quarta-feira, 22 de setembro de 2004

Diários de Buzanga de Murugamba

Capítulo I.


Nosdlanor calmamente lê um jornal pendurado na Banca. Astrobaldo o interrompe.


-Então, ontem eu fui lá em Buzanga da Murugamba.

-É? Fazer o que lá? Longe pra burro.

-Fui consertar o carro. Mas não importa. Lá o mecânico me contou algo surpreendente.

-O carro não tinha nada?

-Não. Tinha, mas não é isso. Ele me contou que se você oferecer 15 reais pra uma mulher na rua, ela dá uma volta com você e paga um boquete. Que medo.

-O que?

-Já pensou? Oi, tudo bem? Quer ganhar 15 reais? Bizarria total.

-Isso deve causar um desnível no mercado...

-Pois é, ele falou que as casas de massagem da região fazem pouco dinheiro porque qualquer mulher na rua topa por 15 reais.

-Qualquer uma?

-Eu sei lá, você acha que eu testei? Seja como for, cheguei a duas conclusões insofismáveis:


1) Usar copos e talheres descartáveis quando em Murugamba, e

2) Eca.


-Não sei vai adiantar...

-Porque as pessoas me falam isso? Eu tenho cara de quem gosta dessas coisas? Não responda! – exclama Astrobaldo, enquanto faz um gesto de “pare” com a mão - Preferia discutir os paradoxos auto-refutáveis das teorias materialistas do Séc. XVII. Mas não, não, falam disso, que coisa - coloca a mão no queijo de maneira pensativa.

-Em inglês é Blow Job. O dicionário do Word não conhece o vocábulo. Segundo especialistas em etimologia, essa palavra...


É interrompido por Astrobaldo, que, ignorando seu amigo, gesticula com em círculos com o indicador apontando para o alto.


-Eu acho vou oferecer 15 reais para uma garota conversar comigo sobre os paradoxos auto-refutáveis das teorias materialistas do Séc. XVII. Será que ela topa?

-Acho que ela vai preferir o boquete.


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