terça-feira, 28 de setembro de 2004

Definição de socialismo

Achar que mendigos tem que pagar 50% de imposto sobre o pão dormido para que o Walter Salles possa fazer filmes sobre Che Guevara.



Essa é para todos os outros que chegam aqui via google para responder trabalhos sobre socialismo no colégio ou na faculdade. Vamos, coloquem isso lá que o professor petista vai ter um piti.



Petista tendo piti é uma situação onomatopéica.



quinta-feira, 23 de setembro de 2004

The force is strong on this one

Finalmente foi lançada a trilogia Guerra na Estrelas em DVD. Claro na primeira semana a criação de George Lucas foi logo para o topo de vendas da Amazon. Finalmente todos podem ter em mãos a trilogia original em toda sua glória, com algumas modificações, é claro.


Vejam que interessante, por exemplo:


STAR WARS – Polêmica “Greedo shoots first”


1977 – Han Solo atira em Greedo, Greedo não atira

1997 SE – Greedo atira primeiro, Han Solo atira de volta

2004 DVD – Han Solo e Greedo atiram ao mesmo tempo


Foi feito um compromisso entre as duas primeiras posturas. Quase um revisionismo cinematográfico. Todo o esplendor está lá, assim como as questões espirituais. Quem quiser pode testar o quanto seu conhecimento nesse campo.


De qualquer modo, falar de Star Wars é sempre uma boa oportunidade para falar do vilão de capa e mascara, o lord negro do Sith.


Darth Vader é um dos personagens mais fantásticos da história do cinema, uma figura mitológica. Ninguém tira onda com Darth Vader, essa é uma das primeiras lições do filme, como demonstra essa cena::


General: "Don't try to frighten us with your sorcerer's ways, Lord Vader. Your sad devotion to that ancient religion has not helped you conjure up the stolen data tapes, or given you clairvoyance enough to find the Rebel's hidden fort…" [FORCE CHOKE]


Vader: "I find your lack of faith disturbing."


Um personagem completo. Retórica, metafísica, ironia, tudo num pacote só. Darth Vader é tão legal que quase faz valer a pena ser um ciborgue amputado mais maquina do que homem.


Existem outros momentos ótimos do pensamento Vaderiano. Como seu discurso motivacional:


"Perhaps I can find new ways to motivate them."


Ou Vader como negociador:


"I'm altering the deal. Pray I don't alter it any further."


Essa última é quase um argumento contra o anarco-capitalismo. Embora, de fato, Star Wars seja claramente libertária. Notem bem, a Republica ia bem até se tornar grande e intervencionista, ao mesmo tempo em que a galáxia cai em conflitos sobre comércio e impostos, como o que ocorreu no primeiro filme. Méritos cinematográficos à parte, o problema ali era a Federação do Comércio tentando impor um bloqueio e eventual conquista de um planeta pacífico. A república torna-se o Império, um regime centralizador totalitário.


Mas Star Wars não é apenas cultura, Star Wars é moda. O Biquíni Dourado de escrava da Princesa Leia está de volta. Do Retorno de Jedi e de Friends direito para seu computador, com direito a fotos de Jennifer Anniston, Carrie Fischer e outras mulheres usando o modelito.



quarta-feira, 22 de setembro de 2004

Diários de Buzanga de Murugamba

Capítulo I.


Nosdlanor calmamente lê um jornal pendurado na Banca. Astrobaldo o interrompe.


-Então, ontem eu fui lá em Buzanga da Murugamba.

-É? Fazer o que lá? Longe pra burro.

-Fui consertar o carro. Mas não importa. Lá o mecânico me contou algo surpreendente.

-O carro não tinha nada?

-Não. Tinha, mas não é isso. Ele me contou que se você oferecer 15 reais pra uma mulher na rua, ela dá uma volta com você e paga um boquete. Que medo.

-O que?

-Já pensou? Oi, tudo bem? Quer ganhar 15 reais? Bizarria total.

-Isso deve causar um desnível no mercado...

-Pois é, ele falou que as casas de massagem da região fazem pouco dinheiro porque qualquer mulher na rua topa por 15 reais.

-Qualquer uma?

-Eu sei lá, você acha que eu testei? Seja como for, cheguei a duas conclusões insofismáveis:


1) Usar copos e talheres descartáveis quando em Murugamba, e

2) Eca.


-Não sei vai adiantar...

-Porque as pessoas me falam isso? Eu tenho cara de quem gosta dessas coisas? Não responda! – exclama Astrobaldo, enquanto faz um gesto de “pare” com a mão - Preferia discutir os paradoxos auto-refutáveis das teorias materialistas do Séc. XVII. Mas não, não, falam disso, que coisa - coloca a mão no queijo de maneira pensativa.

-Em inglês é Blow Job. O dicionário do Word não conhece o vocábulo. Segundo especialistas em etimologia, essa palavra...


É interrompido por Astrobaldo, que, ignorando seu amigo, gesticula com em círculos com o indicador apontando para o alto.


-Eu acho vou oferecer 15 reais para uma garota conversar comigo sobre os paradoxos auto-refutáveis das teorias materialistas do Séc. XVII. Será que ela topa?

-Acho que ela vai preferir o boquete.


Existe direita não liberal?

"Direita não liberal" é uma expressão contraditória. A direita é liberal. "Direita não liberal", na verdade, é "Socialismo não marxista". Os marxistas gostam de se considerar os únicos esquerdistas, colocando chamando os outros socialistas como de "direita", o que é absurdo.



Resumindo, o duelo é entre liberalismo e totalitarismo. Tanto os white supremacists quanto os comunistas estão do lado do totalitarismo.



O conflito é entre direitos e garantias individuais e o poder absoluto do Estado. Afirmar que os direitos são concessões do Estado é defender o Estado totalitário. É o mesmo que dizer que você só pode viver, se locomover e pensar por uma benesse de políticos e burocratas. É inaceitável.


terça-feira, 21 de setembro de 2004

Liberalismo e Socialismo

Para os liberais TODOS são iguais. Só o liberalismo acha isso, e o socialismo é contra. E tem mais: são direitos inalienáveis, naturais. Boa parte entende que são dados por Deus. Mas mesmo os agnósticos, para serem verdadeiramente liberais, tem que reconhecer que esses direitos existem naturalmente, e que eles NÃO são uma concessão do Estado. Um Estado liberal, portanto, nunca pode revogar esses direitos.



Um Estado de esquerda, entretanto, PODE revogar QUALQUER direito porque, para a esquerda, o Estado tem todos os poderes, é tratado como uma divindade. Mesmo os socialistas que afirmam ser contra o estado, em última análise, consideram o "Coletivo" como divindade, e, portanto, acham que o grupo tem o direito de revogar qualquer direito. Nazistas, comunistas, fascistas, todos acham isso. Não aceitam limites para a satisfação dos anseios ideológicos coletivos consubstanciados no Estado. A sujeição da vontade individual à vontade coletiva é a norma nesses regimes.



O único sistema igualitário que pretende dar a máxima liberdade e autonomia é a direita liberal, gostem ou não gostem. Pode reclamar, bater o pé, e invocar comparações absurdas. Usar um grupo antiliberal para difamar os liberais refuta o próprio ponto. Um grupo antiliberal é totalitário e coletivista. Em última análise, o socialismo o indivíduo não tem valor por si só, mas sim o valor que é dado pelo grupo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Análise desenfreada

Elogio sincero, no Brasil, é ofensivo. Apenas os falsos são de bom tôm



***

Sobre o neoluditismo: guarda-se comida em tupperwares igual a vovó ensinou. Raramente uma inovação tecnológica foi tão abraçada pela terceira idade.

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

Mulher honesta

Querem tirar a expressão "mulher honesta" do código penal. Já outra iniciativa quer elimiar a posse sexual mediante fraude. Ora, que é isso, daqui a pouco os homens vão passar a mentir para obter sexo!

quinta-feira, 16 de setembro de 2004

Paradoxo comedido

Sem falsa modéstia, sua modéstia era verdadeira.

quarta-feira, 15 de setembro de 2004

Arrecadar é preciso

Mais um burlesco exemplo da subserviência do supremo à sanha arrecadatória do governo. Ao que parece, as chances maiores são de que o STF interprete “Pro Fisco” mesmo que “Contra Legem”. O que importa é arrecadar. Leis são meras justificativas necessárias para dar legitimidade a derrama, raramente servindo de obstáculo substantivo aos intuitos Estatais. Ignoram-se quaisquer princípios para tanto. É o famoso "Tudo pelo Social”. "Exercer a cidadania” aparentemente consiste em apreciar a contínua erosão dos direitos e garantias individuais.

Cristiane F. 13 anos. Drogada e Prostituída.



Façam um subtítulo melhor, é sério. Como seria em outras mídias:




Televisão:


Uma galerinha muito louca montando altas armações.



Jornal:


C., 13 anos, usuária de drogas e vítima da máfia da prostituição.



Hip Hop:


Cristiane era uma garota

Pura e inocente


Mas a sociedade veio


Maldosa incipiente


Viciou-a em droga


Prostituiu seu corpo


Pela droga tudo ela faria


Mas droga mesmo


É a burguesia



Refrão: Burguesia é uma droga - 3X



Tese Acadêmica:


ABSTRACT: Análise de uma jovem de 13 anos que e o processo pelo qual tornou-se usuária de drogas, chegando a prostituir-se para sustentar o vício. Perfil psicológico. Traços marcantes. Análise comportamental.



Politicamente Correta:


Cris, empreendedora precoce, usava os recursos que tinha para obter o que queria, rompendo com o que era aceito pela sociedade no espaço lúdico das ruas.



Internet:


Kris, 1 htinha mt lgl mas q erah viciada em drogas e si prostituía pelo chat do uol.


Nota: Aqui está uma página sobre o filme e informações sobre o que aconteceu com os personagens.

Rio 40 graus

Redentor é um filme brasileiro em sentido amplo. Ou seja, foi feito no Brasil. Mas não é péssimo, ou seja, não é "filme brasileiro". É um filme legal feito no Brasil.



Esses arrogantes de direita sempre malham o que é nosso. Não tem senso crítico

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

Nomes de guerra

Kerry

Comunistas, vocês já têm seu candidato. Aproveitem para comprar um People's Cube na loja.

O que não é mercado

Temos que substituir "Mercado" por "vontade de todo mundo". Em geral quando a mídia se refere ao mercado, está falando da bolsa de valores e de investidores internacionais. O povo não se sente incluído no mercado, acha que é um clube fechado para capitalistas que fumam charuto.

Sede

Um soldado romano chuta um copo d'água oferecido a Jesus por uma mulher. A cruel tortura que inclui impedir privar alguém de beber. Terroristas na Rússia não permitiam que as crianças bebessem água.

terça-feira, 7 de setembro de 2004

Terror

O atentado na Rússia foi absolutamente horrível. Matar inocentes daquela maneira é a coisa mais pavorosa que se pode fazer. Foi uma atrocidade bíblica, uma vil matança de crianças. Muito difícil condenar suficientemente o ato pior que barbárie, ou expressar o quanto aquilo é ruim, maligno, grotesco.



Quem defende o terrorismo faz um esforço doente, revoltanto, para colocar a culpa em outros que não os terroristas. É um apologista de atrocidades, do tipo que defende tudo em nome do próprio fanatismo, seja ideológico ou religioso.



Alias, para esse tipo de gente, há de se questionar qual a diferença.



Se pensarmos nos fanatismos geradores de atrocidades como a mesma coisa, talvez fosse possível compreender como existe quem defenda ou negue, de maneira totalmente absurda, as atrocidades cometidas.



Para tal tipo de atrocidade, também há os que defendem a benignidade da mensagem original, que teria sido de algum modo deturpada. O discernimento para entender quando esse argumento é verdadeiro e quando é falso parece de difícil alcance.

quarta-feira, 1 de setembro de 2004

O verdadeiro papel do Estado

Os operadores do direito muitas vezes se atem a detalhes técnicos, perdendo de vista os princípios que regem o conjunto do ordenamento jurídico. Na verdadeira derrama tributária que vigente Brasil, os advogados que questionam os tributos perdem tempo demais em tecnicismos, não mergulhando no cerne da questão de que o governo não pode simplesmente confiscar o que bem lhe aprouver quando precisar de recursos.


A doutrina por trás da prática administrativa é bem conhecida. As necessidades da administração pública são infinitas, mas os recursos são finitos. Como o governo não fabrica dinheiro, tem que pegar junto à sociedade, compulsoriamente. Na prática, o governo pega a força dinheiro da sociedade, com a justificativa de que tal ato é em nome da própria.


Em termos legais, a Constituição faz um trabalho razoável ao limitar o poder do Estado de tributar. Entretanto, existe uma porta aberta, as contribuições sociais, como a CPMF e o Imposto sobre o lucro líquido, que se tornaram as grandes vilãs. Ao contrário dos demais tributos, o governo pode gastar como bem entender 80% do valor arrecadado por meio dessas contribuições, para as quais não se aplicam diversas restrições legais ao poder de tributar. A exceção tornou-se a regra. Segundo consta, cerca de dois terços dos recursos federais vem das tais contribuições.


É tudo bem simples. Precisa de dinheiro? É só “gerar receita”, ou seja, confiscar da população. Está mais do que comprovado que a maior parte da carga tributária brasileira recai sobre a classe média e os pobres, uma vez que é mais fácil cobrar imposto sobre quem trabalha e consome, justamente quem menos tem dinheiro. O imposto sobre consumo do Brasil é absurdo, e seu efeito é mais grave quando combinado com o altíssimo ônus imposto ao trabalho. Como remédio para isso tudo, propõe-se mais intervenção estatal, como se dar mais poder para políticos em Brasília resolvesse algum problema.


Existem algumas maneiras de se criticar a situação através do direito principiológico. Uma, através dos princípios supra-constitucionais, ou seja, princípios que estão acima da própria constituição. Não se pode, nem que a própria carta magna o determine, aplicar leis e regras que vão de encontro à própria sociedade. Obviamente, tal corrente é polêmica, mas não se faz necessário recorrer a ela, uma vez que é possível alcançar as mesmas conclusões por meio da verificação da harmonia entre os preceitos constitucionais. Princípios como a livre iniciativa, o valor social do trabalho e a vedação do confisco são claramente rompidos pela atual sistema tributário.


A grande questão é que o poder de que fala o artigo 1º § único da Constituição não tem sido exercido em nome do povo, mas em nome do Estado. Os direitos não são dados pelo Estado, nem por força de lei. Existem independentemente de ambos. No máximo, a lei declara ou reconhece tais direitos. A diferença de nomenclatura é relevante. Por esse motivo temos o tratado da “declaração” dos direitos humanos, e a Constituição norte-americana “reconhece” direitos inalienáveis.


A problemática encontra-se na confusão entre interesse da sociedade e interesse do Estado na expressão “interesse público”. Ora, o que interessa ao Estado nem sempre interessa à população, e vice-versa.


Como resolver a questão? Num estado politicamente liberal, que se propõe democrático, o interesse da população sobrepõe-se ao interesse do Estado. A população vem em primeiro lugar, não o Estado. Num estado totalitário ou coletivista, o interesse do Estado suplanta o interesse privado. Cabe ao cidadão obedecer ao interesse “comum” consubstanciado, é claro, na vontade do Estado.


O Estado declara-se mandatário do povo, e outorga-se o direito de agir contra este, em favor próprio. Nesse caso, mesmo eleições livres teriam o escopo de tão somente escolher qual grupo político teria o poder totalitário, ainda que um totalitarismo civil com aparente legitimidade. Democracia é muito mais do que escolher quem ocupa os cargos de liderança, consistindo igualmente na limitação do poder estatal.