair com outras pessoas = Eu já estou saindo com outras pessoas

Não é você, sou eu = É você

Seja sincero = Não seja sincero

Que isso, claro que não precisava comprar nada = Precisava sim

terça-feira, 7 de junho de 2005

Pequeno Dicionário Delance de Política

Pequeno Dicionário Delance de Política, Ed. Supimpa, 2004, 1ª Ed.


Ideologia = Idolatria

Coletivismo = Totalitarismo

Socialismo = Totalitarismo Light

Comunismo = Totalitarismo Anti-Fascista

Fascismo = Totalitarismo Anti-Comunista

Anarquia = Totalitarismo Confuso

Anarco-Capitalismo = Totalitarismo mais confuso ainda

Marxismo Cultural = Totalitarismo Cultural

Esquerdismo = Totalitarismo Politicamente Correto

Extremo-Direitismo = Totalitarismo Politicamente Incorreto

Extremo-Individualismo = Totalitarismo Individualista

Engenharia Social = Totalitarismo Naturalista de Esquerda

Darwinismo Social = Totalitarismo Naturalista de Direita

Estado de Bem Estar Social = Totalitarismo Social

Planejamento Estatal = Totalitarismo Tecnocrata


domingo, 5 de junho de 2005

A angústia da genialidade

Ser gênio não é fácil. Gênios sofrem. A genialidade é fruto de sofrimento. Praticamente um fardo. Sim, um fardo.


Primeiro porque metade do tempo o gênio tem que convencer as pessoas de que ele está certo, porque é um gênio. Não basta ser gênio, tem que parecer gênio. E é difícil parecer gênio quando o universo letrado tem como fonte principal de sabedoria animações de PowerPoint enviadas por e-mail.


Outra fonte de aflição é a responsabilidade. Quanto mais for dado, mais será pedido. Então um gênio se sente mal ao fazer coisas prosaicas como, oh, assistir Friends se poderia, neste momento, escrever um tratado filosófico sobre a teleologia da física quântica.


Pode dizer a si mesmo, o gênio, que aquele tempinho jogado fora é para recarregar as baterias, o ócio criativo. Mas e quanto ao trabalho normal? Gênios costumam ter uma performance subpar em trabalhos normais. É um esforço gigantesco a uma mente genial empreitar o laboro que, aos demais, é meramente usual. É como voar lento com um avião a jato, como andar com uma Ferrari em Paquetá.


Tudo isso vale somente paras os gênios do bem, claro. E, mesmo assim, vale a pena ser genial, valendo-se da própria genialidade para suportar a si mesma.

terça-feira, 31 de maio de 2005

Coisas incríveis de São Paulo

Num período de 24 horas, wunderpizza, Ovo Faberge e uma Parada Gay. Até o Jack Bauer ficaria impressionado.

segunda-feira, 23 de maio de 2005

Ceticismo e Pensamento Crítico

Existe uma distorção acerca da natureza do ceticismo, que é a da dúvida, não da afirmação negativa. Descrença, não de crença em algo. Parece claro, mas fica confuso. Céticos não podem negar algo sem ter provas. Por exemplo, você pode duvidar a hippie do 303 raspe as pernas sempre escondidas por saias compridas. Mas, salvo levantar as saias para fazer uma, digamos, verificação direta, isso é mera suposição da sua parte. O mesmo vale para quem quiser provar que a moça raspe as pernas. Que prove.


Quando diante de questões metafísicas, a única posição cética é o agnosticismo. Em outras palavras, não sabe, não conhece. Nem acredita nem deixa de acreditar. Ou qualquer coisa, praticamente. Ceticismo não é propriamente posicionamento absoluto, mas uma posição que a maioria tem em maior ou menor grau em relação a diversos assuntos. Portanto pessoas com diversas crenças e idéias podem ser céticas de inúmeras maneiras.


Claro que todo mundo quer puxar a sardinha para o próprio lado. Então, um grupo resolve se outorgar o monopólio do pensamento crítico. Só quem subscreve sem questionamento as regras faz parte da turma. A aderência sem questionamentos a um rígido sistema de crenças é pré-requisito para se qualificar como pensador crítico.


Pode-se notar facilmente esse tipo de comportamento, que em geral produz espasmos como esse, enquanto escorre baba pelo canto da boca: “É publico e notório que desde sempre todos sabem com absoluta certeza que todos os religiosos sempre são intolerantes que apelam para autoridade do que outros escreveram, e este fato foi escrito em vários livros.”


Então você chega, educadamente, aponta alguns erros de lógica. Logo vem a resposta: “Isso é ignorância de quem não tem pensamento crítico, pessoas como você sempre inventam histórias e fazem afirmações sem provas, vocês são todos iguais e sempre generalizam!”.


Então, fica assim. Essas palavras se tornam elogios, sinais de virtude, mas só podem ser aplicadas quem pensa de uma maneira pré-determinada. Em maior ou menor grau, assim também age muita gente que diz ter mente aberta. Quem pensa de modo diferente, tem mente fechada.


Nem todo mundo que incorre neste erro, obviamente, o faz de maneira grosseira. Mas freqüentemente jogam coisa que é filosófica, dogmática e não-científica como se ciência o fosse.

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Star Wars Episode III: Revenge of the Sith

A verdadeira guerra não é travada com naves, tanques ou armas, mas com fé. As Clone Wars tiveram o propósito de destruir os Jedi e tomar o poder. E, especialmente, de converter Anakin. Note-se que enormes batalhas foram planejadas como um meio para a conversão de um Jedi em particular para o lado negro da força.


Como, francamente, não era óbvio ao Anakin no O Retorno de Jedi que estava acontecendo a mesma que ocorre em A Vingança dos Sith? Era o mesmo cenário, com a conveniente adição de um bottomless pit of doom.


Mesmo sendo maligno e fazer uso de falsidade e manipulação, Palpatine fala abertamente do lado negro. Como tantos hoje em dia, reclama de uma visão supostamente “estreita” e “dogmática” da verdade, apelando para uma postura relativista de “olhar para todos os lados”. Já os Jedi não sabem efetivamente defender suas idéias, mesmo sejam melhores, de maneira coerente. Por exemplo, Anakin afirma que se Obi-Wan não está do seu lado, é seu inimigo. Obi-Wan afirma que apenas um Sith pensa em termos absolutos. Como é que é? E os Jedi não rejeitam os Sith como mal absoluto? Não foram os Sith que acabaram de demonstrar o relativismo contrário ao absolutismo dos Jedi? O próprio Anakin, quando Obi-Wan o confronta afirmando que Palpatine é mau, afirma que, do ponto de vista dele, os Jedi são maus. Ora, Anakin foi relativista, e Obi-Wan foi absolutista, o que faz sentido. Star Wars, com sua linguagem de mitos e arquétipos, não se dá a nuances acinzentadas, tendo um forte contraste entre bem e mal.


Anakin foi levado ao caminho do mal com boas intenções. Foi querer salvar a Padmé que corrompeu o Anakin. Mas foi uma profecia auto-realizável. Anakin sonhou com a morte de sua esposa, mas, ao tentar impedir esse destino, acabou fazendo com que acontecesse. Não foi o desejo em si, mas a maneira pela qual ele lidou com isso que o corrompeu. A solução dos Jedi era tão desumana que só restou a solução dos Sith. Talvez Anakin fosse apenas tolo, ou não conseguiu imaginar um caminho melhor. A desumanidade Jedi que levou ele ao lado negro, tanto quanto a maldade dos Sith. Eu já me convenci disso desde o Episódio II, quando não deixam ele ver a mãe dele. Os Jedi mandam o Anakin abandonar a mãe. Ele promete voltar para libertá-la da Escravidão. Libertar escravos é algo digno, mas isso lhe foi proibido. Jedis devem amar todo mundo, menos quem eles realmente amam. Na prática, é um amor genérico, mas não direcionado a pessoas específicas.


Quando Anakin busca Obi-Wan e fala que teme pela vida da mãe, recebe a resposta que não deve se importar com isso, e que se tiver pesadelos, isso passa com o tempo. Quando Anakin busca Yoda e fala que teme por Padmé, recebe a mesma resposta. Ainda diz que não deve se treinar para não se importar com aqueles que gosta. Isto é horrível, trágico e desumano. A única outra postura disponível ao Anakin, infelizmente, vem do lado negro. Ele o toma relutantemente, empurrado pela burrice e desumanidade dos Jedi. Eles não diferenciam o sofrimento pela natureza. Para eles, todo sofrimento é ruim, e deve ser evitado pela indiferença. Mas uma coisa é o sofrimento que advém do mal que você faz, e outra de você amar pessoas. E é essa falha que os destrói. As sombras nunca prevaleceriam sobre as luzes, se estas não estivessem já fracas.


Em O Império Contra Ataca e O Retorno de Jedi, Luke demonstra as mesmas preocupações quanto a seus amigos, e da irmã que ainda não sabe ter, e de seu pai, o ex-Jedi que agora é Darth Vader. Mas recebe a mesma resposta de Obi-Wan e Yoda. Que se exploda. Deixe os amigos morrer. Mandam Luke matar o próprio pai! Luke não se rende nem ao lado negro nem faz o que os Jedi mandam. Não age nem com indiferença, nem sem escrúpulos. Age com coragem. Vai lá e põe a vida em risco para salvar aqueles que ele gosta, mesmo que sejam seus inimigos. Mas não da maneira grotesca com que agiu Anakin. Luke não aceita abandonar os amigos à destruição, tampouco aceita dar cabo do próprio Pai, que acredita poder salvar. Obi-Wan nem ao menos tenta converter ou salvar Anakin em A Vingança dos Sith. Talvez fosse falhar, mas ele nem tenta. Mostra-se relutante em matá-lo, mas não lhe dá alternativa. Já Luke salva a galáxia ao fazer exatamente o oposto do que mandam os Jedi.


Havia portanto que os Jedi estavam errados, e Luke demonstra isso ao agir de modo humano, nem com a indiferença dos Jedi nem com a maldade dos Sith. Essa atitude acaba por tocar seu pai, que se redime num ato final de sacrifício, no qual cumpre a profecia de destruir os Sith. A si mesmo, ao abandonar o lado negro, e a Palpatine, ao destruí-lo. A armadilha para a conversão de Luke acaba servindo para a conversão de Vader e destruição do Imperador. Conforme foi dito por Yoda, Palpatine tinha uma fé mal-colocada tanto nos lado negro quanto em seu aprendiz. A indiferença Jedi empurrou Anakin para ao ódio Sith, mas foi à recusa de Luke em se entregar a estas duas coisas que trouxe a vitória ao bem.


Este foi o mais sóbrio, e provavelmente o melhor filme da trilogia prequel. A atuação está melhor, e os efeitos visuais atrapalham menos a história. Algumas coisas dignas de nota:


O filme tem a mais fantástica cena de batalha espacial de todos os tempos. Entretanto, não tem a mesma carga emocional das batalhas da trilogia original. Não existe um senso estratégico de consciência do que está ocorrendo, com objetivos definidos das tarefas a cumprir. Embora os Jedi tenham que entrar na nave de comando separatista, não existe um senso maior de conexão com toda a ação da batalha fora do aspecto visual. É um pano de fundo, mas não ressona importância nem tensão.


O incrível é que o Palpatine era um con artist que surrupiou o plano do chefe dele, como ele menciona ao Anakin. Ele é um aproveitador barato. Foi o outro Sith que criou o Anakin, ao que parece, teria o poder de Amídala.


O filme não tem medidas para diminuir o impacto. Obi-Wan efetivamente massacra o Anakin no duelo. Não rolou o lance do tipo Anakin pendurado e o Obi_Wan "Me dê sua mão". E o Anakin mata os younglins, o que é extremamente maligno.


Ao menos explicaram o que o Obi-Wan falou no Episódio IV. Afinal, se fosse geral a regra de "If you strike me down I shall become more powerful then you can possibly imagine" existiriam centenas de Jedis mais poderosos do que o Vader pode imaginar.

quinta-feira, 19 de maio de 2005

Resolvi escrever um post

Sim, resolvi, mas não estou com muita imaginação, então, resolvi escrever sobre o árduo processo de inspiração para o ato em si de escrever um post. Não de maneira pedante – claro! A arrogância limita a expressão da consciência. Mas, se o leitor puder acompanhar, espero poder transitar entre os icebergs do lugar comum e encontrar o fulcro pelo qual o bom post se baseia. Será mera inspiração, técnica ou treino? Haverá o que separe o bom escritor ponto do escritor de blogs?


A pergunta talvez seja mais de resolução mais simples que as aparências. Basta achar que seja, ao mesmo tempo, escritor ponto e escritor de blogs. Há escritor ponto ruim que, ao mesmo tempo, é bom escritor de blogs? É difícil. Procurem alguem que escreve um livro bem mais tem um blog chato. Porém o contrário pode existir. Bons blogueiros nem sempre dão bons escritores (nem para, haha). Assim, o jocoso embate entre escritores ponto e escritores de blog pode ser resolvido assim como o debate entre razão e fé, ou Tom e Jerry: na realização de que, unidos, são mais fortes do que separados.


sexta-feira, 13 de maio de 2005

Distorções Progressistas

Temos oportunidade de encontrá-las quase sempre em que se fala sobre cristianismo, nos dias de hoje. A obsessão progressista de enquadrar a religião cristã em métodos de pensamento ontologicamente inferiores é erro grave. Pegar uma limitada cosmovisão de um Hegel, Marx ou Nietzche como ponto de partida para compreender o cristianismo é querer retirar aquilo que ele tem de espiritual. A verdade é que um ateu não pode explicar a religião, mas um cristão tem como compreender o ateísmo. Recorrer à visão que ateus tem do cristianismo em argumentos dentro do próprio cristianismo nem sequer pode ser levado seriamente, mesmo sendo vício comum no mundo moderno e secular, particularmente no Brasil, onde religião tende a ser mais formal do que propriamente um ato espiritual.


Imperiosamente deve ser percebido que “modernismo” e “progressismo”, no caso, não é uma tola alusão de que o que novo é ruim. Atribuir qualidades à algo apenas por ser novo ou velho é uma tolice, e exatamente essa é a tolice impugnada. Erra tanto quem se apega á uma tradição apenas por ser velha quanto quem acha que tudo que é moderno é bom porque é novo.


Ao mesmo tempo, termos como “conservadores” e “tradicionalistas” são impróprios à ortodoxia cristã que segue á Tradição. Não é seguido apenas porque é antigo, pois havia doutrinas mais antigas, e piores. Muito do que se considera “moderno” nada mais é do que a reciclagem de conceitos pré-cristãos. A questão não é tempo, mas origem. O Cristianismo segue à Revelação Divina. Um agnóstico bem informado é plenamente capaz de compreender isso. Claro que não de uma compreensão completa, mas, quem dentre os cristãos pode dizer o mesmo?


Não se trata, portanto, de meramente atribuir a indivíduos certas modelos de pensamento. Rótulos podem o caos ininteligível, mas também podem obstar a compreensão do simples. Ninguém, nem Cristão nem ateu, pode entender nada de cristianismo se tem a visão turvada pelo prisma do materialismo. Para tanto é necessário manter a mente e o coração abertos. Mesmo sem acreditar, é possível ao não-cristão compreender conceitos básicos. A distorção cognitiva também reside na visão de mundo e não somente na pessoa. A universalidade do cristianismo ensina que todos, se o desejarem, podem acreditar. E a lógica dita que esse potencial maior sugere outro menor, que é o da compreensão.

domingo, 8 de maio de 2005

Burguês é quem vive em burgos

Burguesia é uma expressão medieval que era grossamente fantasiosa, aberrantemente anacrônica, bizarramente sem sentido e de uma estupidez abismal no sec. XIX. Falar disso hoje em dia é declaração de lixo intelectual absoluto.



Afinal, pense bem. Você ter uma relação seminormal com algum familiar, qualquer familiar, é uma coisa horrível do capitalismo. Isso é de uma imbecilidade absurda. É como se a família fosse uma invenção de banqueiros ingleses da era vitoriana.



Link roubado da vice-campeã de Literati do Yahoo.

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Também criticaram a Igreja

Henrique VIII, Lutero, Voltaire, Hume, Hegel, Robespierre, Napoleão, Marx, Darwin, Freud, Nietszche, Russel, Stalin, Hitler, Guevara, Fidel, Jabor.


Revoluções Iluminista, Francesa, Liberal, Industrial, Social, Sexual.


Stalin pergutou quantas divisões tem o Papa e o muro caiu. De ultimatos de Gengis Khan a editoriais do Arnaldo Jabor, criticar o Papa é vício antigo.

domingo, 1 de maio de 2005

Antes do Por do Sol

Meio chatinho o filme. Tem alguns momentos. Mas é chato. Os personagens são meio chatinhos também.


Um momento que vale a pena. A personagem da Julie Delpy é uma ativista de ONG muito preocupada com o suprimento de lápis das escolas mexicanas e com a poluição da industria de algodão na Índia, mas incapaz de sentir algo por alguém próximo a ela. Quem não conhece o arquétipo? Tem uma enorme preocupação com “o social”, mas trata mal o porteiro. Se preocupa muito com “a classe trabalhadora”, mas é grosso com os indivíduos que trabalham.


Já o personagem do Ethan Hawke tem lá suas coisas mas parece menos bobalhão. Surpreendente, até.


Eles falam o tempo todo, quase sem parar. O filme é curto, mas parece maior porque eles não param de falar quase nunca. Exceto em poucos momentos que, possivelmente, são os melhores do filme. O complicado é saber se são realmente bons, ou se é apenas alivio porque finalmente calaram a boca.


Curiosamente, a cena que melhor descreve o estilo do filme é a dos personagens subindo escadas em silêncio. Não havia nada a dizer, mas a cena comunica muita coisa sobre pessoas tentando recuperar a intimidade. E, de resto, demonstra como o estilo do filme é avesso a transições. Se demora para subir as escadas, que demore, não há porque cortar a cena. Ou então era encheção de lingüiça. Vai saber, é um filme de arte.

sexta-feira, 29 de abril de 2005

É verdade absoluta, pode dizer

Para que não houvesse verdade absoluta, o relativismo deveria ser absoluto, contradizendo-se.



A idéia que não existe verdade não pode ser verdadeira, ou negaria a si mesma.



Para que fosse verdade que cada um tenha a própria verdade, essa verdade teria que ser universal.


quinta-feira, 28 de abril de 2005

O que aconteceu com os blogs de direita?

Foi um fenômeno raro no Brasil, permitido pelo potencial de liberdade editorial ilimitada da Internet. Era lindo de se ver. Das sombras da dominação do totalitarismo cultural de esquerda surgiam destemidos indivíduos formidáveis, os blogueiros de direita. Os melhores, os mais inteligentes e articulados. Críticos, opinativos, brilhantes. A verdadeira contra-cultura, independente, underground. Foi-se o tempo.


A Direita que defende as Liberdades. A Direita que se opunha a todas as formas de totalitarismo, coletivismo, socialismo, autoritarismo. A Direita que era contra a demagogia, o populismo, o relativismo, o dirigismo.


Agora se parecem irrelevantes como uma revista Bundas, ou um novo Pasquim. Como se sua relevância irradiasse apenas das glórias do passado. Não sei se o Pasquim era tão bom antes. Mas os blogs de Direita eram.


O que foi conseguido? Pouco. Para o marxismo cultural que, para todos os efeitos, ainda vigente nas redações, editoras e universidades, a liberdade de pensamento é coisa de “fascista”. Censura do pensamento oposto é o pináculo da democracia. E é por aí que a coisa vai.


Antes, os blogueiros de direita eram um quebra-gelo rompendo a presença monolítica da hegemonia esquerdista cultural na expressão escrita do Brasil. Comentários brilhantes deram lugar a trocadilhos infames. Ensaios sobre os clássicos foram trocados pela repetição monótona de chavões. Instigantes investigações sobre geopolítica foram substituídas por piadinhas quanto às últimas gafes do presidente. O que aconteceu?

quinta-feira, 21 de abril de 2005

Polêmica de quem não tem nada a dizer

Existe uma comunidade de 'católicos' (nem sei se o termo se aplica) que não reconhecem Bento XVI no Orkut.



Descrição



"Para os que não crêm unam-se a nois no grito ante reacionario que regeita a imposissão e a dominação."



O baixo nível intelectual só é superado pelo baixo nível teológico. Ou o contrário. O debate continua.



Deveras curioso, isso. Compreender a coerência da posição do Papa não prescindede religiosidade católica, visto que até mesmo, como o Diogo Mainardi ou esse aqui, possam ao menos conceber isso com um nível razoável de honestidade intelectual.

quarta-feira, 20 de abril de 2005

Meditação

Quanto aos tristes momentos desprendidos pelos críticos de plantão contrários ao Papa, uma meditação.



Não se pode servir a dois senhores, pois se odiará um e amará ao outro. O Papa serve a Cristo. Será odiado por quem tem outros senhores. Será difamado, injuriado e perseguido, conforme foi prometido. E por isto será abençoado.

terça-feira, 19 de abril de 2005

A homilia do Cardeal

Esta foi a Homilia da Missa de abertura do Conclave, proferida pelo Cardeal Joseph Ratzinger, agora Papa Bento XVI.


"Nesta hora de grande responsabilidade, escutamos com particular atenção aquilo que o Senhor nos diz com as suas próprias palavras. Das três leituras, queria escolher apenas algumas passagens que nos dizem diretamente respeito, num momento como este.


A primeira leitura oferece um retrato profético da figura do Messias – um retrato que ganha todo o seu significado quando Jesus lê este texto na sinagoga de Nazaré, e diz: «Hoje cumpriu-se este passo da Escritura» (Lc 4, 21). No centro deste texto profético, encontramos uma palavra que – pelo menos à primeira vista – parece contraditória. O Messias, falando de Si mesmo, diz que foi enviado «a proclamar o ano da graça do Senhor, o dia da vingança da parte do nosso Deus» (Is 61, 2).


Escutemos, com alegria, o anúncio do ano da misericórdia: a misericórdia divina põe um limite ao mal – disse-nos o Santo Padre. Jesus Cristo é a Misericórdia divina em pessoa: encontrar Cristo significa encontrar a misericórdia de Deus.


O mandato de Cristo tornou-se o nosso mandato, através da unção sacerdotal; somos chamados a promulgar – não só com palavras, mas com a vida, e com os sinais eficazes dos sacramentos, «o ano de misericórdia do Senhor».


Mas o que é que Isaías quer dizer quando anuncia o «dia da vingança do nosso Deus»? Jesus, em Nazaré, na sua leitura do texto profético, não pronunciou estas palavras – concluiu anunciando o ano da misericórdia. Foi talvez, este o motivo do escândalo que se gerou depois da sua pregação? Não o sabemos.


De qualquer modo, o Senhor ofereceu o seu comentário autêntico relativamente a estas palavras com a morte de cruz. «Ele levou os nossos pecados em seu Corpo, sobre o madeiro…», diz S. Pedro (1 Pe 2, 24). E S. Paulo escreve aos Gálatas: «Cristo resgatou-nos da maldição da Lei, ao fazer-Se maldição por nós, pois está escrito: “Maldito seja todo aquele que é suspenso no madeiro”. Isto para que a bênção de Abraão chegasse até aos gentios, em Cristo Jesus, para recebermos a promessa do Espírito, por meio da fé» (Gl 3, 13 ss.). A misericórdia de Cristo não é uma graça que se pode comprar por baixo preço, não supõe a banalização do mal. Cristo carrega no seu Corpo e na sua Alma todo o peso do mal, toda a sua força destruidora. Ele queima e transforma o mal no sofrimento, no fogo do seu amor sofredor.


O dia da vingança e o ano da misericórdia coincidem no Mistério Pascal, em Cristo morto e ressuscitado. Esta é a vingança de Deus: Ele mesmo, na Pessoa do Filho, sofre por nós.


Quanto mais somos tocados pela misericórdia do Senhor, tanto mais entramos em solidariedade com o seu sofrimento – tornamo-nos disponíveis para completar na nossa carne «o que falta à Paixão de Cristo» (Cl 1, 24).


Passemos à segunda Leitura, à Carta aos Efésios. Aqui, trata-se, essencialmente, de três coisas: em primeiro lugar, dos ministérios e dos carismas na Igreja, como dons do Senhor ressuscitado e que subiu ao Céu; em seguida, trata-se do amadurecimento da fé e do conhecimento do Filho de Deus, como condição e conteúdo da unidade no corpo de Cristo; e, por fim, trata-se da participação comum no crescimento do Corpo de Cristo, isto é, da transformação do mundo na comunhão com o Senhor. Detenhamo-nos apenas sobre dois pontos.


O primeiro é o caminho para «a maturidade de Cristo» - assim diz o texto italiano, simplificando um pouco. Segundo o texto grego, devemos mais precisamente falar da «medida da plenitude de Cristo», à qual somos chamados a atingir, para sermos realmente adultos na fé. Não devemos permanecer crianças na fé, em estado de menoridade. E em que é que consiste ser crianças na fé? Responde S. Paulo: significa ser «batidos pelas ondas e levados ao sabor de qualquer vento de doutrina…» (Ef 4, 14). Uma descrição muito atual! Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantos modos de pensamento… A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi não raro agitada por estas ondas – lançada dum extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até ao ponto de chegar à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante.


Todos os dias nascem novas seitas e cumpre-se assim o que S. Paulo disse sobre o engano dos homens, sobre a astúcia que tende a induzir ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é freqüentemente catalogado como fundamentalismo, ao passo que o relativismo, isto é, o deixar-se levar «ao sabor de qualquer vento de doutrina», aparece como a única atitude à altura dos tempos atuais. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que usa como critério último apenas o próprio «eu» e os seus apetites.


Nós, pelo contrário, temos um outro critério: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. É Ele a medida do verdadeiro humanismo. Não é «adulta» uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é antes uma fé profundamente enraizada na amizade com Cristo. É esta amizade que se abre a tudo aquilo que é bom e que nos dá o critério para discernir entre o que é verdadeiro e o que é falso, entre engano e verdade.


Devemos amadurecer esta fé adulta. A esta fé devemos guiar o rebanho de Cristo. E é esta fé – e somente a fé – que cria unidade e se realiza na caridade. Em contraste com as contínuas peripécias daqueles que são como crianças batidas pelas ondas, S. Paulo oferece-nos a este propósito uma bela palavra: praticar a verdade na caridade, como fórmula fundamental da existência cristã. Em Cristo, verdade e caridade coincidem. Na medida em que nos aproximamos de Cristo, assim também na nossa vida, verdade e caridade se fundem. A caridade sem a verdade seria cega; a verdade sem a caridade seria como «um címbalo que tine» (1 Cor 13, 1).


Vejamos agora o Evangelho, de cuja riqueza queria extrair apenas duas pequenas observações. O Senhor dirige-nos estas maravilhosas palavras: «Já não vos chamo servos… mas chamei-vos amigos» (Jo 15, 15). Tantas vezes sentimos que somos – e é verdade – apenas servos inúteis (cf. Lc 17, 10). E não obstante isto, o Senhor chama-nos amigos, faz-nos seus amigos, dá-nos a sua amizade. O Senhor define a amizade de um duplo modo. Não existem segredos entre amigos: Cristo diz-nos tudo quanto escuta do Pai; dá-nos toda a sua confiança e, com a confiança, também o conhecimento. Revela-nos o seu rosto, o seu coração. Mostra-nos a sua ternura por nós, o seu amor apaixonado que vai até à loucura da cruz. Confia-se a nós, dá-nos o poder de falar com o seu Eu: «Isto é o meu Corpo…», «Eu te absolvo…». Confia o seu Corpo, a Igreja a nós.


Confia às nossas débeis mentes, às nossas débeis mãos a sua Verdade – o mistério de Deus Pai, Filho e Espírito Santo; o mistério do Deus que «amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho unigênito» (Jo 3, 16). Fez de nós seus amigos – e nós, como respondemos?


O segundo elemento, com que Jesus define a amizade é a comunhão das vontades. «Idem velle – idem nolle», era também para os Romanos a definição de amizade. «Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando» (Jo 15, 14). A amizade com Cristo coincide com aquilo que o terceiro pedido do Pai-Nosso exprime: «Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu». Na hora do Getsêmani, Jesus transformou a nossa vontade humana rebelde em vontade conforme e unida à vontade divina. Sofreu todo o drama da nossa autonomia – e é exatamente pondo a nossa vontade nas mãos de Deus, que nos dá a verdadeira liberdade: «Não se faça como Eu quero, mas como Tu queres» (Mt 26, 39). Nesta comunhão das vontades, realiza-se a nossa Redenção: ser amigos de Jesus, tornar-se amigos de Deus. Quanto mais amamos Jesus, tanto mais O conhecemos, tanto mais cresce a nossa verdadeira liberdade, cresce a alegria de ser redimidos. Obrigado Jesus, pela tua amizade!


O outro elemento do Evangelho que queria acenar é o discurso de Jesus sobre o dar fruto: «Fui Eu que vos escolhi e vos destinei para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça» (Jo 15, 16). Aparece aqui o dinamismo da existência do cristão, do apóstolo: Escolhi-vos para que vades… Devemos animar-nos nesta santa inquietação: a inquietação de levar a todos o dom da fé, da amizade com Cristo. Em verdade, o amor, a amizade de Deus foi-nos dada para que chegue também aos outros. Recebemos a fé para a dar a outros – somos sacerdotes para servir outros. E devemos dar um fruto que permaneça.


Todos os homens querem deixar um rasto que permaneça. Mas o que é que permanece? O dinheiro não. Os edifícios também não; muito menos os livros. Após um certo tempo, mais ou menos longo, todas estas coisas desaparecem. A única coisa que permanece eternamente é a alma humana, o homem criado por Deus para a eternidade.


O fruto que permanece é, portanto, aquilo que semeamos nas almas humanas – o amor, o conhecimento; o gesto capaz de tocar o coração; a palavra que abre a alma à alegria do Senhor.


Então vamos e rezemos ao Senhor para que nos ajude a dar fruto, um fruto que permaneça. Somente assim a terra se transforma de vale de lágrimas, em jardim de Deus.


Enfim, voltemos mais uma vez, à Carta aos Efésios. A Carta diz – com as palavras do Salmo 68 – que Cristo, tendo subido ao Céu, «distribuiu dons pelos homens» (Ef 4, 8).


O Vencedor distribui dons. E estes dons são apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. O nosso ministério é um dom de Cristo aos homens, para construir o seu Corpo – o mundo novo. Vivamos o nosso ministério assim, como dom de Cristo para os homens! Mas nesta hora, sobretudo, rezemos com insistência ao Senhor, para que depois do grande dom do Papa João Paulo II, nos dê novamente um Pastor segundo o seu coração, um Pastor que nos leve ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria. Amém."


Fonte: CNBB


Deus abençoe o Papa Bento XVI!

É raramente que temos o privilégio de vera ortodoxia católica sendo coroada por um ato humano-divino de proporções históricas testemunhado por todas as nações do mundo. Comemoremos!

domingo, 17 de abril de 2005

Realmente Incríveis

Comprei o DVD Os Incríveis. Sim, comprei, na era do bittorrent. Trata-se de uma obra-prima, de um clássico. Porque não se fazem filmes bons assim? Ora, seria injusto pedir que todos os filmes sejam tão bons – se todos os filmes forem super, então nenhum é.


Oscar, Globo de Ouro, Festival disso, daquilo. Prêmio demais, e filme bom de menos. Deviam dar os prêmios ad hoc, na espera de um filme bom. E alguém pode explicar como Os Incríveis não concorreu para melhor filme, direção e roteiro? Novas formas de celebrar a mediocridade, indeed.


Ah, tem mais uma coisa. Quando eu entro num desses carrinhos 1.0 me sinto como o Mr. Incredible. Até o carro-de-super-herói tiraram deles. Usam carros normais, voam em aviões do governo, fazem um rocket drop de um trailler. Ora, que indignidade para com os heróis.


O DVD tem extras, em Edna Mode, tem um curta O ataque do Jack Jack (Zezé, por estas terras). Go get it.


Bom, para não ficar de mãos abanando, aqui tem uma foto da Elastigirl com o Brad Bird.