quinta-feira, 31 de março de 2005

Se beber, não esqueça

Uma vez, há muito tempo, entornei várias vodkas numa festa direitinha. Contaram-me, depois, que fiquei levantando a alcinha do vestido de uma garota. E eu não me lembro disso. Ora, se eu for levantar as alcinhas de vestidos de garotas, eu quero me lembrar, dammit.


Pior ainda é a garota que toma um, dorme no sofá, e acorda com a garrafa de vinho vazia, uma perna no chão, e o manifesto comunista entreaberto no colo. Lindio.

quarta-feira, 30 de março de 2005

Dicas de como escrever um blog genial (quem não sabe ensina)


  1. Escreva posts curtos, com tópicos numerados, de fácil leitura.

  2. Use títulos chamativos.

  3. Alterne humor auto-pejorativo com um senso irônico de superioridade.

  4. Escolha alvos fáceis e sem nenhum senso de humor para implicar.

  5. Não revele os próprios truques, a menos que isso valha um bom post.


domingo, 27 de março de 2005

Feliz Páscoa!


Se teve um evento que mudou tudo, foi A Ressureição de Cristo.

terça-feira, 22 de março de 2005

O Secularismo Taliban

Como todos sabem, no Afeganistão, o Taliban era lei. A religião era lei. A fonte da lei e do próprio direito, o centro da vida social. Não havia separação entre Estado e Religião.


O humanismo secular busca o mesmo objetivo. Apesar da bandeira alegada de que deseja apenas a suposta separação e um Estado laico, os propósitos são claros e mal disfarçados. Consiste o golpe num castelo de cartas fácil de ser demonstrado.


Antes de mais nada, o humanismo secular é uma religião, ponto. E quer impor seus conceitos para o resto da sociedade sob a guisa de “neutralidade”. Ora, porque um principio do humanismo secular é mais aplicável do que um Católico, Budista, ou Islâmico?


E isso só vale, claro, quando dá na telha. É algo altamente volúvel. Não Matar e Não Roubar, como se sabe, são princípios religiosos, foram comandos entregues á humanidade por meio dos Dez Mandamentos. Bem religioso isso. Curiosamente, não se argumenta pela abolição completa de leis contrarias ao homicídio e ao furto com base em que são princípios religiosos.


Portanto, não basta ser um principio religioso, mas tem que entrar em conflito com o humanismo secular. Se isso acontecer, a mera similaridade de uma normal com um principio religioso é suficiente para banir seus defensores.


Por desconhecimento ou malicia, ignora-se que o Direito é igual para todos, e não apenas para alguns, quando é conveniente. Ignora-se que a própria separação entre Estado e Religião é também um principio religioso, do próprio cristianismo.


Portanto, o argumento fundamentalista da separação é, em si, um paradoxo, pois ela deveria excluir a si mesma. O que o principio realmente diz é que não se pode impor um principio religioso ao resto da sociedade, e isso inclui o secularismo humanista. Isso inclui a eugenia, em suas diversas formas obvias ou disfarçadas, como a eutanásia e o aborto. Trata-se aqui da proteção da própria vida, valor cujo desdém dispensado pelos secularistas não pode ser imposto, por força ou dissimulação, a nenhuma sociedade.

sábado, 19 de março de 2005

Libertarian Cluster

Deveriam abolir excrescências como ministérios da educação e da cultura.


Os presídios deviam ser privatizados.


Toda pena é educativa, até mesmo a prisão perpétua e a pena capital. Algumas lições só se ensinam uma vez – como no curso básico de kamikaze.


Algum dia a venda e troca de cargos e ministériso parecerá tão imoral quanto as capitanias hereditárias.


Essa coisa grotesca que ocorre nos EUA serve para, entre outras coisas, perceber como lei é um conceito separado de justiça. Se os Pais querem que a filha viva, que a deixem com eles. A razão não assiste a nenhuma outra solução.


Das duas, uma. Se ela não pode sentir dor, então não pode sofrer por está sobrevivendo com a ajuda de um tubo de alimentação. Se ela pode sentir dor, então a justificativa de que não mais está viva inexiste. Ora, é indiferente, assim.


Em um tema mais leve, lembra aquela história que qualquer cirança consegue fazer arte moderna? É verdade.


War of the Machines


Máquinas não tem senso de ironia. Se um dia formos invadidos por Terminators, basta mandar que eles dividam 1/0, e eles pifam. Fácil.

quarta-feira, 16 de março de 2005

O Cristianismo e o Naturalismo

O chamado materialismo cientifico, base do ateísmo moderno, na verdade tem uma natureza de crença. Note-se que não exatamente religião, pois o objetivo não é ligar nada, mas em um conjunto de presunções dogmáticas não-observáveis.


Senão vejamos. O que é sagrado para um materialista? No que ele deveria, digamos, fazer seu juramento num tribunal, como em filmes? Decerto não numa Bíblia. Um biólogo celebre afirmou que o darwinismo permitia que fosse um ateu intelectualmente completo. Talvez devesse jurar com as mãos sobre “A Origem das Espécies”, de Darwin? O Sagan por vez defendeu que acreditava somente nas leis da física, mas que não faria sentido rezar para elas.


O cerne desse pensamento, portanto, é que apenas existe o que é material. Apenas o cientificamente verificável pode ser admitido como real. Desse modo, a ciência determina o que é real, de modo absoluto. Essa crença é a de que o universo físico é tudo que existe. Não existe nada fora dele. Onipresença.


Deve-se notar, claro, que, dentro do universo científico, essa presunção é valida. É claro que só pode ser um fato científico aquilo que é cientificamente verificável. Mas daí a saltar que qualquer coisa, para ser real, em qualquer nível, tenha que ser testável, falseável e verificável é um salto tremendo.


Não existe nada fora do universo que tenha a força, ou o poder, de causar algum efeito. Todo o poder que existe está contido no próprio universo. Onipotência.


Inexiste um lugar não físico onde ficam as idéias ou a moralidade. O universo das idéias, lugar onde as linguagem e os conhecimentos ficariam, é uma abstração. Portanto, todo o conhecimento está contido no próprio universo. Onisciência.


Onipresença, Onipotência e Onisciência. Temos aqui três características associadas ao Deus do cristianismo. O naturalismo, aqui, toma contornos de panteísmo. Mas o deus do panteísmo é completamente diferente. Trata-se apenas do universo que contém tudo que, acreditam eles, existe.


Obviamente, não existe nenhuma prova de que apenas que tudo que exista seja restrito ao que for que pode ser comprovado cientificamente. É um raciocínio circular. A ciência apenas pode provar que certas coisas existem. Logo, as outras não podem ser comprovadas cientificamente. Pular daí para que apenas o que possa ser comprovado cientificamente existe é um salto puramente dogmático, sem base em nenhuma prova. Não é uma afirmação cientifica, mas filosófica.


Claro que eles tem o direito de fazer essa afirmativa. Mas não de dar a ela o peso de um fato científico que não tem, de modo algum. Não se deve confundir a ciência como método de acumular conhecimento com o naturalismo, que é uma cosmovisão baseada em crenças e dogmas.


O materialismo pode ser necessário á ciência empírica. Mas não às outras formas de conhecimento humano. Torná-lo axioma único do pensamento humano é querer que uma forma de conhecimento tenha o poder de determinar absolutamente as demais. Não é uma atitude cientifica, mas filosófica. Não é uma proposição falseável.


Diferença Ontológica


Os materialistas afirmam que não existe prova cientifica e falseável do cristianismo. Como se isso fosse uma grande acusação. Reclamam que não podem pegar os dogmas cristãos, e testá-los em laboratório. Ora, os cristãos concordam. Até onde sabemos, não existe, não pode existir e provavelmente seria uma heresia tentar falsear o cristianismo em laboratório. Dentro da teologia cristã, é risível a idéia que do homem achar que pode compreender Deus e testá-Lo em laboratório. Não é outro o pré-requisito de muitos ateus para acreditar em Deus. Obviamente, não sabem que fé é justamente acreditar sem ver.


Não que não tenham fé. É claro. Esse naturalismo panteísta pode muito bem ser uma vertente majoritária, mesmo que inconsciente, do pensamento ateu moderno. Trata-se de um conjunto de crenças que inclui o absolutismo da ciência empírica sobre todo o conhecimento humano e toda a existência. Crêem nisso sem prova nenhuma – certamente não uma prova científica.


Afirmam que toda religião é uma superstição. Uma tentativa de explicar fenômenos que não conseguem compreender. Essa é a mais falsa das acusações.


O homem da caverna via um trovão, e passa a acreditar que era um deus do trovão. Via o Sol, a Lua, e as estrelas, e procurava compreender tudo como divindades. Era um conhecimento primitivo do universo. Claro que tanto o trovão quanto o Sol, as Lua e as Estrelas eram reais, e o homem das cavernas sabia disso.


O naturalista moderno também vê o trovão, e passa a acreditar nas leis da física que tornaram o trovão possível. Vê o Sol, a Lua e as estrelas, e procura compreender tudo dentro da astronomia. É um conhecimento complexo do universo. Substituem as divindades primitivas supersticiosas por leis da física cientificamente comprováveis. Mas se mantém uma relação similar – embora mais complexa. Assim como no caso anterior, os fenômenos são reais, porem com um conhecimento muito melhor.


Do mesmo modo que o naturalista se vê como uma versão evoluída das amebas, o panteísmo é do que uma versão evoluída do animismo primitivo.


O cristianismo é completamente diferente.


O cristão se vê como diferente dos outros animais. Existe uma diferença ontológica, uma Alma, algo que nos torna únicos. Um presente de Deus, fora das causas naturais do universo. A Alma não evoluiu, foi dada por Deus. Não faz parte do processo natural do universo.


Claro que contra este ponto se colocam os naturalistas, tentando explicar o que entendem por alma dentro pela psicologia evolutiva. Claro que tal tentativa débil apenas demonstra o quanto nem sequer tem idéia rudimentar do que seja o conceito de alma. Pois se a alma é um elemento do homem que transcende o universo material, é logicamente óbvio que não pode ser verificável pelo método científico. O constante uso do argumento de que nada existe fora do universo natural porquê não pode ser verificável por um método que, por definição, nunca terá nada a dizer sobre o tema é um falácia, um raciocínio circular gritantemente ilógico.


O cristianismo é diferente do panteísmo. Existe uma diferença ontológica, pois, frontalmente contra o que afirmam, o cristianismo não foi descoberto por pesquisa, razão, ou evolução de crenças anteriores, mas foi uma revelação de Deus. O cristianismo não faz parte do processo natural do universo.


Dois mil anos de cristianismo e nenhum cristão jamais provavelmente entendeu por completo sua própria fé. Os mistérios são muitos. Nem a Igreja Católica, nem as Igrejas Orientais, nem as protestantes, nem as antigas igrejas cristãs sabem explicar os principais mistérios da Fé. Quão menos criá-los.


Pois o naturalista não é nada mais do que uma versão extremamente complexa do homem das cavernas. Explica o universo não com divindades simples, mas sofisticadas leis da física. Mas o defeito não esta nessas acertadas leis, mas em sua relação com elas. As leis explicam verdadeiramente os fenômenos do universo natural, mas em nenhum momento indicam que este universo seja tudo que exista. Isso é um salto evolutivo da crença primitiva para a moderna.


Ambos, o homem da caverna e o panteísta, ignoram Deus. O primeiro, por impossibilidade. O segundo, por opção. Seguem, contudo, na mesma linha evolutiva, negando tudo o que foge a seu conhecimento.


O ponto aqui não é de forma alguma atacar a ciência nem como método ou sistema de compreender o universo natural. Superstição consiste no relacionamento, não o objeto em si. Os naturalistas têm uma relação supersticiosa com a ciência. Tanto o trovão quanto as leis da física são reais. Portanto nada mais razoável do que reconhecer sua existência. Diferente de dar a uma ou outra coisa um valor que extrapole sua dimensão natural e entre na esfera de crença. A denominação recai sobre a valoração exagerada de um determinado objeto, e não o objeto em si.

segunda-feira, 14 de março de 2005

É para atacar aquela bola de basquete?

Conheça as aventuras de Stacey, relatadas em uma microtrilogia cujo terceiro capítulo está em fase de produção. Os curtas são realmente muito engraçados e contam um lado negligenciado da saga George Lucas. Pink Five encara Star Wars como uma garota! Tudo é muito bem bolado, e os valores de produção surpreendentemente altos.


Pink Five


Pink Five Strikes Back


Blog do Return of Pink Five

sexta-feira, 11 de março de 2005

Trailer do Episódio III

Aqui.


Bem melhor que o primeiro. Tem cenas do Duelo entra Anakin e Obi-Wan, e os Jedi tentando prender o Palpatine. Que, claro, saca seu lightsaber. O Palpatine declara os Jedi inimigos da república, e manda o Anakin, já corrompido, perseguí-los comandando clone troppers. (Thanks WM)


Update: O site StarWars.com agora disponibiliza o Trailer para download!

Cariocas e Paulistas

O caro Alexandre, o grande blogueiro do império Wunder, recentemente propugnou a distinção em epígrafe. Contudo, após navegar por locais inusitados, indago se o Lord ASS não se esqueceu de uma elementar regra de conduta. Com o solene e cavalheiro interesse na retidão bloguística, destarte, submeto ao leitor uma mais apropriada diferenciação entre cariocas e paulistas.

quinta-feira, 10 de março de 2005

Para que escrever?

Para que, afinal se escreve em blog? Palavras fácies, posts perdidos. Tanto lixo, comunidade no Orkut, discussão sobre tolice. Para que?



Antes, era difícil e caro escrever. Preocupava-se mais em inventariar galinhas nas escritas cuneiformes do que repetir as asneiras da vez.



Popularizou-se a escrita, mas não a cultura. Este é o resultado, claro. Devíamos tentar escrever algo que preste, sim. Mas para que discutir com esse tipo de gente (desnecessário dizer quem)?



O discurso que enfrenta quem presta é insosso, canhestro, azedo, regurgitado, ralo de idéias e saturado de ideologia. Não há nada a fazer com isso, a não ser jogar fora. Que me convençam do contrário, acho difícil. Discutir não serve para nada.



São como piñadas recheadas de petardos refugais: mesmo quando bate, só faz voar porcaria em cima de você.

sexta-feira, 4 de março de 2005

Se Star Wars fosse um filme brasileiro


  • Direção: Walter Salles

  • Premio de honra no festival de Sundance. Indicado ao Cesar de melhor filme estrangeiro. Badalado no Oscar. Leão de Prata em Cannes.

  • A Princesa Leia (Paloma Duarte) seria jornalista e ativista de ONG que quer descobrir o esquema de corrupção da elite que oprime e humilha o povo brasileiro. Ao mesmo tempo, descobre que a elite corrupta e opressora quer vender a Amazônia aos EUA.

  • O Darth Vader seria um banqueiro andróide controlado pela CIA que quer internacionalizar a Amazônia.

  • Tatooine seria o sertão. Luke (Rodrigo Santoro) seria um retirante que teve a família exterminada num conflito de terra. Ao invés de Airspeeder, Jegue.

  • C3PO e R2-D2 (Matheus Nachtergaele) seriam um casal gay que sofre os preconceitos da sociedade.

  • Obi-Wan é um ex-guerrileiro do Araguaia (boa, Edmo)

  • O lado negro da força seria o capitalismo excludente do consenso de Washington. Opa, negro, não, o lado “sombrio”. O lado luminoso e fabuloso da força é o socialismo fashion para ser consumido na França.

  • Han-Solo e Chewbacca seriam caminhoneiros que dão carona para Luke vir até São Paulo e, depois, até a Amazônia.

  • No Duelo Final, Darth Vader, de terno preto, diz que ele irá diminuir os impostos, mas Obi-Wan, com camisa rasgada do Che Guevara, fala que os impostos são o instrumento de transformação social.

  • A trama seria uma espécie de Central do Brasil ao contrário, com o mesmo tipo de trilha sonora melancólica. Vários closes em miseráveis sofrendo com dignidade, que ganhariam uma marmita pela atuação. Filme financiado com recursos públicos, incluindo passagens de primeira classe e hotéis cinco estrelas para o circuito internacional.

  • “Fenomenal” – Le Monde

    “Um soco na cara do espectador” – New York Times

    “Uma sardinha no lumbago da família média americana” – The New Yorker

    “Mais um genial retrato clinico da realidade atual do cotidiano brasileiro” – O Globo

    "Um cotovelo com erisipela de Uberlândia devastada" - Folha de São Paulo