domingo, 23 de janeiro de 2005

Resenha - Team America: World Police


America , fuck yeah. Freedom is the only way.


Finalmente um filme consegue capturar toda a complexa trama de geopolítica global, e acaba sendo mais informativo que o jornalismo brasileiro. Os criadores de South Park Trey Parker e Matt Stone eqüitativamente esculacham tanto vermelhos e azuis, e ambas as cores são usadas pelos heróis.


Claramente inspirado na série cult de TV Thunderbirds, O filme inteiro é rodado com marionetes e miniaturas. Os americanos são completamente incapazes de agir discretamente e são alheios aos danos colaterais causados por suas ações policiais. Em breve passagem por Paris, destroem a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e o Louvre. Os inimigos são os terroristas, devidamente estereotipados, que tem obtido WMDs. Logo se descobre que o fornecedor é o ditador Norte Coreano Kim Jon Il (que tem a voz feita pelo diretor do filme), uma atração à parte como principal vilão com um plano para conquistar o mundo. Ou destruí-lo. Or something.


Os oponentes mais engraçados, contudo, são os atores metidos a besta da elite esquerdista de Hollywood. Sean Penn explica como era Iraque antes da invasão americana, um local maravilhoso onde as crianças brincavam em rios de chocolate. Janeane Garofalo afirma que os atores devem ler opiniões no jornal e repeti-las no dia seguinte na TV, como se fosse deles. Isso se aplicaria aqui caso os atores brasileiros lessem jornal. O líder do Film Actors Guild (F.A.G.), Alec Baldwin, defende que o que falta ao mundo é a liderança de um grupo de experts em política internacional, ou seja, eles mesmos. O filme conta, entre outras estrelas, com George Clooney, Helen Hunt, Micheal Moore, Tim Robbins, Susan Sarandon, Liv Tyler, Samuel L. Jackson, e até mesmo Hans Blix. No final os atores acabam enfrentando os heróis – afinal eles já fizeram filmes de ação. Após histéricas seqüências de luta, todos têm um final brutal extremamente gráfico. O quão brutal é possível considerando-se fazer com marionetes.


Mas de modo algum Team América deve ser encarado como filme conservador. Pelo contrario, conta com toda sorte de linguagem abusiva e uma seqüência cômica de sexo explícito. As roupas e os veículos são exageradamente elaborados com as cores e símbolos dos EUA. Junto com o nome de uma cidade nos letreiros, aparece sua distancia para a América. No caso da Cidade do Panamá, a distancia para a “Verdadeira America”. Pelo que consta os produtores são libertarians e não se encaixam em nenhuma ala do bipartidarismo americano. Mas são bem menos democratas do que republicanos, por assim dizer.


A trilha sonora é uma atração em especial. A ação é boa, a historia é fluida, e, o mais importante, o filme é completamente hilário. Umas das melhores comedias dos últimos tempos. O discurso final demonstra uma compreensão sobre política internacional que deve fazer inveja ao Itamaraty, que infelizmente não vai entender já que não precisam mais falar inglês. Mas isso é inacreditável demais até para esse tipo de filme.


Resenha ruim: Ebert ficou ofendidinho porque atacaram a elite de Hollywood. Ridículo. Aliás, demonstrou não ter idéia do que seja niilismo.


Resenha boa: Rolling Stones gets it.

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