terça-feira, 28 de junho de 2005

Diálogo entre Católicos e Ortodoxos

Com a cisma de 1054 Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica foi dividida entre Ocidente e Oriente, tendo como centros Roma e Constantinopla, respectivamente. Cada qual passou a ser o centro de uma comunhão com outras Igrejas. Em um processo prolongado, maior parte das Igrejas Orientais ficou com Constantinopla, embora algumas nunca tenham deixado Roma. Cada qual, obviamente, declara ser a verdadeira Igreja.


Explicando em termos mais claros, o Papa é o Bispo de Roma, Patriarca da Igreja Ocidental, além de vigário de Cristo. As jurisdições são diferentes. A primeiro refere-se a Roma. A segunda, à Igreja de rito latino. A terceira é universal.


Parece-me um fato pouco conhecido que excomunhão mútua entre o Papa e o Patriarca de Constantinopla foi inválida, porque foi posterior ao falecimento do primeiro, e feita por quem não tinha autoridade no segundo. Fora este fato, em 1965 ambas fora, por segurança, revogadas por ambas as Igrejas.


Temos, então, uma situação peculiar. Com a cisma, não existe comunhão, porém sem a excomunhão formal.


O papa tem seguindo o trabalho do seu antecessor, e a tendência é a aproximação cada vez maior com os Ortodoxos. Entretanto, diálogo é uma coisa, união é outra. Tentativas históricas não obtiveram sucesso. Mas ao menos ambos os lados a consideram como possível, o que, em si, já diz algo de profundamente significativo.

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