quarta-feira, 26 de maio de 2004

Diários do cinema engajado

O problema de discutir Che Guevara é que um lado discute uma pessoa,
outro lado discute um ícone religioso/ideológico. O Walter me
lembra uns caras da PUC que andam de Audi com adesivo do Che Guevara e vão
planejar a revolução num Iate em Angra, aonde tratam mal os próprios
empregados. O mais curioso é que a chance de um playboy ser fã
do Che é muito maior do que de um pobretão qualquer. De fato,
comunismo e coisas do gênero nunca foram populares, é coisa de
uma minoria elitizada que afirma que fala em nome do povo.


E quem vai ver o filme do Walter? Uns artistas em Cannes, uns intelectuais
e alunos devidamente doutrinados no Brasil. É a mesma coisa com o Sebastião
Salgado, que fica rico explorando a miséria. Uma espécie de J.R.
Duran da pobreza. Já o humilde, o pobre e o operário não
tem nem grana nem saco para comprar livros de um ou ver filmes de outro. Mas
financiam tudo com juros que pagam nos bancos, ou com os preços inflacionados
pelos impostos de combustíveis que financiam o cinema nacional. Não
sei se é o caso desse filme especificamente, mas quando se fala de "Cultura"
no Brasil em geral é rico produzindo produtos para consumo de outros
ricos com dinheiro público, ou seja, dos pobres. Chamam isso de "democracia",
e quem critica isso é obviamente um agente da CIA.


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