segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Desarmamento

A CNBB é a favor do desarmamento. Não é uma postural infalível da Igreja. Está em desacordo, é razoável entender, com o catequismo da Igreja Católica, baseado em São Tomas de Aquino.



Aqui no Rio existe a belíssima Igreja da Santíssima Trindade, no Flamengo. Foi construída durante a segunda guerra, idealizada por um padre francês que, infelizmente, não a viu ficar pronta. Nela existe um local inspirado na Gruta de Lurdes para oração e velas, tendo inclusive uma pedra original na parede.



A Igreja possui estatuas de vários Santos. O padre, claro, fez uma homilia a favor do desarmamento. O interessante é que vários Santos estão muito bem armados, e o arsenal inclui um bastão com pregos (S. Judas Tadeu), lanças, flechas, e até uma espada para S. Joanna Darc. Considerando-se que no momento histórico da construção dessa Igreja a resistência francesa lutava em armas contra a ocupação nazista que queria desarmar a população da França, é realmente algo espantoso.



A opinião parece ter mudado. Na hora de canonizar os mártires da Guerra do Cristeros, executados porque se recusavam a abandonar a fé, os padres que pegaram em armas foram excluídos a priori do processo seletivo. Resta saber se existe algo de substâncialmente diferente numa arma de fogo ou numa espada que justifique isso.

Afinal, parece haver tão somente a confusão entre o objeto e o mau uso deste formando uma impenetrável camada de tolice sobre todo o debate. Que proíbam-se as facas, a água sanitária, os automóveis e as escadas.

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